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Marconi defende urgência em combate à corrupção

Ao comentar protestos de domingo, governador diz que impaciência dos brasileiros  é crescente e que solução para crise virá do cumprimento dos compromissos assumidos

Helton Lenine Especial para Política&Justiça

O governador Marconi Perillo (PSDB) avaliou, ontem e anteontem, o significado e a repercussão das manifestações de rua ocorridas em todo o País no domingo, afirmando, nas duas ocasiões, que os governos precisam dar uma resposta ao clamor da população na tomada de efetivas medidas contra a corrupção e para dar mais eficiência à máquina administrativa. Ao pedir medidas duras contra a corrupção, o tucano também pregou equilíbrio e ponderação na condução da crise política e econômica vividas pelo País com o escândalo da Petrobras, a deterioração das contas públicas da União, aumento da inflação e do desemprego.
O tucano comentou as manifestações no domingo, em seus perfis no Facebook e no Twitter, e ontem pela manhã, durante evento da Secretaria de Gestão e Planejamento, com a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. "Eu queria me referir ao movimento de ontem (domingo), que certamente levou às ruas mais de 2 milhões de brasileiros, que foram às ruas para pedir decência, para pedir o cumprimento dos compromissos dos políticos e dos governos, mas especialmente para pedir eficiência na gestão pública, enxugamento das máquinas gestoras País afora, mas fundamentalmente para pedir uma gestão eficiente", disse o governador ontem.
"Se providências rápidas não forem adotadas, ministro, nós vamos ver crescer cada vez mais a impaciência dos brasileiros em relação aos desmandos, à corrupção, com relação à falta de eficiência e à falta de gestão", disse Marconi, fazendo referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, paraninfo da turma de formandos da escola de governo.
O governador disse que Goiás está procurando fazer a sua parte para melhorar os serviços públicos e fazer as correções de rumo necessárias para amenizar, no Estado, o impacto da crise econômica, de forma a amenizar o efeito negativo das quedas nas receitas sobre a eficiência dos serviços públicos ofertados para a população. "Nós estamos trabalhando há um tempo para que, em que pesem as limitações financeiras do Estado, em que pesem as muitas demandas legítimas da sociedade e a complexa estrutura administrativa da máquina do governo, nós procuramos fazer as coisas paulatinamente, com eficiência", disse Marconi.

Contraponto
O equilíbrio e a ponderação têm dado o tom dos pronunciamentos do governador desde que a presidente Dilma Rousseff se reelegeu, em outubro. Antes da intensificação da crise política e econômica, o governador vinha pregando a parceria administrativa com a União, afirmando que o Brasil, apesar de dividido, precisava aceitar a vitória do PT nas urnas e se unir em torno da construção de um País melhor.
Marconi, no entanto, reconheceu o peso das manifestações e disse que elas precisam ser levadas em conta. "As manifestações neste momento, em Goiás e em todo o Brasil, são muito expressivas, contundentes e fortes, mas felizmente democráticas e pacíficas", afirmou o governador no domingo em seu perfil no Facebook e no Twitter. Na sexta-feira (13), antes dos protestos, o governador lembrou que o Estado vive situação diversa, com a economia mantendo-se em crescimento, com o governo inaugurando obras e com a ausência de crises éticas ou políticas.
"Está claro que existe um clima de indignação e de impaciência dos brasileiros com a crise ético-moral que abala o nosso País, com reflexos na economia e na credibilidade dos maus governantes", afirmou ainda o governador em suas redes sociais, para quem a crise afeta a confiança dos cidadãos e das empresas, nacionais e estrangeiras, na economia do País.
Ainda no comentário feito nas redes sociais, o governador pregou o diálogo, e "não a ruptura", no enfrentamento da crise política e econômica. Disse que as manifestações são uma manifestação da maturidade democrática do País, especialmente por terem transcorrido em clima totalmente pacífico.
"É preciso dar uma resposta urgente, mas ainda acredito que o diálogo e não a ruptura é o melhor caminho neste momento. Parabéns a todos que estão nas ruas pelo comportamento exemplar e pelo comprometimento com o nosso Brasil", disse o governador. Marconi encerrou sua avaliação sobre a manifestação, postada em suas redes sociais, com uma mensagem de otimismo. Segundo ele, "o Brasil é um País que é maior do que qualquer crise".

Manifestações são “alertas” aosagentes públicos, diz Eliton

Vice-governador e secretário de Desenvolvimento vê protestos “com muita esperança de que sejam o retrato do pensamento social brasileiro hoje”. Ele concedeu entrevista à Rádio 730, ontem.
As manifestações, que levaram às ruas do País mais de 2 milhões de brasileiros, são “um alerta para todos nós que exercemos cargos públicos, para que possamos caminhar em convergência com o aquilo que a opinião pública espera dos seus políticos representantes”, avalia o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), José Eliton, em entrevista à Rádio 730, na manhã de ontem. De acordo com o vice-governador, os protestos “são legítimos e atestam que a democracia brasileira a cada dia que passa se fortalece, se estrutura e tem bases sólidas em suas instituições”.
Para José Eliton, a iniciativa popular deu a cada cidadão de todos os cantos do País o poder de expressar livremente o seu pensamento e suas insatisfações, principalmente em relação à crise ético-moral. “Vejo com prudência as manifestações, mas com muita esperança de que sejam, efetivamente, o retrato do pensamento social brasileiro hoje”, afirma.
Sobre a possibilidade de se filiar ao PSDB, Eliton afirma que “hoje não tenho qualquer expectativa em relação a isso”. Segundo ele, “estou filiado no PP, me sinto bem, sou presidente estadual do partido e quero poder contribuir para que a legenda possa, mais uma vez, se consolidar como o grande partido nacional que sempre foi”.
Ao tratar dos ajustes fiscais e dificuldades financeiras que afetam a vida dos Estados, o titular da SED afirma que é preciso o equilíbrio fiscal mas que permita investimentos para melhoria de vida das pessoas. “Sem esses avanços, o cidadão brasileiro fica insatisfeito com a condução das políticas econômicas”, analisa.

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