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Lincoln Tejota: “Temos razões para otimismo em 2020”

Vice-governador de Goiás, o ex-deputado estadual Lincoln Tejota é hoje um dos principais gestores de missões diretas do governador Ronaldo Caiado (DEM).

Sua atuação vai além da representatividade, já que encampa ações, propõe e dialoga com vários setores. Sua maior experiência é o parlamento, mas Tejota desbrava agora novas atuações.

O fim do ano marca, segundo Tejota, um novo ciclo.

Goiás sobreviveu a uma grande tempestade financeira. E tem um compilado de ações para revelar.

Em entrevista ao DM, Lincoln faz uma retrospectiva da gestão Caiado e aponta um cenário realista. Nas respostas que seguem, demonstra conhecer o momento atual do estado e elogia Caiado, que se desdobrou para gerir o Estado diante de várias crises e polêmicas.

Tejota adianta novidades, como a construção e inauguração da primeira policlínica, em Posse. Faz também uma análise do embate travado deste governo com o sistema de corrupção que foi herdado dos gestores anteriores.        

DM - É otimista quanto a 2020?

Lincoln Tejota:  Tenho muitas razões para otimismo, porque nós mudamos a forma de gestão do Estado. O planejamento não acompanhava o orçamento. Apresentamos uma lei orçamentária embasada nos princípios e nos balizamentos da Secretaria Nacional do Tesouro Nacional e foi onde percebemos que na verdade, a folha de pagamento não estava em menos de 60%, já estava em mais de 80%. Então, a perspectiva para o ano que vem é boa porque nós enxugamos a máquina e fizemos o dever de casa. Estamos no processo de organização do modelo de gestão que inicia apenas o que pode ser executado, o que tem dinheiro, de forma responsável e isso está impactando toda gestão. E a população tem percebido que o governo é diferenciado porque não está vendendo sonhos para os goianos. O governador Ronaldo Caiado é muito sóbrio quanto àquilo que pode e não pode ser feito. É de fato um momento de emagrecimento, de perder gordura para depois começar um a ganhar musculatura e com isso promover o crescimento econômico, melhorando o resultado fiscal. 

DM - Qual a principal entrega do Governo em 2019?

Lincoln Tejota: Uma ação incisiva na área da saúde com foco na abertura das policlínicas, aumento das vagas de leitos de UTI, principalmente pediátricos, com a abertura da ala pediátrica no Hugol para dar sustentação ao HMI. Nós praticamente dobramos a quantidade de vagas de UTI no estado e quantidade de leitos pediátricos em Goiás. E claro, a segurança pública: com efetivo menor impactamos todos os índices. A cada dois dias, por exemplo, uma quadrilha é desbaratada no estado. Mas reporto como principal fato deste ano, a transparência com a real situação fiscal do estado e decorrente dela, a coragem de “arrumar a casa”, mostrar a realidade e então, interferir com medidas efetivas de reordenamento.

DM – A população espera por entregas. Há previsão de retomada de obras?

Lincoln Tejota: Esse é um diferencial que o governador Ronaldo Caiado tem batido firme: obras, somente com orçamento casado; para não faltar dinheiro para concluí-las, frustrando assim, a esperança da população. Apesar de todas as dificuldades, retomamos obras. Está quase pronta a Policlínica de Posse, a ser concluída em fevereiro. Além disso, demos início às obras do Hemocentro Coordenador Nion Albernaz, com dinheiro garantido para a conclusão. Hoje, a unidade cobre apenas 35% da necessidade de sangue. O objetivo com a reforma e ampliação é chegar a patamar igual ao de Santa Catarina, em que o Hemocentro cobre em torno de 95%. A obra deve durar cinco meses e a perspectiva é que a partir da ampliação, o Hemocentro também faça transplante de medula.

DM- É pouco para um ano de governo?

Lincoln Tejota: Absolutamente não. Vamos lembrar a realidade nua e crua. No começo de 2019, o Governo de Goiás assumiu um déficit que ultrapassava R$ 3 bilhões e após 10 meses de trabalho árduo e um novo modelo de compliance e gestão, foi possível dissolver os entraves e abrir janelas de oportunidades. O Estado de Goiás tornou-se uma grande vitrine de negócios no Brasil e no mundo. Em agosto, a balança comercial fechou com saldo positivo de U$ 200 milhões, comprovando o gigantesco potencial agrícola goiano. E, efetivamente, a segurança teve queda significativa em todos os índices, com efetivo menor. Nos últimos três meses, 902 homens foram para a reserva. Nossa força era em torno de 12 mil e hoje é em média de 11 mil homens. E mesmo assim, nós tivemos uma diminuição considerável em todos os índices, como assalto a mão armada, roubo de carga, cangaços, explosão a bancos, tudo isso ficou no passado. 

DM - E quanto à questão dos incentivos? Em que ponto isso está hoje?

Lincoln Tejota: O que nós temos que achar hoje é um ponto de convergência. A perspectiva de arrecadação do Estado estava posta: era de 15 bilhões anual em cima dos impostos, fruto do trabalho do empresariado, sendo que, desses 15 bi, 8 bilhões eram renunciados e isso é insustentável. Estamos falando do momento em que o Estado precisa retomar a capacidade de investimentos, porque não tem como falar de crescimento sem levar desenvolvimento para regiões sem infraestrutura. Como é que a pessoa vai pensar em se qualificar se ela não tem banheiro em casa, não tem asfalto na cidade dela e a escola em que estuda é um forno? Que empresa, qual indústria vai querer se instalar, se estabelecer num lugar desse? Então nós estamos falando da mesma coisa, de retomar a capacidade de investimento, mas o empresariado tem que entender que o Estado também precisa da ajuda dele. Não dá para o Estado sair abrindo mão de receita sem ter capacidade de investimento, porque o Estado não cresceu da mesma forma como ele deveria crescer, do mesmo tanto que deveria crescer. Sem investimentos, frusta-se a expectativa da população por serviços. Não podemos governar só na base da boa vontade. Então hoje é necessário o sacrifício de todos, inclusive do empresariado.

DM- E qual resultado Goiás teve com a aproximação com o Governo Federal? O presidente Bolsonaro veio muito aqui. Tem toda uma simpatia pelo governador, mas qual o benefício para o Estado?

Lincoln Tejota: O Governo Federal entendeu que o futuro do país está no Centro-Oeste. O Iris (Rezende) já dizia isso nas reuniões da redemocratização e recentemente recebemos um estudo que demonstra que nos próximos 30 anos, a grande locomotiva do crescimento do País é justamente o setor agropecuário e nosso desenvolvimento está ligado ao agronegócio. Mas, para que isso aconteça, nós precisamos de linhas para escoamento e que as plataformas multimodais estejam funcionando. A ação do Governo Federal vem nesse sentido de promover o funcionamento da Ferrovia Norte-Sul  que corta nosso Estado de ponta a ponta. Temos outros projetos que não tem como sair do papel se não tiverem apoio do Governo Federal. Foi importantíssimo ter o apoio do Governo Federal, por mais que não estejamos falando de aporte financeiro consideráveis. Esse ano foi um ano de preparação no Brasil inteiro. Ou seja, nós estamos nos preparando para os próximos anos, até porque dentro do planejamento orçamentário, nós ainda estamos cumprindo no PPA, a perna da gestão anterior, o que engessa nossas ações. Então, nós estamos juntos com o Governo Federal preparando para os próximos anos e isso tudo leva tempo. Não é coisa que se faz do dia para noite. A presença do Governo Federal é importante nesse sentido, da gente conseguir atrair investimentos. Os olhos do mundo estão voltados para Goiás. O que sinaliza avanços porque coloca Goiás na base do interesse de vários países.

DM - Falando de perspectiva para 2020, o Aeroporto Santa Genoveva vai estar internacionalizado ano que vem?

Lincoln Tejota: Com certeza. Os principais gargalos que impediam isso foram identificados e temos hoje uma vontade do Governo Federal para que a internacionalização aconteça. A ANAC está muito empenhada nisso, o Governador Ronaldo Caiado atuante. E toda a estrutura física para que isso aconteça também já está pronta. Agora é muito mais que uma questão de datas e de algumas etapas burocráticas que precisam ser vencidas.

DM - E o sobre o aeroporto de cargas em Anápolis?

Lincoln Tejota: O aeroporto de cargas em Anápolis está de vento em popa e mais de 90% da obra concluída. Já foi um aporte de 400 milhões de reais para a conclusão daquela obra e restando um pouco mais de 30 milhões de reais para que a pista comece a ser operada. Estamos levantando parceiros e temos trabalhado ao lado do Governador pensando no Estado melhor, um Estado mais leve. Então nós estamos buscando boas parcerias para gente entregar a operação para quem tem expertise fazer acontecer. E nós já estamos discutindo com vários grupos internacionais. 

DM-E quanto à renegociação da dívida do Estado, que está paralisando Goiás. Tem alguma expectativa para a entrada no RRF acontecer, uma data? Porque já é uma discussão que vem desde o início do ano.

Lincoln Tejota - Não tem data. Depende do Governo Federal e não da gente. O Governo de Goiás está fazendo sua parte e até lá, estamos equilibrando pratos.

DM- Neste governo o que tem sido feito para diminuir a corrupção?

Lincoln Tejota- Primeiro passo é que estamos trabalhando para diminuir a burocracia. A gente sabe que a burocracia é um instrumento que provoca a corrupção. Precisamos ser um Estado eficiente e que responda de forma rápida e célere dentro da capacidade governamental do Estado. Começa daí. Também temos trabalhado junto ao Compliance Público. Nós estamos revendo todos os contratos do passado, sendo extremamente criteriosos ao estabelecer novos contratos. Primeiramente, só vamos realizar aquilo que temos condição de pagar, para depois não ficar aquele martírio do empresário que precisa receber e o governo sem condições de pagar, sem recurso, precisando negociar de alguma forma. Então temos tido toda uma postural governamental de seriedade na forma de gestão, treinando e capacitando os servidores em todos os estágios da administração pública. Tudo isso, para promover confiança e maior eficiência.

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