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OPINIÃO

Desigualdade das riquezas

Caro leitor, estamos visualizando um cenário de escândalos relacionados à moral e à ética no sistema político da nação, no qual fatos e apontamentos sobre a corrupção vêm formando “agentes questionadores” dos reais valores que desejamos para o futuro do nosso país. Cabe ao Poder Judiciário tomar as devidas providências, baseadas na Constituição, mas ainda existem motivações e conscientizações resguardadas pelo cidadão na esfera em que ele vive, ou seja, na família, no trabalho e outros.

A maioria da população crê que precisamos urgentemente resolver o problema ético e moral, que assola nossa pátria, porém, quando resolvemos apoiar um lado ou outro, eis que surgem as divisões ideológicas, que estão fazendo fermentar as intolerâncias e reações de ódios gratuitas. Os diálogos têm um tema central, denominado desigualdades sociais, ou seja, as diferenças de oportunidades existentes entre ricos e pobres e até onde a mão do Estado pode agir diante desse conflito secular.

Logo, é valioso estudarmos a Doutrina Espírita quanto a essa temática, na qual o Evangelho Segundo o Espiritismo, pelos estudos de Allan Kardec, tem um título denominado: "Desigualdade das Riquezas", que começa relatando ser impossível de responder a esse problema, se considerarmos apenas essa vida atual, portanto, a lei da encarnação amplia nossas consciências para investigar as causas pretéritas e evitar o julgamento sem conhecimento das causas.

Em seguida, o texto faz uma indagação sobre o porquê dos homens não serem igualmente ricos. E a resposta foi por uma razão muito simples: “[...] é que os homens não são igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem moderados e previdentes para conservar...”. Logo, é um grande equívoco pensar que desenvolvemos, ao mesmo tempo, todos os potenciais, pois o livre-arbítrio prova a sabedoria divina e a bondade de Deus, para que cada um encontre seu caminho e aprenda a distinguir o bem e o mal, através do esforço e da vontade.

A mensagem relata que, se houvesse uma partilha dos bens materiais, seria matematicamente impossível dividir toda riqueza de forma justa, levando-se em conta os interesses humanos e as diversidades de opções de bens existentes; ou seja, o real valor dos bens será ditado pelo sistema econômico, que atualmente é o capitalismo, através da lei da oferta e da procura, sem a investigação precisa dos recursos existentes e pela velocidade da demanda de consumo.

O estudo continua dizendo: “[...] supomos possível e durável as necessidades apenas para do que viver, isso seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade... Nesse exato ponto, podemos discutir sobre ação do Governo ou Estado, sendo esse capaz de interferir nessas injustiças e suprindo as necessidades para viver, permitindo que os pobres alcancem os ricos. Por outro lado, se o Estado tiver uma “mão pesada”, ele freia as grandes descobertas e os empreendimentos úteis ao futuro da humanidade, vejam então um retrato perfeito do que estamos assistindo nesse momento com os apelos pelos programas sociais resguardados pelo Governo e as ações “parasitas” das empresas sustentadas pelas trocas de favores políticos o progresso foi interrompido pelo mau uso do Poder.

O interessante é que, a partir do desenvolvimento tecnológico, foi possível rastrear as movimentações financeiras no país e pelo mundo, sendo agora verídicas as provas de um crime, retirando a apreciação romântica em busca de heróis e bandidos, porque a evolução tecnológica operada para o bem traz progresso à humanidade.

Para a Doutrina Espírita, existe sim prova na fortuna e na pobreza, explicando que “[...] Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva, e por isso, desloca incessantemente a fortuna", sendo um poderoso mecanismo para o progresso, logo “[...] cada um deve possuí-la para experimentar servir-se dela, e provar o uso que dela sabe fazer [...] Há ricos e pobres porque Deus, sendo justo, cada um deve trabalhar a seu turno; a pobreza é para uns a prova da paciência e da resignação; a riqueza é para outros a prova da caridade e da abnegação.

Portanto, a miséria provoca queixas contra a Providência, e a riqueza incita aos excessos. Diante desses fatos, é fundamental fazermos uma avaliação quanto ao nosso papel na sociedade, permitindo a cada indivíduo combater o egoísmo nas ações cotidianas, seja através da boa convivência em família, no trabalho, na comunidade ou em qualquer ocasião redentora pelo bem-viver e equilíbrio. Outra ferida é o orgulho pelo separatismo das ideias, classes sociais ou, simplesmente, pela raça, sendo libertador mergulhar nas raízes da alma, que nos fazem intolerantes e perniciosos, atrasando os nossos caminhos de encontro com o Amor declamado por Jesus.

(Fausta Machado de Mesquita, escritora, farmacêutica industrial, ocupante da cadeira 35 da Academia Espírita de Letras do Estado de Goiás, membro do Grupo de Edificação Espírita)

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