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SUS deve incorporar técnica de universidade que reverte AVC

O Sistema Único de Saúde (SUS) deve incorporar a técnica da USP Ribeirão Preto, que é capaz de reverter o AVC isquêmico. A trombectomia mecânica já está disponível na rede privada e, agora, deve complementar o currículo da rede pública.

SUS deve incorporar técnica que reverte AVC

Segundo o neurologista Octavio Pontes Neto, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde foi concluído.

“A eficácia foi comprovada com um terço dos pacientes planejados, sugerindo que o benefício é bastante substancial. O alvo era incluir 600 pacientes, mas, na primeira análise intermediária, com 200, em que pesquisadores externos ao estudo analisam os resultados premilimares, foi constatado que os resultados eram positivos. A técnica é superior ao tratamento clínico”, afirma.

Estudo chamado de ‘Resilient’

Chamado “Resilient”, o estudo clínico foi coordenado pela neurologista Sheila Martins, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Os resultados devem ser oficialmente apresentados ainda este mês no Congresso Europeu de AVC, em Milão, na Itália.

“O AVC é a segunda causa de morte no país. Há mais de 400 mil casos por ano de AVC e poucos pacientes têm acesso ao tratamento. Os resultados são realmente impressionantes. Há paciente que entra em coma no hospital ou sem mexer completamente um lado do corpo e, muitas vezes, com o tratamento, sai andando”, afirma.

Trombectomia mecânica

A trombectomia mecânica é um procedimento similar ao cateterismo, no qual um microcateter alcança o cérebro, por meio de uma artéria da perna. Em seguida, ele “pesca” o coágulo que está entupindo a artéria no cérebro.

O objetivo é restaurar o fluxo sanguíneo para evitar a morte daquela região cerebral.

A técnica é indicada para AVC isquêmico, o mais comum, que representa 80% dos casos, com oclusão de grandes artérias, que são os casos mais graves. O microcateter só consegue penetrar nas grandes artérias do cérebro.

AVC isquêmico

No AVC isquêmico há o entupimento da artéria que leva sangue para o cérebro; no AVC hemorrágico, que engloba os outros 20% dos casos, a artéria se rompe e extravaga sangue para o cérebro.

Para o AVC isquêmico, existem dois protocolos que podem reverter o quadro: a trombectomia mecânica, ainda não oferecida pelo SUS, e o tratamento trombolítico, já oferecido pela rede pública. Ambos só podem ser aplicados nas primeiras 24 horas do AVC.

Nesse tratamento, o coágulo é dissolvido por um medicamento ministrado pela veia. A diferença entre o tratamento trombolítico e a trombectomia mecânica, que deve ser ainda incorporado ao SUS, é que o primeiro é indicado em 40% dos casos de AVC isquêmico, já o segundo, em 20%, ou seja, apenas nos casos mais graves.

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