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POLÍTICA

Morte de Iram Saraiva marca fim de era na política brasileira

O falecimento do ex-senador Iram Saraiva é um daqueles momentos cruciais numa comunidade política: o fim de um modelo que ainda existia na memória, a do político culto e profundamente marcado pela cultura e conhecimento.

Ele morreu após sofrer nesta quinta-feira, 9, um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Iram Saraiva foi um dos mais cultos nomes da vida pública em Goiás. Articulista do "Diário da Manhã" , era professor de direito constitucional. Escreveu "Para todo o sempre" e lançou a obra em 2019: um belíssimo livro sobre sua mulher, em que relata seu amor e a perda como processos de passagens da significação humana.

Na vida pública, foi um democrata, com tradição em partidos de centro esquerda. Cadeirante, sempre esteve na linha de frente na defesa das minorias.

Sua última ação política foi a presidência da Câmara Municipal, mandato que exerceu com dignidade até o final de sua carreira pública, em 2012. Vereador experiente, orientava iniciantes como Gari Negro Jobs e Joãozinho da Bicicleta. Era ponderado. Falava com parcimônia.

Sempre estava na redação do "Diário da Manhã" ou ligava para conversar sobre seus artigos e modelo de escrita.

Ex-senador e ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), demonstrava humildade para tratar dos temas atuais, já que sabia até como se desenvolveriam, mas optava sempre em deixar uma dúvida no ar: "Mas será que vai ser assim dessa vez? Das outras sempre foram. O conhecimento humano não é previsível. Mas o comportamento sim".

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