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Debate na Câmara Municipal foca na detenção de vereador

A sessão da Câmara Municipal de Goiânia desta terça-feira (14/11) foi voltada para o debate sobre a detenção do vereador Vinícius Cirqueira. Foram quase duas horas de discussão acerca do assunto. Na ocasião, foram também exibidos vídeos do acontecido.

Cirqueira foi parado em uma blitz, no setor Sul, na última sexta-feira (10/11). "Estava saindo de uma reunião no Paço, juntamente com o meu colega Romário Policarpo (PTC). Fomos identificados por um soldado e depois de saber que éramos vereadores ele nos liberou", contou.

"Entretanto, o sargento, de forma agressiva, veio gritando e dizendo os dois neguinhos de olhar vermelho não podem ser liberados. Exigi que ele fizesse vistoria no carro. Ele se ofendeu. Sacou da arma e mandou colocar as mãos na cabeça. Não sabia que eu era vereador. Ou seja, não dei carteirada como ele falou. É mentira. Chegou dar tapas no celular do Romário", disse.

"Na verdade, fui insultado, xingado, agredido e humilhado. Me levou para o Batalhão de Choque onde fui insultado e ameaçado. Sofri bastante, como minha família. Não sou malandro nem desonesto. Sou um cidadão como outro qualquer. Nunca cometi ato ilícito. Felizmente foi apenas a ação de um policial que envergonha a corporação."

Ele ainda se pronunciou na tribuna com relação a reunião feita com Marconi Perillo na segunda-feira (13/11). "Inicialmente, quero dizer que em nenhum momento ofendi ou desacatei o policial. Porém, o delegado me incriminou por desacato de autoridade, resistência, desobediência e lesão corporal", informou.

Racismo

Policarpo Romário (PTCacrescentou sua história de vida em seu discurso."Sempre fui vítima do preconceito, desde que nasci. Fui menino de rua, cresci num bairro periférico, estudei para chegar onde cheguei com muita luta e dedicação. Sou negro e com muito orgulho. A realidade brasileira, nesse caso, é triste."

"Depois de 300 anos de escravidão o racismo está vivo entre nós, inclusive de negro contra negro. Em 2014, por exemplo, apenas 3% dos eleitos eram negros. Dos 35 vereadores, só seis são negros", comentou o vereador que acusa o sargento de racismo.

Além disso, frisou que "a PM não merece policial despreparado para a função. Quero agradecer a Guarda Civil Metropolitana e da própria PM pelo apoio", disse enquanto era aplaudido.

Posição de vereadores 

Diversos vereadores apoiaram Cirqueira e Policarpo. No entanto, Cabo Senna (PRP), se posicionou em favor do sargento, afirmando que ele é um "excelente policial, com mais de 28 anos na Polícia Militar".

E completou: "Temos que apurar os fatos. Mas trata-se de um fato isolado. A Corregedoria deve apurar e se comprovar abuso, aí sim, as medidas disciplinares devem ser tomadas."

Depois do discurso, Cabo Senna foi contestado por políticos como Tatiana Lemos, Clécio Alves, Carlin Café, Policarpo Romário, Jair Diamantino e Wellington Peixoto. "As imagens são claras. Não houve desrespeito ao policial. Este Poder é que foi desrespeitado", afirmaram.

Leia mais: Marconi se reúne com PMs e vereadores depois de confusão

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