Home / Opinião

OPINIÃO

O futuro das “Ciências da Terra”

Precisamos usar este momento de intenso debate político para pensarmos sobre o cenário que se descortina para nossas carreiras de profissionais engajados com a ciência. Todos nós sabemos que o Brasil está em uma situação econômica complicada e que isto se reflete sobre todas as áreas da vida acadêmica, da produção e da economia.

As divergências sobre como resolver isso são fortes. E a Mineração está já há algum tempo, sendo severamente subestimada quanto sua importância. A implantação do Marco Regulatório da Mineração vem sendo adiado desde antes de o governo Lula. Particularmente, um dos erros mais graves do PT no poder foi ter ignorado nossa área. A Mineração, sendo a senhora das indústrias de base, tem um papel fundamental na economia de qualquer país minimamente significante.

E, no Brasil, tem importância econômica e estratégica. Nosso subsolo guarda grandes reservas de ferro, nióbio, ouro e consideráveis de Terras Raras, substâncias elementares para a soberania de um país que queira emergir das profundezas da colonização e progredir. Mas, como fazer este país progredir sem lembrar deste monstrinho que sustenta a indústria do aço, da agricultura, da tecnologia? Nós, futuros engenheiros de minas, geólogos e afins das tão amadas Ciências da Terra, vamos ficar até quando calados, vendo a dificuldade da tecnologia prosperar no Brasil, por falta de uma regulação que seja menos burocrática e mais fiscalizadora. Até quando vamos tolerar ver a quantidade de dinheiro que poderia ser efetivamente investido em educação, ciência e tecnologia. Se tivéssemos um conjunto de leis que contemplassem as peculiaridades da nossa área isso seria sem dúvida muito melhor.

Há anos o governo vem suspendendo leis que nem eram tão ultrapassadas assim (mas que precisavam de reformulação, priorizando sustentabilidade, por exemplo) e nos deixaram com uma ilusão de Novo Marco Regulatório. Há seis anos que entrei no curso técnico em Mineração e só ouço ouvir falar dele através dos poucos intelectuais que ainda tentam fazê-lo sair do papel.

Essa situação espanta o investimento de empresas sérias. Sacrifica as que já conseguiram se erguer aqui. Os profissionais já formados são os que melhor sabem, pois se a área fosse melhor regulamentada, a fluidez de empregos seria majestosa.

Por isso, peço que leiam sobre o assunto. Entendam a importância soberana da nossa área para o futuro do país. Vou deixar de lado meu posicionamento político e não ser sectária. Pois vários governos erraram feio com a nossa área. Deixo este texto apartidário para nós, que somos o futuro da Mineração, pensarmos o que devemos fazer para otimizar tudo o que a Mineração oferece à sociedade todos os dias. Essa é nossa responsabilidade. Independente de nossa posição política neste cenário. Políticos vêm e vão, mas a Mineração fica. Pois está intrinsecamente ligada ao progresso da humanidade.

(Ana Clara F. Prateado, é acadêmica de Engenharia de Minas da UFG Campus Catalão)

Leia também:

  

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias