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Marina Silva fala sobre as manifestações, ‘superaram qualquer expectativa’

A ex-candidata à Presidência, Marina Silva, definiu as manifestações do último domingo (15) como “fantásticas”, mas alertou que qualquer possibilidade de impeachment – solução apontada pelos manifestantes - pode agravar a situação. O depoimento foi dado em entrevista ao jornal “Valor Econômico” desta sexta-feira, a primeira após o ato da população no dia 15. A ex-senadora afirmou, “sem que se tenha um fato que diga que há responsabilidade direta da presidente da República não nos tira do caos. Pode aprofundá-lo”.

Marina Silva já havia comentado a crise política por meio do seu blog, no último sábado, mas esta foi a primeira vez que a ex- senadora e ministra do Meio Ambiente comenta sobre as manifestações com a imprensa, e lembrou que, durante a última campanha presidencial dizia “Os problemas do Brasil são apenas uma dor de cabeça, o que deve ser feito é dar um analgésico”.

No entanto Marina declarou que apesar da manifestação ter superado qualquer expectativa, o povo “agora se quer dar doses de morfina”. Ela esclareceu que os protestos atuais são diferenciados dos ocorridos em 2013, pois naquela época não tinham um foco direcionado, e acusou o governo Dilma de “patrocinar todos esses retrocessos” desde então. Segundo a ex-candidata à Presidência, a população agora enxerga que Dilma venceu as eleições sem um programa de governo.

“O que está posto à prova nas manifestações é uma energia política da sociedade para mudar a nação, mas que o impeachment ainda não é a melhor saída, e sim o diálogo” declarou Marina. Defensora do debate, ela disse que acredita que o Brasil deveria adotar práticas de “democracia evoluída”, investindo em um bom conjunto de governos, “mediante ao que os partidos têm a oferecer de melhor”.

Todavia, sobre o impeachment ela foi incisiva:

“A instituição do impeachment (...) é uma questão complexa. Não é porque este ou aquele grupo está insatisfeito que se deve recorrer a esta ferramenta. A tentativa das pessoas de querer voltar à normalidade, talvez com a mesma pressa que tiveram para escolher sem se ater a programa, sem se ater a quais eram os compromissos, não pode ser repetida na hora de reparar o erro. Não é dizer fora fulano ou beltrano. O maior objetivo deve ser o de acolher o Brasil. O Brasil, esse sim, está excluído”.

Marina Silva ainda está envolvida em viabilizar seu partido, chamado na entrevista por ela mesma de O Rede (e não A Rede), e ressaltou que nenhum grupo político se beneficia de uma “situação ruim para o país

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