Home / Opinião

OPINIÃO

Congresso tem que trabalhar

Deputados e senadores têm uma missão espinhosa pela frente. Terão que mostra ao país que são sérios e honestos. Centenas deles, quase a totalidade, estão expostos com as delações e com as informações que surgem sobre verbas para conquistar votos das reformas. Só o grupo JBS afirma que financiou campanhas de mais de 1200 candidatos ao Congresso e que, por isso tem uma forte bancada parlamentar. O governo, por sua vez, comprometeu-se com a liberação de mais de R$ 50 bilhões em emendas e obras, para arregimentar os votos que garantam as reformas trabalhista e previdenciária. Sobre deputados e senadores pesa a acusação de que só agem, principalmente, só votam com dinheiro na frente. Dinheiro para obras ou para os bolsos. A disposição de alguns, de paralisar os trabalhos no Congresso para segurar o governo, servirá apenas para aumentar a suspeita, ou a certeza, de que este Congresso só responde quando motivado por dinheiro. A desculpa da crise política envolvendo o presidente Temer e o senador Aécio – além é claro de Dilma, Lula e outros- não pode servir de desculpas para se ficar em casa, sem dar andamento a projetos importantes, em especial as reformas, já confirmadas como fundamentais para a retomada do crescimento da economia. Afinal, o que esperam os parlamentares para cumprirem com suas obrigações. Se Temer será defenestrado ou não, pouco importa. As reformas e outros projetos em andamento no  Congresso não são de um governo. São questões de Estado. Sendo assim, esperar um novo presidente, se é que haverá um, é perda de tempo. Se fundamentais com Temer, não serão diferentes com seu sucessor. A não ser, claro, como parece a todos, que os deputados, cientes de que dificilmente receberão o que negociaram com Temer, prefiram colocar os projetos na gaveta, esperando o sucessor abrir o balcão de negócios para aprovação ou rejeição dos que estão em tramitação. É bom que os agentes econômicos, principais interessados na aprovação das reformas, fiquem atentos. Claro que não para entrar no jogo do pague-leve.

(Paulo Cesar de Oliveira, jornalista e diretor-geral da revista Viver Brasil e jornal Tudo BH)

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias