Home / Política

POLÍTICA

Presidentes  da Odebrecht e Andrade Gutierrez foram presos na 14ª fase da operação

Adriana Justi Do G1 PR

A Polícia Federal (PF) cumpre desde a madrugada de ontem (19) a 14ª fase da Operação Lava Jato. São 59 mandados judiciais, sendo 12 de prisões temporárias e preventivas, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Esta fase da operação, chamada de 'Erga Omnes', tem como alvo as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, segundo a PF

Segundo o Ministério Público Federal, as empresas tinham esquema "sofisticado" de corrupção ligada à Petrobras, envolvendo pagamento de propina a diretores da estatal por meio de contas bancárias no exterior. "Não temos dúvida alguma que a Norberto Odebrecht e a Andrade Gutierrez capitaneavam o esquema de cartel dentro da Petrobras", disse Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador do MPF.

Em nota, Odebrecht disse que a ação policial é desnecessária porque a empresa e seus executivos sempre estiveram à disposição para esclarecimentos. A Andrade Gutierrez negou relação com os fatos investigados na Lava Jato. Veja a íntegra das notas ao final do texto.

PRISÕES

Dos 12 mandados de prisões preventivas e temporárias, nove foram cumpridos.

César Ramos Rocha, da Odebrecht, não foi localizado. Elton Negrão, executivo da Andrade Gutierrez, e Paulo Roberto Dalmazzo, da Odebrecht, vão se apresentar ainda nesta sexta, segundo a PF. Há mandados de prisão preventiva contra os três.

CRIMES

Os executivos são suspeitos de crime de formação de cartel, fraude em licitações, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Segundo o delegado da PF, Igor Romário de Paula, todos os presos serão trazidos para a carceragem da PF, em Curitiba, ainda nesta sexta-feira.

O delegado afirmou que há indícios bem concretos, com documentos, de que os presidentes das empresas tinham "domínio completo" de atos que levaram à formação de cartel e fraude em licitações, além de pagamento de propinas.

MANDADOS

Dos 12 mandados de prisão, oito são de preventivas e estão sendo cumpridas em São Paulo (4), Rio de Janeiro (3) e Minas Gerais (1). Outros 4 mandados de prisão temporária são cumpridos em São Paulo (2) e no Rio de Janeiro (2).

A prisão temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. Já a prisão preventiva pode ocorrer por termpo indeterminado, enquanto durarem as investigações.

Outros 9 mandados são de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento. Eles estão sendo cumpridos em São Paulo (5), Rio de Janeiro (3) e Porto Alegre (1).

Há ainda 38 mandados de busca e apreensão sendo cumpridos em Jundiaí (1), São Paulo (17), Rio de Janeiro (16), Belo Horizonte (2) e Porto Alegre (2).

A Lava Jato foi deflagrada em março de 2014 e investiga um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Esta fase da operação foi batizada de Erga Omnes e investiga crimes de formação de cartel, fraude a licitações, corrupção, desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro, entre outras. Erga Omnes trata-se de uma expressão muito usada no direito, que afirma que a lei deve atingir todos de modo igual.

A Odebrecht foi citada em 15 de setembro do ano passado durante um depoimento de Paulo Roberto Costa, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro. Na época, ele detalhou à Polícia Federal supostas irregularidades cometidas pela empresa em contratos com a Petrobras.

O outro lado

Em nota, a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) confirmou a operação da Polícia Federal em seus escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Da mesma forma, alguns mandados de prisão e condução coercitiva foram emitidos.

"Como é de conhecimento público, a CNO entende que estes mandados são desnecessários, uma vez que a empresa e seus executivos, desde o início da operação Lava Jato, sempre estiveram à disposição das autoridades para colaborar com as investigações", diz a nota.

Também por meio de nota, a construtora Andrade Gutierrez informou que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento.

"A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todas os questionamentos da Justiça o quanto antes", diz a nota.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias