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OPINIÃO

Vivência de um portador de Mielite Transversa Aguda

A mielite transversa (MTA) é uma doença rara, caracterizada por um processo inflamatório desmielinizante agudo, que afeta uma área da medula espinhal, apresentando clinicamente sinais e sintomas de disfunção neurológica em nervos motores, sensoriais, autonômico e vias nervosa, gerando dificuldade motora.

Não há uma única causa aparente para o desenvolvimento da MTA, mas em muitos casos a síndrome clínica pode ser o resultado de danos ao tecido neural, causado por um agente infeccioso ou pelo sistema imunológico, e, em alguns casos, por ambos.

Para o diagnóstico de MTA, deve-se levar em contra o quadro clínica de alterações sensoriais e dificuldade de locomoção. Porém, alguns exames são complementares para fechamento do laudo, como ressonância magnética (RM) medular (para investigar compressão medula), RM craniana (para verificar lesões de esclerose múltipla), punção lombar, entre outros.

A MTA resulta em vários níveis de fraqueza, sendo mais comum ocorrer em membros inferiores, podendo se manifestar em período de horas ou semanas. Alguns dos sintomas são o aumento da impulsão de urinar, incontinência do intestino ou da bexiga, dificuldade ou inabilidade em evacuar, uma sensação de evacuação incompleta ou constipação intestinal. Vários outros sintomas podem ser incluídos, como progressão rápida de sintomas, a presença de dor nas costas e choque medular.

O processo de recuperação pode ser visto de forma variada, como ausente, parcial ou completa, tendo seu início entre um a três meses. Alguns pacientes com MTA demonstram uma recuperação boa ou moderada .

Vale destacar que a MTA pode ocorrer em ambos os sexos e em faixas etárias diferenciadas, gerando uma mudança em seu estilo de vida em âmbito econômico, psicológico e social.

A mudança de estilo de vida de maneira brusca e súbita gera no portador desta patologia alterações emocionais de forma profunda, como rejeição pela doença e pela sua imagem física. Além destes fatores, a depressão é um quadro clínico apresentado por alguns pacientes.

Neste sentido, vale ressaltar a importância do apóio multidisciplinar da saúde (médico, enfermeiro e psicólogos) no acompanhamento deste paciente. O papel familiar também se torna de total importância no acolhimento desta pessoa, já que podem ajudá-los a não desistir da luta e na adaptação ambiental, evitando acidentes devido a sua difícil locomoção.

Sendo assim, faz-se necessário conhecer um pouco da etiologia, clínica e tratamento desta patologia para despertar na população uma atenção maior para com pessoas portadores de sequelas desta doença.

Enfim, uma situação patológica que pode ser amenizada com a parceria, compreensão e participação de todos, já que o fator psicológico é, em grande parte, influenciador do processo de aceitação, de adaptação e até mesmo recuperação.

(Denise Gonçalves Pereira, docente da Faculdade Estácio de Sá de Goiás)

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