Há um grande preconceito contra a participação dos militares na política. Quando esses se envolvem com a política partidária são criticados, como se os militares não tivessem os mesmos direitos que os demais cidadão têm, de falarem e participarem do processo política partidário, inclusive, candidatando-se a cargos eletivos. Nunca entendi antes as razões dessa odiosa discriminação que alguns fazem contra os militares. Mas, depois de tudo que está acontecendo no país, eu posso entender os motivos daqueles que não querem a companhia dos militares. Pensando bem, eles têm razão, realmente a companhia dos militares com os que andam fora da lei, nunca daria certo, pelo contrária, não haveria convivência. O motivo para a exclusão dos militares do processo político, só pode ser preconceito. Até porque, todo mundo sabe que os militares estão sempre preparados para qualquer missão. A prova disso é que os governos recorrem sempre aos militares quando há problemas que eles têm que interferir. Portanto, o problema é tipicamente de puro preconceito, os militares sabem e setem isso, tanto é que, sem abrir mão de suas identidades profissionais, estão saindo da caserna para candidatar-se a cargos eletivos para acompanharem de perto a administração do País.
Ao falar sobre os militares estou me referindo, especialmente, aos do estado de Goiás. Embora, nos parlamentos municipais, estaduais e federais, mesmo de forma tímida, já exista muitos parlamentares militares que tem feito a diferença entre os seus pares. Para as eleições do próximo ano, sinto que existe um forte sentimento entre os militares, principalmente entre os vocacionados para a política, no sentido de lançarem candidatos a deputados federal e estadual, no próximo pleito eleitoral. Estou destacando os militares, por conta do preconceito que eles sofrem na sociedade, mas poderia destacar, também, outras categorias de profissionais que deveriam se envolver com a política partidária. A indiferença da sociedade com a política, mesmo sabendo que depende dela, têm contribuído para o fomento das crises que tanto prejudicam a sociedade. A situação do país não é boa, mais do que nunca precisa do envolvimento de todos com as causas de interesse da maioria dos cidadãos. O momento não é para queixumes, discriminação e nem de culpar ninguém, exceto os ficha suja, a hora é de união, de compreensão e de comprometimento com as causas da pátria brasileira.
Militares de Goiás, a quem me dirijo em primeiro plano, estão se preparando para candidatar-se a Deputados Federal e Estadual. Todos têm o meu aplauso e apoio. Não é a primeira vez que isso acontece no estado, já ocorreu em outros pleitos, inclusive com a eleição de alguns, não elegendo mais por falta de união e de compreensão entre os participantes. Afinal, a família militar soma mais de cem mil componentes no Estado. Se os postulantes forem capazes de trocar o eu pelo nós, e de escolher os mais preparados, penso que podem lançar um candidato a Deputado Federal e três candidatos a Deputado Estadual, com real possibilidade de vitórias. Por outro lado, se o egoísmo subir às cabeças e saírem muitos candidatos das corporações, a tendência é, salvo poucas exceções, repetir as derrotas de outros pleitos. Sempre fui e continuo sendo otimista, tenho fé e esperança que a família militar de Goiás, com a força que têm, possa construir as condições para eleger os seus representantes, na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados, para preservar e fortalecer a rica história da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás.
(Gercy Joaquim Camêlo, coronel da Reserva Remunerada da Polícia Militar de Goiás)