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OPINIÃO

Na matemática da vida, filho é adição

Vo­cê vai ver que quan­do o seu fi­lho nas­cer vo­cê não te­rá mais tem­po de se cu­i­dar, não te­rá co­mo jan­tar a sós com o seu ma­ri­do, tem­po li­vre pa­ra fa­zer o que vo­cê gos­ta, se exer­ci­tar, se ar­ru­mar, na­da! Vo­cê vai ver! Que­ro até ver vo­cê con­ti­nu­ar a usar ma­qui­a­gem e sal­to al­to de­pois de ser mãe.

Con­fes­so que ti­ve me­do, ali­ás até um pou­co de pa­vor do que me es­pe­ra­va, pois amo tra­ba­lhar, sou su­per em­pre­en­de­do­ra e gos­to de sal­to e ma­qui­a­gem, re­li­gi­o­sa­men­te.

Quan­do o meu fi­lho fi­nal­men­te nas­ceu, eu já es­ta­va pre­pa­ra­da pa­ra vi­ver tu­do is­so que me di­zi­am, po­rém ti­nha à von­ta­de de vi­rar o jo­go, de mu­dar o pla­car, en­tão uma das pri­mei­ras ações que to­mei foi de não de­se­jar nin­guém pra me aju­dar, in­clu­in­do ba­bá, en­fer­mei­ra, mãe e so­gra, pois que­ria pas­sar pe­lo de­sa­fio so­zi­nha, até pra tes­tar os meus li­mi­tes. Fo­ram nes­ses pri­mei­ros di­as de vi­da do meu pe­que­no que des­co­bri que na ma­te­má­ti­ca da vi­da, fi­lho é adi­ção. O mun­do me en­si­nou que após a che­ga­da do meu be­bê eu iria ope­rar na sub­tra­ção: te­ria que abrir mão da mi­nha car­rei­ra e dos meus so­nhos de ser pro­mo­vi­da ou ter bons sa­lá­ri­os, o meu cor­po mu­da­ria e eu te­ria a bar­ri­ga bem pa­re­ci­da com uma ge­la­ti­na ou com a amo­e­ba (brin­que­do ge­la­ti­no­so) do meu fi­lho, meu ca­sa­men­to fi­ca­ria bem com­pro­me­ti­do, eu não iria ter mais vi­da se­xu­al e nem in­te­res­se em pas­sar tem­po com o meu ma­ri­do, nun­ca mais te­ria en­con­tri­nhos gos­to­sos e di­ver­ti­dos com as mi­nhas ami­gas e eu me aban­do­na­ria, ten­do olhos só e so­men­te só pa­ra o be­bê que aca­ba­ra de che­gar.

Sou gra­ta ao equi­lí­brio, ben­di­to se­ja o san­to equi­lí­brio e fa­ço a op­ção de es­co­lhê-lo, sem­pre! En­ten­di en­tão que fi­lho é adi­ção e ser mãe é ga­nhar na me­ga se­na acu­mu­la­da so­zi­nha o mai­or prê­mio da­que­le ano, por is­so so­mos tão fe­li­zes e re­a­li­za­das quan­do um fi­lho nas­ce, pois ele é adi­ção. Um fi­lho adi­cio­na: ale­gria, le­ve­za, gra­ça, sor­ri­sos, abra­ços, gar­ga­lha­das, gra­ti­dão, olha­res, sa­bo­res e no­vos so­nhos, ah, e ben­ções, com ele vem mui­tas ben­ções e a gran­de e im­per­dí­vel opor­tu­ni­da­de de se olhar, de se rein­ven­tar, de ser no­va, de ter mais au­to­co­nhe­ci­men­to e de cres­cer, mui­to!

Com a che­ga­da do meu pri­mei­ro fi­lho ga­nhei mais um pa­pel so­ci­al: o de mãe. Até an­tes da che­ga­da de­le, eu era: fi­lha, psi­có­lo­ga; co­ach; ami­ga; es­po­sa; ir­mã; no­ra;cu­nha­da; vi­zi­nha; ci­da­dã; alu­na e etc, e após, pra mim, o dia 14/06/17 pas­sei a ser, tam­bém, ma­mãe. Me foi adi­cio­na­do um no­vo e im­por­tan­te pa­pel. Pois en­tão, fi­lho é adi­ção!

Pas­sei a ser fi­lha, psi­có­lo­ga; co­ach; ami­ga; es­po­sa; ir­mã; no­ra;cu­nha­da; vi­zi­nha; ci­da­dã; alu­na e mãe, e com a adi­ção des­ses no­vo atri­bu­to/ofí­cio/pro­fis­são ou dá­di­va, co­mo vo­cê qui­ser cha­mar, fiz a op­ção de ser re­fe­rên­cia pra ele e as­sim, pas­sei a me cu­i­dar mais e mais, pois é de uma mãe equi­li­bra­da, ale­gre, po­si­ti­va e guer­rei­ra que ele pre­ci­sa, ago­ra, sou exem­plo, pe­lo me­nos nes­te pri­mei­ro mo­men­to da vi­da de­le, o mai­or e mais im­por­tan­te mo­de­lo que ele te­rá, in­clu­si­ve pa­ra a for­ma­ção do ca­rá­ter, da per­so­na­li­da­de e que vai in­flu­en­ciá-lo ao lon­go de to­da a sua vi­da.

Es­co­lhi, des­de en­tão, adi­ci­o­nar al­guns in­gre­di­en­tes e vou com­par­ti­lhar a re­cei­ti­nha com vo­cês, va­mos lá:

5 pi­ta­das de amor pró­prio

2 den­tes de gra­ti­dão

1 xí­ca­ra de po­si­ti­vi­da­de

1/2 co­po de ca­be­ça er­gui­da

1 co­lher de so­pa de for­ça de von­ta­de

Bom hu­mor e ale­gria à gos­to

Mo­do de pre­pa­ro:

Jun­te to­dos os in­gre­di­en­tes na for­ma da vi­da, agra­de­ça a Deus pe­las in­con­tá­veis ben­ções que Ele te pro­por­ci­o­nou, en­tre elas, o seu fi­lho. Se ame e cu­i­de de vo­cê, só po­de­mos es­tar “pron­tas” pa­ra cu­i­dar do ou­tro se for­mos bo­as e ge­ne­ro­sas com a gen­te. Se vo­cê es­tá se afo­gan­do, co­mo quer sal­var a vi­da de al­guém? Man­te­nha sem­pre o olhar po­si­ti­vo e a ca­be­ça er­gui­da fren­te a no­vi­da­de e as si­tu­a­ções que vo­cê não es­ta­va pre­pa­ra­da, te­nha mui­to bom hu­mor e ale­gria na ho­ra de en­fren­tar os pro­ble­mas. Pron­to! Ago­ra é só de­co­rar e pol­vi­lhar mui­ta fé e cur­tir es­sa de­li­cio­sa dá­di­va.

Até ama­nhã com mais re­cei­tas de uma vi­da bem vi­vi­da.

(Le­tí­cia Gue­des. Dou­to­ran­da em Psi­co­lo­gia e Mas­ter Co­ach www.ca­sais­de­al­ta­per­for­man­ce.com.br Ins­ta­gram @dra­le­ti­ci­a­gue­des)

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