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OPINIÃO

A letra que mata

A pri­mei­ra par­te de O li­vro dos Es­pí­ri­tos deu ori­gem à  Gê­ne­se, que foi o úl­ti­mo li­vro da Co­di­fi­ca­ção e che­gou no mo­men­to em que o ca­mi­nho es­ta­va pre­pa­ra­do pa­ra  ini­ci­ar o co­nhe­ci­men­to do prin­cí­pio das coi­sas.

Nas pri­mei­ras se­ten­ta e cin­co ques­tões de O li­vro dos Es­pí­ri­tos te­mos a in­for­ma­ção de que ao ho­mem ain­da não é da­do co­nhe­cer o prin­cí­pio das coi­sas,  mas  tam­bém o re­la­to de que os véus se le­van­ta­rão à  me­di­da em que fa­cul­da­des apro­pria­das à  es­ta per­cep­ção fo­rem sen­do de­sen­vol­vi­das, por­que o ho­mem não po­de­rá ul­tra­pas­sar os li­mi­tes im­pos­tos por Deus.

As su­ti­le­zas da Ter­cei­ra Re­ve­la­ção – o Es­pi­ri­tis­mo - con­cla­mam o ho­mem a de­sen­vol­ver as su­as po­ten­ci­a­li­da­des. Tra­ta-se de um pro­je­to que vi­sa a cons­tru­ção de um no­vo ho­mem: o ho­mem que con­fia em si mes­mo, mas tam­bém con­fia em Deus.

A úl­ti­ma obra da Co­di­fi­ca­ção es­tá no seu ses­qui­cen­te­ná­rio. Cen­to e cin­quen­ta anos com­ple­ta­dos em ja­nei­ro de 2018.

A Gê­ne­se, quin­to li­vro do Pen­ta­teu­co Kar­de­qui­a­no, fa­la dos mi­la­gres e das pre­di­ções se­gun­do o Es­pi­ri­tis­mo. Le­van­ta ques­tões so­bre a cri­a­ção da hu­ma­ni­da­de, tan­to a cor­pó­rea co­mo a es­pi­ri­tual.

É obra ci­en­tí­fi­ca, com­pos­ta de três par­tes:  A Gê­ne­se ou for­ma­ção dos mun­dos e da cri­a­ção dos se­res ani­ma­dos e ina­ni­ma­dos. Os Mi­la­gres e as pre­di­ções de Je­sus que,  ex­pli­ca­dos  à luz da Dou­tri­na Es­pí­ri­ta, evi­den­ci­am o ca­rá­ter do co­nhe­ci­men­to uni­ver­sal ain­da não as­se­nho­re­a­do pe­la in­te­li­gên­cia hu­ma­na. O des­co­nhe­ci­men­to apon­ta pa­ra o so­bre­na­tu­ral, o ig­no­ra­do e por is­so con­si­de­ra­do mi­la­gre – o que ain­da não se con­se­gue cla­ra­men­te ex­pli­car.

A ori­gem da vi­da e dos mun­dos e as pre­vi­sões das ocor­rên­cias fu­tu­ras, pres­sen­ti­men­tos e coi­sas afins  são de­sen­vol­vi­das em 18 ca­pí­tu­los, on­de os fe­nô­me­nos são apre­sen­ta­dos co­mo as­pec­to ex­pe­ri­men­tal a  ser ain­da des­ven­da­do pe­lo co­nhe­ci­men­to que, a seu tem­po,  se­rá   ad­qui­ri­do.

Tra­ta-se da pro­pos­ta de um no­vo co­nhe­ci­men­to, um mun­do que  sur­ge, on­de Kar­dec po­de ser con­si­de­ra­do co­mo um no­vo Co­lom­bo.

Na com­po­si­ção de A Gê­ne­se, de Al­lan Kar­dec, no­vos co­nhe­ci­men­tos tra­zem a re­al di­men­são da Vi­da além da Vi­da.

Em rá­pi­das re­fe­rên­cias te­mos no ca­pí­tu­lo I  a afir­ma­ti­va de que os ho­mens pro­gri­dem, in­con­tes­ta­vel­men­te, por si mes­mos e pe­los es­for­ços da sua in­te­li­gên­cia. En­tre­gues às pró­pri­as for­ças, só mui­to len­ta­men­te pro­gri­dem, mas  en­tran­do em ce­na a es­pi­ri­tua­li­da­de, se­rão au­xi­li­a­dos, co­mo o es­tu­dan­te o é pe­los pro­fes­so­res. Pro­va ca­bal de  que mui­to mais do que ima­gi­na­mos, in­flu­en­ciam os Es­pí­ri­tos em nos­sos pen­sa­men­tos e atos. As­sim, em  to­dos os po­vos, sur­gi­ram ho­mens de gê­nio, em di­ver­sas épo­cas, pa­ra dar-lhes im­pul­so e ti­rá-los da inér­cia.

No item 12 do mes­mo ca­pí­tu­lo, re­ve­la o Es­pi­ri­tis­mo, dan­do-nos a co­nhe­cer o mun­do in­vi­sí­vel que nos cer­ca e no meio do qual vi­ví­a­mos, sem o sus­pei­tar­mos. Mos­tra  as leis que o re­gem, su­as re­la­ções com o mun­do vi­sí­vel, a na­tu­re­za e o es­ta­do dos se­res que o ha­bi­tam e, por con­se­guin­te, o des­ti­no do ho­mem de­pois da mor­te -  ver­da­dei­ra re­ve­la­ção, na acep­ção ci­en­tí­fi­ca da pa­la­vra .

Na or­ga­ni­za­ção de A Gê­ne­se, Kar­dec, o bom sen­so re­en­car­na­do, con­du­ziu-se sem pai­xão,  com es­pí­ri­to de per­qui­ri­ção.

Is­to nos mos­tra quão ne­ces­sá­rio é es­tu­dar; ob­ser­var, com­pa­rar, as­si­mi­lar es­ses pre­ci­o­sos co­nhe­ci­men­tos, pois é evi­den­te que a Dou­tri­na Es­pí­ri­ta é o meio mais efi­caz de es­cla­re­cer o ho­mem, le­van­do-o a re­fle­tir, ra­ci­o­ci­nar pa­ra per­ce­ber o que lhe con­cer­ne fa­zer pe­lo seu pró­prio de­sen­vol­vi­men­to.

No item 9 do ca­pí­tu­lo 2, A Gê­ne­se es­ta­be­le­ce que Deus é a su­pre­ma e so­be­ra­na in­te­li­gên­cia; que  li­mi­ta­da  é a in­te­li­gên­cia do ho­mem, pois que não po­de fa­zer nem com­pre­en­der tu­do o que exis­te.

A sa­be­do­ria de Kar­dec, ao co­men­tar os mi­la­gres e as pre­di­ções de Je­sus, aler­ta pa­ra as ale­go­ri­as pre­sen­tes nas nar­ra­ti­vas dos tex­tos do evan­ge­lho. Des­cor­ti­na cam­po no­vo à aná­li­se e ao en­ten­di­men­to das le­tras sa­gra­das.  Le­va-nos a ver o es­pí­ri­to que vi­vi­fi­ca, além da le­tra que ma­ta.

(El­zi Nas­ci­men­to  - psi­có­lo­ga clí­ni­ca e es­cri­to­ra  / El­zi­ta Me­lo Quin­ta  -  pe­da­go­ga – es­pe­cia­lis­ta em Edu­ca­ção e es­cri­to­ra. São res­pon­sá­veis pe­lo Blog Es­pí­ri­ta: lu­zes­do­con­so­la­dor.com. Elas es­cre­vem  no DM às sex­tas-fei­ras e aos do­min­gos. E-mail: iop­ta@iop­ta.com.br (062) 3251 8867)

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