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POLÍTICA

Onde voam as esperanças

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O DIMENSIONAL dos horizontes, visionados por uma porção dos políticos de Goiás, vai apenasmente até onde terminam as cercas da última roça e têm mais burros nos diplomas dos sabidos que nos campos goianos. Não chegaram sequer ao aprendizado vivenciado na autocrítica. Anagros, salienta-se-lhes a constatação. Burro, não é o próprio burro. O verdadeiro burro é o que segue o burro. Louco, não é o próprio louco. O verdadeiro louco é o que segue o louco. E tropeçam nas ideias às asnadas de ignorâncias muantes.

Não voo com as asas de ninguém. Voo com as minhas penas. Sei que não há pouso nos céus. A viagem na vida não acaba nesse mundo. Nunca estou entre os que aplaudem ou vaiam nos momentos de glória ou de martírio. Dentro do julgador está o que será julgado. Não me rasuro nas linhas da consciência. O que acontece à pessoa é resultado do livre-arbítrio na sua escolha, correta ou indigna, nos atos e fica cravado na tábua do seu destino. Talvez, por isso, Goiás está um presídio aberto na política e uma biblioteca fechada nos políticos.

Não me deixo no ontem e agradeço o que a vida me traz, seja na lição dos sofrimentos demorados, ou venha a ser no amargo em novas saudades, e sigo panhando sonhos muito longe de onde me veem. Vim carregando perdas e destramelando dificuldades no berçário do menino juntando esperanças aos 83 anos. O corpo humano é obra de Deus na carne que voltará a ser terra na despedida do espírito d’aqui. Então o meu corpo não é meu, não tenho nenhum apego ao material, mas zelo dele, por que é a oficina onde trabalham as máquinas que extraem as essências das substâncias nos elementos energizadores da pessoa e facultam à alma transportar-se na meditação para as órbitas do Infinito.

Existem confins no corpo humano. O Céu e a Terra ficam pertos na imensidade do cosmos concentrado no alado do âmago. Vou muito lá ver, ouvir e trazer, no pensamento e no sentimento, a clarividência que me envia, na intuição perceptiva, aos ensinamentos da ciência exata da vida na política e no jornalismo.

Eis onde atravesso o mundo aqui e entro no Mundo Maior.

A cabeça é o lugar onde entramos e vamos ao Universo no cérebro. Os olhos são a lanterna da luz que limita as distâncias no azul e enxergamos as coisas que não se tem como vê-las no olhar. As orelhas são auditórios para ouvir as críticas e os elogios, e procurar escutar, nas vozes, a falsidade calada nas palavras. Os pulmões trazem a atmosfera filtrada nos fôlegos e, na respiração, os aromas no nariz. As mãos simbolizam bandeiras espalmadas nos acenos do mastro da paz, ou arriadas na haste da traição, com o dedo indicador em riste ao traído e o polegar, emborcado para trás, indicando o traidor. Os pés medem o mundo nos passos dos bons e calculam o povo nos rastros dos maus. Na boca, moram dois perigos: nos dentes que mordem a gula nas comidas e escondem mordidas nos sorrisos; na língua que chicoteia honras nas calúnias e se silencia na vergonha da culpa. Os demais órgãos são acessórios fundamentais no metabolismo separativo das ceras do mal nos favos do bem.

Deus nos ouve na consciência e nos fala no coração. Procuro estar-me merecedor de ouvi-Lo e recebê-Lo. Por isso, vigio-me à porta das emoções nas celeumas e, alerto, nas células cognitivas. Experiencei-me em prudência. Ainda na verdura dos meus anos, percebi que a vida me trouxe para sofrer calado no cerco das resignações. Na esteira do jornalismo levando-me às moendas do sacrifício. Na travessia continuada das amarguras esfacelando-me. Nas apreensões com as despesas da manutenção do jornal e chuleando os bolsos esvaziados. No alagado das ondas de pressão empurrando recife de barreira econômica à liberdade de opinião. No empoeirado das quedas destroncantes das forças e desoladoras no ajuntamento dos cacos. Mas os baques nas travessias não me aluíram no ânimo pereneal.

Permaneço intacto na firmeza do caráter em tudo que realizo e me empenho como se fosse a coisa mais importante e a última de minha vida. Estou pronto para o adeus à Terra a qualquer minuto que a morte vier buscar-me e preparado para a chegada a Deus. Sei que essa existência da pessoa é passageira e que está cronometrada nela o dia da partida da alma dos bons para os passeios na Vida Eterna.

A TERRA está uma cavilha de linchamentos nos arsenais do ódio.

O Brasil está uma roldana de cadafalsos nas armarias do rancor.

Goiás está lacerado nas degolas de pescoços nos pináculos da vindita.

Os mandões do Estado, que se vistoriem em suas vidas.

A única coisa que desejo, dessa cheia de condutores do povo na política e nas religiões, é que me esqueçam. Como Lúcifer corporificava a inteireza do Mal, pelo visto e sabido, ele está andando disfarçado de santo em Goiás. Os partidos estão cheios de chefes nos trajes ideológicos da direita e da esquerda. As igrejas têm teólogos manteados do Cristianismo em pregadores cheios de contas nos pecados mortais. Ululam gabolas. Desescondam os escribas da autoria apócrifa de seus textos vadios. O poder ensombra-os no anonimato. Ou saiam às caras abertas, ou parem de tecer desculpas nas leis e disfarces de máscaras para fechar a Liberdade no Diário da Manhã. O que gangorra os alicerces dos governos, balança no Fim dos Tempos arrancando as raízes das oligarquias da corrupção.

Uma leva substanciosa no elenco dos candidatos a mandatos majoritários e populares nessas eleições, diversos garupados nos restos de liderança dos genitores, vários esbirrados nos troncos das árvores genealógicas idosas, tantos empresários encaixotados na política, estão indo para as urnas desse pleito com a mesma performance histórica dos degredados portugueses nos anos vagarosos da Coroa Lusitana para o desterro na colônia do Pau-Brasil.

O apedrejamento é geral e gradativo aos grandalhões e às miuçalhas dos poderes terrenos. Realmente escorre lama das honras públicas. Mas há torrões de mentira e pedras da verdade. O denuncismo pesteou a internet de fake news nos blogs, nos portais, sites de notícias, nas redes sociais e criou audiência no boca a boca nas ruas, nas estradas, nos eleitores, nos estudantes e até no troca-troca das torças nos olhares nas solenidades. Está de político andar escondido onde estiver.

Não transito em ambientes de sentimentos machucados. Meu coração não gosta. A lágrima de toda pessoa molha-me. Dores abrindo feridas, bastam-me as minhas nas costas. Mas prefiro estar nos sofridos que nos maldosos. Minha honra é o altar. A honra alheia é o santo. Antes de avaliar a conduta de alguém, faço a conta dos seus atos. Somo. Divido os positivos e os negativos. Tiro o resultado. Se os benéficos forem menos que os maléficos, não julgo o resultado. Confiro-me. Se eu houver cometido uma só das danuras ou não tiver praticado uma só das benesses, sinto-me culpado e rezo por nós dois.

Sou solidário a amigo ferido, ao extremo de carregar a sua cruz, machucado por ele. Mas não seria cúmplice nem de mim, se houvesse cometido uma deslisura. A única reparação à falha é assumi-la e sanar o efeito dos danos dela. Não importa a zoadeira da repercussão no desgaste público. O realmente importante é não ter que ouvir a lamentação do remorso no íntimo.

Gemem dores nos pedidos calados de socorro nesse momento. Estamos sob o turbar do vozerio ao arfar das exaltações ofegantes no fluxo das tormentas revoltadas nos revezes, quais ondas golfadas ao rugir dos ventos nas águas com náufragos se debatendo à tona do desespero. E me calo, pensativo e ansioso ante esse acontecimento dantesco. Nada poderá ser feito nas praias da ajuda ou nos penhascos do atrapalho, pelos naufragados. Muitos submergirão e muitos emergirão. A salvação depende de cada um deles. Só deles. Esse temporal que rasga o Brasil nos três poderes da República, arrebenta leis supremas, esbagaça tronos da corrupção, retorce soberanias nas grades dos presídios e espanta sonos nas preocupações vigieiras. É a ponta dos tufões nos cataclismos do Apocalipse à cata do mal nas cotas do bem. Existem joios com casca de trigo e trigos com casca de joio. Serão quebrados. O joio irá para o fogo. A Luz virá para o trigo.

O ciclo das mudanças históricas fecha o cerco da sucessão dos mesmos por eles próprios no Governo de Goiás.

A quadra profetizada há dois mil anos do Fim dos Tempos arrocha nos dias de agora e irá espremendo, sem parar, até a tritura final do casulo dos nefastos.

Agonizam os dias nas vésperas das eleições. As incertezas estampam angústias nos semblantes dos candidatos maiorais nas vitrines do Tempo Velho e do Tempo Novo, quando o signo de David e Golias, na Babilônia, foi evocado em Goiás. O David no Marconi ao derrotar o Golias no Iris. E não há mais como fingir não ver o novo cenário desenhado. O David no Ronaldo derrotando dois Golias no Marconi e no Iris. Culpa é do atual marqueteiro mor do irismo e da rodela de marqueteiros do marconismo. Os dois líderes tradicionais se mordem e se engolem mastigando-se aos olhos do povo goiano.

Assisto esse suicídio eleitoral de coração atado. Os dois foram envenenados por marqueteiros nas adegas da vaidade e não receberam o antídoto do envenenamento na biblioteca dos pensadores. Em minhas mãos não cabem as nódoas dos carrascos ou a umidade da bacia de Pilatos. Não cuspo nos pratos da amizade, embora muitos estiveram à mesa ao lado de hordas de Judas.

O VOTO SECRETO esconde no eleitor rencas de Calabares. Sempre antecipei em artigos os nomes dos candidatos do meu voto. Votei no Ronaldo Caiado em todas as eleições. Traição, ingratidão e delação são crimes do caráter. Ronaldo Caiado esteve leal a mim numa hora em que forças batiam-me inimizadas. Ronaldo é ele no Ronaldo. O líder nasceu nas praças públicas e não nos quintais políticos dos Caiados. No seu governo os goianos não assistirão a repetência do irismo e do marconismo dissimulador no caiadismo. Ronaldo é filho das lutas de uma família chamada povo.

Meu voto para presidente do Brasil será no Henrique Meirelles. Não por que ele é goiano, embora a cidadania dele na minha já justificaria o apreço à terra que está na carne. Voto no Henrique Meirelles por ser, dentre os demais, o único preparado para reorganizar o País no governo.

Os demais possuem eloquência nos discursos das promessas e se mostram capengas no embaralhamento das soluções políticas dos atos das crises que, a continuarem assim, chegaremos à uma guerra civil ou à primeira ditadura do Judiciário no mundo, aqui no Brasil. A crise não é política, nem econômica. É a bolha da corrupção criada pela comercialização dos políticos e pela politicalhação dos empresários. Se o povo chamar Meirelles nos votos nessas eleições, ele resolverá. Meirelles chegou à presidência mundial do Bank Boston. Salvou o governo do presidente Lula na presidência do Banco Central. Socorreu o presidente Temer de cair no início de seu governo, como ministro da Fazenda. Só ele é capaz de realinhar o Brasil. A maioria dos demais candidatos, não. Se reorganizar o governo do Brasil, acaba com a corrupção. Todavia, a mais importante de todas as lições da sua competência é a de que ele saiu pobre de Goiás e está entre os ricos famosos do mundo, produzindo conhecimento. Provou que ideias valem mais que barras de ouro.

Meu voto não faltou ao Marconi Perillo nas quatro eleições para governador de Goiás e para o Senado. Do seu terceiro governo, percebi a súcia de escribas e de catadores nas verbas de propaganda distanciá-lo para o convívio de suas rodilhas pegajosas. O Frederico Jayme e uma plêiade de jornalistas conhecem as chagas das punhaladas que as cicatrizei nas costas.

Não tenho a porta por onde se tira amigos.

Marconi cometeu imprudências políticas ao se permitir remanejado entre os que passaram a rodeá-lo nos erros históricos. Mas é um estadista que os cabotinos da bajulação jeitosa desvestiram, no governador, o moço da camisa azul. E fê-lo acreditar na toalete das obras. E induziram-no a confiar em lealdade nos arranjos das traições. E levaram-no para seus brindes aos lucros inconfessáveis. E o trouxeram raspando-se na derrota da candidatura para senador. Mas, se o Marconi Perillo tiver um voto, será o meu.

Voto no Ronaldo Caiado para governador de Goiás.

Voto no Henrique Meirelles para presidente do Brasil.

Voto no Marconi Perillo para o Senado.

E voto nos três como votei no Iris Rezende, mesmo depois o Diário da Manhã ter sido fechado por urdições de iristas que, hoje, exercitam suas urdiduras no marconismo.

Os líderes políticos de Goiás são tratados em Brasília como abarracados nos mandatos populares, ou como nômades serviçais nos cargos de ministro, pelos turistas do Rio de Janeiro que passam as férias nos folguedos da Praça dos Três Poderes e paulistas forasteiros do Brasil que se hospedam no Palácio do Planalto.

Iris Rezende caiu na arapuca do Ulisses Guimarães no governo do presidente Sarney.

Marconi Perillo acabou de entrar na ceva do Fernando Henrique Cardoso.

Henrique Meirelles foi enjaulado pelo presidente Michel Temer.

Manifestações extrassensoriais, captadas na intuição perceptiva, manifestam que um presidente goiano do Brasil reabrirá a alvorada de progresso que passará a cintilar no crepúsculo dos horizontes nacionais, desde que o ex-presidente Juscelino Kubitschek foi para o Céu, na morte pela ditadura militar durante uma viagem da Frente Ampla.

Então, votarei no Ronaldo Caiado para governador de Goiás. É o voto na esperança de que ele também não se atraia pelas urupucaias da tucanada de São Paulo.

E que se levantem, dos votos do povo goiano, voos de esperanças que pairem acima das rastejadas de asas dos bandos de tucanos paulistas.

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