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OPINIÃO

Existe violência virtual? Violência virtual contra mulheres...a que ponto chegamos!

É fato que o tema da violência contra mulheres tem assumido ganhado espaço na atualidade, principalmente nesta crise pandêmica, que elevou a altos índices as ocorrências de violência doméstica, devido ao isolamento social. Mas é necessário mergulhar pouco mais fundo. A violência contra a mulher vai muito além da tortura física. A tortura mental é parte integrante neste tipo de violência, e abrange também a violência virtual.

A violência virtual não se limita ao cyberbullying ou à pornografia lançada por vingança na web. Se analisarmos bem, a soma de todos esses fatores pode vir disfarçada de cuidado ou de forçosa preocupação. Quem nunca recebeu aquela mensagem no celular, perguntando “com quem você estava falando?” ou “onde você estava?”. Pode não parecer, mas isso também é um tipo de violência. Pense bem! Esse controle ditador sobre os movimentos das mulheres vem crescendo, e muito, nesse período de distanciamento social. Essa necessidade de controle, disfarçada de cuidado é capaz de tolher a mulher no seu dia a dia, impedindo-a de realizar atividades simples, por medo do que seu companheiro será capaz de fazer ou pensar sobre ela.

Insultos, ameaças, desprestígios, são alguns dos tipos de violência virtual sofridos pelas mulheres. Trata-se de uma violência sofrida diariamente por mensagens, comportamento socialmente ignorado e que, muitas vezes, sai do virtual para o físico. É necessário compreender que a liberdade da mulher não está limitada às vontades do companheiro. Houve, e ainda há, lutas e mais lutas para garantir às mulheres direitos essenciais. Há de haver mais. Estamos longe de compreender o óbvio: a mulher é um ser livre!
Não há uma distinção linear entre é violência virtual e violência ‘real’. Assim como no “mundo real” é preciso denunciar a violência virtual. Não há nenhuma solução que não passe por aqui. Denunciar, punir, problematizar, dialogar, educar.

Para tanto, vale lembrar que o Governo Federal possui um canal de denúncia próprio para mulheres vítimas de violência de qualquer natureza. O número 180 tem a finalidade de receber e acolher mulheres vítimas de violência, funcionando 24 horas por dia, 7 dias por semana.

É preciso entender que, se a mulher deve manter subordinação ao companheiro, isso constitui violência, seja ela física ou virtual. É necessário mudar este cenário para que as mulheres possam cada vez mais conquistar seu espaço, gritar alto sua voz e determinar sua vez. Não, não é cuidado, é violência, é controle, é comando… A liberdade da mulher não pode e não deve estar condicionada à vontade do homem. A mulher é livre, e qualquer tipo de violência contra ela é fere a moral, a ética, a lei e a dignidade humana!

*Renata Ferreira, estudante do curso de Direito da UniAraguaia. Artigo orientado pela professora mestra Roberta Barros.

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