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OPINIÃO

Gestão das relações sindicais

Gestão e treinamento são dois pontos fundamentais para o sucesso de qualquer atividade empresarial. Nas áreas: trabalhista e sindical não é diferente. A importância e a própria eficácia do treinamento consistem na apresentação aos participantes, por intermédio de uma abordagem dinâmica e interativa, de uma visão diferenciada quanto à gestão das relações trabalhistas e sindicais, de acordo com aquilo que denominamos processo de negociação coletiva de trabalho, ou seja: uma metodologia moderna de direcionamento estratégico nessa área de atuação.

O conteúdo do treinamento é construído justamente com base em casos concretos, sendo que os conceitos nele difundidos representam uma visão sistêmica da área sindical (e do processo de negociação) e são semelhantes àqueles de um estratagema de negócios, com planejamento e ações de curto, médio e longo prazo, avaliando-se, consequentemente, resultados dentro desses períodos de tempo. Um exemplo concreto é a aplicação de abordagem relativa às competências cruzadas, que combina ao mesmo tempo formas de comunicação entre a liderança,  empregados e dirigentes sindicais com um misto de gestão de pessoas e métodos jurídicos que fornecem formas de gestão e mecanismos de prevenção do assédio moral.

Há atualmente à disposição das empresas um arsenal de ferramentas para gestão do ambiente do trabalho, tais como: pesquisas de clima, entrevistas de desligamento, índices de aceitação do “layout” dos ambientes fabris, mapa de vulnerabilidades, mapeamento das demandas trabalhistas, entre outros. Essas ferramentas dão um bom direcionamento do que deve permanecer ou ser modificado para uma boa gestão do ambiente de trabalho.

A boa gestão do ambiente e essas respostas dos empregados são essenciais para direcionar o projeto. Esse se diferencia por ser efetivado, dentre outros aspectos, por treinamentos, mediante abordagem expositiva, com uma visão crítica que fornece uma análise completa do tema, com uma ampla abertura para o campo da interação e discussão, sendo indicado a todos que participam direta ou indiretamente da gestão das relações sindicais da empresa.

Na atual conjuntura, a discussão sindical envolve muitos fatores como, por exemplo, debates sobre as cláusulas econômicas. Antigamente, se discutia uma recomposição da inflação na casa de dois dígitos. Isso não acontece mais e a consequência é um impulso para uma negociação mais pesada sobre vários enfoques junto à relação de emprego, dentre eles, os mecanismos de remuneração, benefícios e cláusulas sociais. Com isso, a interligação da negociação com os processos de recursos humanos e o gerenciamento das relações trabalhistas tomou uma dimensão maior ainda.

Atualmente, são muitas as propostas em discussão sobre a reforma sindical. Muito tem se discutido quanto à organização das entidades sindicais, sua forma de custeio, dentre outros temas. Mas o que de concreto aconteceu foi a aprovação da Emenda 45, que trouxe o “comum acordo”, que, em tese, diminui o poder normativo, uma vez que a parte que decidir ingressar com um dissídio deve ter o consenso da outra. Na prática, porém, a discussão ainda não tem um posicionamento solidificado.

(Eduardo Genner de Sousa Amorim, presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio no Estado de Goiás (SECEG) e da Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Goiás e Tocantins (Fetracom/GO/TO) e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio – CNTC)

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