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POLÍTICA

Senador Canedo,  cidade dividida

É comum ouvir de moradores de Senador Canedo que a cidade era uma antes e virou outra após a administração do prefeito Vanderlan Cardoso (PSB). De fato, quem conheceu o município antes de 2004, sabe que foram processadas mudanças importantes no governo de Cardoso (2005-2010) e de seu sucessor, o vice-prefeito Túlio Sérvio (PSB), que governou até 2012. Túlio poderia, mas não quis candidatar-se à reeleição. A solução encontrada a época pelo grupo situacionista foi sacar a candidatura do representante do município na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Misael Oliveira (PDT). E acabou dando certo, pois Misael foi eleito, garantindo a continuidade do projeto do grupo político. Mas, ultimamente, o caldo desandou. Os aliados de outrora – Misael e Vanderlan -, estão rompidos. E tudo indica, não há espaço para reconciliação. O que fazer?

Em entrevistas a rádios e jornais, Misael Oliveira acusa Vanderlan Cardoso de construir outro projeto político.  A abertura, em junho, de um escritório político do PSB em SenadorCanedo teria sido a gota d´água. O prefeito acusa o seu antecessor de tentar montar um governo paralelo na cidade. Em várias rodas políticas, comenta-se que o candidato de Cardoso seria o empresário Zélio Candido, que está filiado ao PSB e já foi secretário de Indústria e Comércio no município. Noutras, avalia-se que o melhor nome do grupo de Vanderlan Cardoso seria a sua esposa e ex-primeira dama de Senador Canedo Izaura Cristina Catanhêde. Carismática, ela é lembrada pelo trabalho que realizou na área social e por não ter os desgastes dos quais são acusados os políticos tradicionais.

Enquanto dois brigam, um terceiro leva vantagem. O racha na base governista pode ser a oportunidade para o deputado estadual Sérgio Bravo (Pros) apresentar sua candidatura. Ex-vereador, ele conhece como poucos o humor das lideranças políticas do município. Há ainda aqueles que enxergam na crise política a chance para o retorno do ex-prefeito Divino Lemes (PSDB), que governou Senador Canedo em três oportunidades.

Misael sabe que irá precisar de aliados de peso para enfrentar o grupo de Cardoso, e talvez por isto tenha buscado se reaproximar do governador Marconi Perillo. Em entrevista à Rádio 730, o prefeito revelou que irá deixar o PDT e se filiar ao PSDB, a convite do governador,  e que irá seguir as orientações do mesmo, distanciando-se de vez dos compromissos que já teve com Vanderlan Cardoso, a quem apoiou nas duas campanhas para o governo do Estado em 2010 e 2014.

Vanderlan, por sua vez, declarou na mesma emissora que está focado na sua pré-candidatura à prefeito de Goiânia e aproveitou para alfinetar o ex-aliado: “Eu procuro não me aborrecer com coisas ruins, mas a gente fica sabendo. O prefeito Misael parece um pouco desorientado. Ele foi eleito com nosso apoio, mas parece que ele não viu o grau de responsabilidade que é ser prefeito de uma cidade como Senador Canedo. Ele parece que acha que ainda está na Assembleia. É lamentável,” diz.

O futuro de Misael Oliveira e de Vanderlan Cardoso ainda está por ser escrito. Unidos, mostraram força em Senador Canedo, separados terão êxito? Misael vai viabilizar sua reeleição? Vanderlan conseguirá ser candidato á prefeito ou o seu partido, que agora é dirigido em Goiás pela senador Lúcia Vânia tomará outro rumo?

A história mostra que a divisão em grupos governistas sempre beneficia seus opositores. O sábio escritor russo, Leon Tostoi, disse certa vez: “Se queres ser universal começa por pintar atua aldeia”. E aí fica a pergunta: Vanderlan vai trocar a possibilidade de manter a hegemonia em Senador Canedo para se arriscar na disputa em Goiânia?

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