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Colaboradores do Hugo dizem o que plantaram em 2020

Um a um, os profissionais que trabalham no Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) percebiam o motivo para que aquela árvore estivesse posicionada no corredor da unidade. Os galhos vazios foram recebendo bilhetes, fotos, flores, até passarinho. Tudo isso com uma intenção muito maior: fazer com que os trabalhadores da linha de frente contra o coronavírus se expressem e digam o que tiveram de vitória neste ano.

Para a coordenadora multiprofissional e psicóloga do Hugo, Letícia Vieira, essa é a oportunidade em que as pessoas que estão na linha de frente possam dizer o que sentem nesse período. “É tudo muito novo, porque passamos por momentos de incertezas e com essa possibilidade, os colaboradores podem dizer o que sentiram, o que tiveram de medo, o que conseguiram aprender com isso tudo e o que carregam de legado com esse ano, que mudou tudo a nossa volta.”

Letícia ainda conta o quanto o projeto Plantando Histórias pode unificar o hospital e seus colaboradores, com uns percebendo os outros. “Quem trabalha na saúde também tem medos, também sente quando um paciente que morre e é positivado (por COVID-19) não pode ser velado pela família. Quem está na saúde tem medo de voltar para casa depois de um plantão e transmitir algo fatal para a família. É um modo de que nossos colaboradores percebam a empatia que os colegas têm por pacientes, por outros colegas, pela própria família”, acrescenta.

“Plantamos amor e colhemos amizades”, diz um dos bilhetes. No outro, com a foto de uma mãe de colaboradora, a mensagem em manuscrito no verso: “Tive medo de ficar só. Ganhei a senhora de volta”. É a oportunidade para deixar clara a oportunidade desses profissionais se expressar. Pouco a pouco, os galhos sem nada vão sendo preenchidos com o sentimento.

O projeto não tem prazo para finalizar e tem recebido elogios de todos os colaboradores. Supervisora de atendimento, Missilaine Barbosa diz que se surpreendeu com a árvore vazia. “No início, nem entendia bem, achava que era uma preparação antecipada para o Natal, ou algo do tipo. Mas passei a ver que cada vez mais eram colocadas coisas que remetiam ao nosso íntimo e me deu vontade de fazer o mesmo”.

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