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OPINIÃO

1968, o ano que não terminou. 50 anos! Guerra do Vietnã

O ano de 1968 car­re­ga em si um enor­me sim­bo­lis­mo, on­de as pai­xões ide­o­ló­gi­cas exa­cer­ba­das ex­plo­di­ram em to­dos os can­tos do mun­do.

Mar­ca per­ma­nen­te do ano de 1968 foi a guer­ra do Vi­et­nã, que se ar­ras­ta­va des­de 1959, até o seu fim em 1975.

O Vi­et­nã era co­lô­nia fran­ce­sa até o fi­nal da guer­ra da In­do­chi­na (1946-1954). Di­vi­di­do em dois paí­ses: o Vi­et­nã do Nor­te co­man­da­do por Ho Chi Minh, co­mu­nis­ta, ali­a­do à URSS, e o Vi­et­nã do Sul, uma di­ta­du­ra mi­li­tar ali­a­da aos EUA, no con­tex­to da Guer­ra Fria.

Ide­o­lo­gi­za­do, en­tra em guer­ra in­ter­na em 1959, e em 1964 os EUA de­ci­dem en­trar na guer­ra em apoio ao Vi­et­nã do Sul.

Em 1968 a guer­ra atin­ge seu ápi­ce quan­do as for­ças nor­te-ame­ri­ca­nas so­frem gran­des der­ro­tas atra­vés da tá­ti­ca de guer­ri­lha im­pos­ta pe­la Fren­te Na­ci­o­nal pa­ra a Li­ber­ta­ção do Vi­et­nã, li­de­ra­da pe­los com­ba­ten­tes do exér­ci­to do Nor­te, que fi­ca­ram co­nhe­ci­dos co­mo vi­et­con­gues.

Pro­tes­tos ao re­dor do mun­do pe­dem o fim da guer­ra. Sol­da­dos ame­ri­ca­nos mor­tos são ex­pos­tos co­mo es­tra­té­gia po­lí­ti­ca pa­ra o fim do con­fli­to.

Nes­te ce­ná­rio a voz de Lou­is Armstrong, em seu “Mun­do ma­ra­vi­lho­so” - tra­du­ção do tí­tu­lo da mú­si­ca “What a won­der­ful  world” - se tor­na sím­bo­lo pa­ra uma ge­ra­ção con­de­na­da à mor­te nos cam­pos de ba­ta­lhas na lon­gín­qua Ásia.

Di­zia Armstrong:

“Ve­jo ár­vo­res ver­des.

Ro­sas ver­me­lhas tam­bém.

Ve­jo-as flo­res­cer

Pa­ra mim e pa­ra vo­cê.

E eu pen­so co­mi­go mes­mo.

Que mun­do ma­ra­vi­lho­so.

Eu ve­jo o céu azul.

E nu­vens bran­cas.

O aben­ço­a­do dia cla­ro.

A sa­gra­da noi­te es­cu­ra.

E eu pen­so co­mi­go mes­mo.

Que mun­do ma­ra­vi­lho­so.

As co­res do ar­co-íris.

Tão bo­ni­tas no céu.

Es­tão tam­bém nos ros­tos.

Das pes­so­as a pas­sar.

Eu ve­jo ami­gos se cum­pri­men­tan­do.

Di­zen­do: "Co­mo vo­cê vai?”

Eles es­tão re­al­men­te di­zen­do "Eu te amo"

Eu ou­ço be­bês cho­ran­do.

Eu os ve­jo cres­cen­do.

Eles vão apren­der mui­to mais do que eu ja­mais vou sa­ber.

E eu pen­so co­mi­go mes­mo.

Que mun­do ma­ra­vi­lho­so.

Sim, eu pen­so co­mi­go mes­mo.

Que mun­do ma­ra­vi­lho­so.”

Es­se mun­do con­jec­tu­ra­do por Armstrong ja­mais se re­a­li­zou.

Os EUA so­fre­ram uma fra­go­ro­sa der­ro­ta mi­li­tar no Vi­et­nã com mais de 1 mi­lhão de pes­so­as mor­tas e o do­bro de mu­ti­la­dos.

O ano de 1968 mar­cou den­sa­men­te uma ge­ra­ção que vi­veu as mais bru­tais bar­bá­ri­es da guer­ra Vi­et­na­mi­ta.

O Vi­et­nã foi uni­fi­ca­do em 1976 sob o re­gi­me do nor­te co­mu­nis­ta.

(Hen­ri­que Mat­thi­e­sen, ba­cha­rel em Di­rei­to, jor­na­lis­ta)

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