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Câncer: história de quem já venceu a doença e os cuidados necessários

José Boeira venceu o câncer e hoje vê a vida de uma forma mais leve; médico explica os principais cuidados com a doença

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Uma doença temida por todos, o câncer atinge 480,282 pessoas por todo o Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os dados preocupam, pois em muitos casos a doença só é descoberta após sinais físicos, quando o paciente sente dor ou alguma alteração no corpo.

De acordo com o INCA, o tumor maligno mais prevalente no país é é o de pele não melanoma, com 31,3% dos casos, seguido pelo de mama feminina, com 10,5%, o de próstata, com e reto, com 10,2%, pulmão, com 4,6% e estômago, com 3,1%.

O câncer de próstata é o mais comum entre os homens em todas as regiões do país, com estimativa de 74 mil novos casos para os próximos anos.

Força, coragem e fé

O metalúrgico aposentado José Boeira, de 71 anos, foi diagnosticado com câncer de próstata em setembro de 2020, em plena pandemia. Ele conta que descobriu a doença na fase inicial, por sempre estar com os exames em dia, mas que se assustou com o diagnóstico.

"Foi um pouco assustador, mas a gente logo correu atrás do tratamento, os médicos foram muito atenciosos e solicitaram vários exames para começar o tratamento", conta.

José passou por uma cirurgia para retirar o tumor e após seis meses ele começou o tratamento com radioterapia.

"Foram feitas 35 sessões de radioterapia que levaram mais ou menos 90 dias. Após as sessões, os exames vieram todos bons, e agora, depois de um tempo, irei refazer os exames", disse.


		Câncer: história de quem já venceu a doença e os cuidados necessários
Fernando Keller

Mesmo após a recuperação, José continua realizando exames para se prevenir. (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo ele, o apoio familiar foi o principal fator para a sua recuperação, pois "a força da família é tudo que a gente precisa."

Ele conta que apesar dos cuidados e limitações que tem hoje após o tratamento, ele enxerga a vida de outra forma.

"Antes a gente queria casas bonitas, carrão, os melhores lugares para visitar. E hoje não, hoje as pequenas coisas fazem uma grande diferença. A gente se contenta com o mínimo das coisas, você tendo uma boa televisão para assistir, um carro para andar, já satisfaz pois aquilo tudo que a gente imaginava não tem valor, o que realmente tem valor é a boa vizinhança, tratar bem as pessoas, e isso é tudo na vida da gente", reflete.

Abordagem médica

O médico oncologista Fernando Santos de Azevedo, afirma que nas fases iniciais, a doença é assintomática ee nas fases mais avançadas, pode causar sintomas relacionados no local ou próximos onde ele originou.

"Já na fase metastática, pode causar sinais e sintomas em órgãos distantes, por exemplo, uma neoplasia de colon mama metastática para o pulmão pode causar falta de ar, tosse crônica persistente", afirma o médico.

Ele alerta para a importância de estar atento a sinais, como perda de peso inexplicada, fadiga, perda de apetite, dor nova ou persistente, suores noturnos, vômitos ou enjoos com frequência, sangramento na urina, sangue nas fezes, tosse crônica persistente, entre outros.

"É importante lembrar que os sinais e sintomas dependem muito da localização de surgimento do tumor", ressalta.

Fazer exames é essencial para rastrear, prevenir e tratar a doença.

"Se estamos falando de rastreamento, isto é, investigação em pacientes assintomáticos, prevenção secundária, vai depender da história clinica do paciente avaliado e inclui idade, sexo, historia pessoal e familiar de riscos. Se mudarmos o foco e o paciente vem a consulta com queixa especifica, por exemplo, sangramento retal, emagrecimento, perda de apetite, o exame agora é diagnostico e é direcionado ao quadro clinico do paciente, como por exemplo realizar uma colonoscopia.", diz.

Em relação à idade, o médico afirma que "geralmente as neoplasias surgem mais em pessoas acima dos 60 anos, devido ao envelhecimento celular e diminuição da capacidade de nossas células corrigir os erro no DNA".

Quimioterapia é regra? Segundo Fernando, não. Ele explica que a indicação de quimioterapia ou qualquer outro tratamento complementar depende da avaliação da localização e extensão do cêncer em uma pessoa. Além disso, há uma diferença entre quimioterapia e radioterapia.

"A quimioterapia é uma modalidade de tratamento oncológico que utiliza medicamentos para destruir as células tumorais. Ela pode ser oferecida ao paciente conforme o objetivo do tratamento, por exemplo, anterior a cirurgia, chamado tratamento neoadjuvante, no intuito de reduzir o tamanho do tumor para facilitar o tratamento cirurgico e avaliar resposta do tumor a quimioterapia, ou após a cirurgia, com intuito adjuvante, isto é, erradicar as micrometastases do tumor e diminuir as chances de recidiva da doença", explica.

"Já a radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações ionizantes para destruir um tumor ou impedir que as células aumentem. Assim como a quimioterapia, a radioterapia tem suas indicações bem definidas por exemplo, tratamento definitivo quando combinado com quimioterapia, Neoadjuvante ou adjuvante."

Para a prevenção do câncer, Fernando destaca que é necesário definir dois conceitos: a prevenção primária e a secundária.

"A primeira consiste em ações voltadas para evitar a exposição a fatores de risco, no caso das neoplasias, os principais são: tabagismo, etilismo, obesidade, exposição solar, HPV, sedentarismo. Já a segunda se embasa em ações voltadas para o rastreamento de determinadas neoplasias, no intuito de detecção precoce, tais como: câncer de colo de útero, de mama, próstata, pulmão e colorretal", afirma.

Além disso, a prática de atividades físicas, alimentação balanceada, a não exposição ao sol entre 10h da manhã e 16h e o não tabagismo são fatores que levam a uma melhor qualidade de vida. Os exames de rastreamento são fundamentais para que o paciente saiba da sua condição de saúde.

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