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Brasil no Espaço

A chegada do astronauta Marcos Pontes ao espaço foi um grande divisor de águas na história que envolve o Brasil e as pesquisas fora do Planeta. Pontes tornou-se não só o primeiro brasileiro a viajar para o espaço. Foi também o primeiro sul-americano e o primeiro lusófono (falante de língua portuguesa) a se aventurar em uma nave espacial. A viagem do brasileiro à Estação Espacial Internacional em 30 de março de 2006 foi amplamente coberta pela mídia. Também representava um momento de grande expressividade do Brasil no cenário político internacional. Várias discussões e pesquisas levantaram-se diante do assunto, o que fez com que muitas pessoas tivessem acesso a temas científico-espaciais.

Pontes foi escolhido para integrar a ‘Missão Centenário’, realizada como uma comemoração do centenário do primeiro voo tripulado em uma aeronave, comandado por Alberto Santos Dumont em outubro de 1906. A missão foi viabilizada por uma parceria entre a Agência Espacial Brasileira e pela Roscosmos, a agência espacial da Federação Russa. O principal objetivo era que o primeiro brasileiro chegasse ao espaço. Lá, onde permaneceu por 9 dias, 21 horas e 17 minutos, Postes realizou 8 experimentos científicos para poder observar seus resultados em um ambiente de microgravidade. Além do brasileiro, estavam na tripulação outros dois astronautas: o americano Jeffrey Williams e o russo Pavel Vinogradov.

Os experimentos foram variados, e encomendados por várias instituições: o efeito da microgravidade na cinética das enzimas; danos e reparos do DNA na microgravidade; Teste de evaporadores capilares em ambiente de microgravidade; Minitubos de calor; Germinação de sementes em microgravidade; Nuvens de interação proteica; Germinação de sementes de feijão e Cromatografia da clorofila. Entre as instituições que demandaram os experimentos estão a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A nave de pontes esteve acoplada na Estação Espacial Internacional, de onde enviou alguns vídeos.

A Agência Espacial Brasileira foi criada em 1994, e tem controle sobre duas zonas: um espaçoporto em Alcântara, Maranhão, e o Centro de Lançamento Barreira do Inferno em Paranamirim, Rio Grande do Norte (fundada em 1965 pela Força Aérea Brasileira). Antes da criação da Agência, o controle dos espaços era militar. O Brasil lançou seu primeiro foguete com êxito em 23 de outubro de 2004, pouco mais de um ano depois do ‘Acidente de Alcântara’, um incêndio de grandes proporções que causou a explosão do foguete VSL-1 e a morte de 21 técnicos. O acidente ocorreu apenas três dias após a previsão de lançamento. A partir de 2004, vários outros lançamentos com sucesso foram realizados.

No site oficial do astronauta Marcos Pontes existe uma loja com livros de sua autoria. Alguns contam a trajetória no espaço e outros trazem textos motivacionais para quem quer atingir objetivos pessoais. Também estão disponíveis fotos e vídeos que mostram o caminho traçado por Pontes antes e depois de ir para o espaço. O astronauta criou uma fundação para dar educação e apoio e uma profissão para crianças. A ideia vem de muito tempo atrás, anos 1980, quando Pontes era apenas um Tenente aviador. Após ficar conhecido internacionalmente, há dez anos, decidiu tirar o projeto do papel. A Fundação Marcos Pontes, criada em 2010, vem desde então desenvolvendo parcerias e projetos com instituições como a ONU.

Os principais objetivos da Fundação são promover ciência e tecnologia para crianças e jovens do ensino fundamental e médio e o ensino profissionalizante. Marcos declara ainda que seu próximo passo como astronauta é voltar para o espaço, e que isso depende de algumas circunstâncias, como o interesse do governo brasileiro em investir em pesquisas espaciais e de ser representado na área. “Atualmente, continuo à disposição do Governo Brasileiro, como único astronauta profissional já preparado e pronto, aguardando escalação para o meu segundo voo espacial, levando a bandeira do Brasil, pesquisas nacionais, e/ou outros itens de missão, conforme determinação da Agência Espacial Brasileira”, explica.

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