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OPINIÃO

Mais um grande feito do Rafael Júnior

Ja­taí, 5 de abril de 1989. Fa­le­ce o co­mer­cian­te Jo­a­quim Bor­ges de Oli­vei­ra, meu  inol­vi­dá­vel pai.

Ja­taí, 5  de abril de 2018. O  ar­qui­te­to, mes­tre em Cul­tu­ra Vi­su­al,  dou­tor em His­tó­ria, ex-co­or­de­na­dor do De­par­ta­men­to de Pla­ne­ja­men­to Ur­ba­no da Pre­fei­tu­ra, Ra­fa­el Al­ves Pin­to Jú­ni­or, seu ne­to ma­ter­no e fi­lho ado­ti­vo, traz à luz mais uma obra. São mui­tas, nes­sa do­ce ur­be, pro­du­zi­das pe­lo seu la­bor na ar­qui­te­tu­ra, po­rém a que  ago­ra ofe­re­ce (a par­tir das cin­co da tar­de na “Gra­fi­te Cul­tu­ral”) é o li­vro “Ter­ri­tó­rio Hi­po­té­ti­co: su­do­es­te de Go­i­ás (1890- 1940)”, da Edi­to­ra CRV. Nes­se mes­mo es­pa­ço lan­ça­ra, em 2015, “Vi­ver no Ser­tão Fa­zen­das do Su­do­es­te de Go­i­ás (1830-1930), ter­ri­tó­rio, ar­qui­te­tu­ra e co­ti­dia­no”, pe­la edi­to­ra evi­den­ci­a­da.

O tí­tu­lo bro­tou de um ar­ti­go con­tra o go­ver­no de Bra­sil Cai­a­do na edi­ção de 18.5.1928 do jor­nal “Voz do Po­vo”, que se ini­ci­a­va com a ex­pres­são “Nes­te lon­gín­quo e qua­se hi­po­té­ti­co Go­i­ás”. Hi­po­té­ti­co? Co­mo sê-lo um ter­ri­tó­rio? Es­ta re­gi­ão é uma re­a­li­da­de cons­tru­í­da,  ini­ci­al­men­te com a pe­cu­á­ria,des­de as pri­mei­ras dé­ca­das do sé­cu­lo XIX, en­tre o Tri­ân­gu­lo Mi­nei­ro e Ma­to Gros­so, e re­sul­ta de mui­tas lu­tas, in­clu­si­ve de fron­tei­ras. O Tri­ân­gu­lo di­vor­ci­a­ra-se de Go­i­ás  e se ajun­ta­ra a Mi­nas Ge­ra­is, en­quan­to que os ma­to-gros­sen­ses, que pos­su­í­am área mai­or do que a dos go­i­a­nos, rei­vin­di­ca­vam am­pliá-la em pre­ju­í­zo nos­so, e atin­gi­ram o ob­je­ti­vo.  Lê-se, nes­sas pá­gi­nas, que as inau­gu­ra­ções do Gru­po Es­co­lar Bra­sil Cai­a­do (atu­al Es­co­la Es­ta­du­al Mar­con­des Go­doy) e da  pon­te so­bre o Rio Cla­ro de­ram-se em 1929(ano do co­me­ço da Gran­de De­pres­são) com o pro­pó­si­to de  de­mons­trar pres­tí­gio do  in­ten­den­te Mar­con­des jun­to ao go­ver­no do Dr. Bra­sil Cai­a­do e  me­lho­rar as  ima­gens dos dois go­ver­nan­tes pro­fun­da­men­te ma­chu­ca­das por cau­sa das cri­mes de­sen­ca­de­a­dos pe­lo Bar­ros e seu ban­do, no­ta­da­men­te na Ser­ra do Ca­fe­zal (Ser­ra­nó­po­lis). Rio Ver­de, por seu tur­no, se es­va­zia­ra po­li­ti­ca­men­te pe­ran­te o go­ver­no do Es­ta­do por­que o se­na­dor es­ta­du­al Mar­tins Bor­ges, seu gen­ro Pe­dro Lu­do­vi­co e Ri­car­do Cam­pos pe­ga­ram em ar­mas pa­ra der­ru­bar Was­hing­ton Lu­ís  da Pre­si­dên­cia da Re­pú­bli­ca, Bra­sil da Pre­si­dên­cia do Es­ta­do e Fre­de­ri­co Jayme da In­ten­dên­cia. As­sim, o gran­de lí­der re­gi­o­nal se­ria Mar­con­des, mas, em ou­tu­bro de 1930, a Ali­an­ça Li­be­ral tri­un­fou e eles se que­da­ram.

Des­fi­lam por es­sas fo­lhas a che­ga­da ao au­to­mó­vel a Rio Ver­de e Ja­taí em agos­to de 1918, a Co­lu­na Pres­tes s, Erkonwal­do Bar­ros, os con­fron­tos dos ja­gun­ços do Mor­beck e do Car­va­lhi­nho e a  aa­van­ça­da ad­mi­nis­tra­ção des­te úli­mo a fren­te ao mu­ni­cí­pio de Ja­taí,  Re­vo­lu­ção de 1930,usos e cos­tu­mes, cu­li­ná­ria, sa­ú­de, edu­ca­ção. En­fim, uma ex­ce­len­te con­tri­bui­ção à his­tó­ria do Su­do­es­te  pro­por­ci­o­na­da por es­se  ide­a­lis­ta nas­ci­do no do­min­go de 24 de se­tem­bro de 1967(nes­se dia, no ex­tin­to “Je­rô­ni­mo Fer­rei­ra Fra­ga”, a Ja­tai­en­se der­ro­tou, por 4 x 2, o San­tos de Mi­nei­ros). Dia 5 de abril lem­bra a vi­si­ta do pre­si­den­te JK a Ja­taí, em 1957. Dia 4.4.1955, ele abri­ra, na nos­sa ci­da­de, sua vi­to­ri­o­sa cam­pa­nha elei­to­ral (pa­ra o bem do Pa­ís e pa­ra da UDN gol­pis­ta). Foi quan­do pro­me­teu ao To­ni­qui­nho, à Na­ção e ao mun­do  mu­dar a Ca­pi­tal da Re­pú­bli­ca. Dia  4.4.2008 fa­le­ceu a se­nho­ra Ma­ria Cla­ra de Oli­vei­ra, mi­nha mãe, que cri­a­ra os ne­tos Ra­fa­el e Lu­ci­a­na. Es­ta é pro­fes­so­ra de por­tu­guês.

(Filadelfo Borges de Lima fi­la­del­fo­bor­ges­de­li­[email protected])

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