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OPINIÃO

Taxistas e livre mercado

Respeito muito e admiro a profissão dos, assim chamados, taxistas.

Quantas vezes socorri-me e aos meus utilizando dos serviços desses senhores (nunca encontrei uma taxista mulher) e todos, nesses longos anos de vida, digo todos novamente, foram muito atenciosos, cuidadosos, responsáveis e amigáveis para conosco nas oportunidades citadas – Nada posso reclamar.

Por essa convivência e mesmo antes, quando criança, ao ouvir conversas dos meus pais e outros, aprendi a confiar nessas pessoas, passei a tê-las como cidadãos essenciais ao bom funcionamento da sociedade.

Por isso tudo, é com a mais completa perplexidade que acompanho as notícias do combate, em algumas cidades, entre taxistas e aqueles com o novo serviço conhecido como “Uber”.

Cenas de violência, gritos, desespero, agressões físicas – o mais recente foi um enfermeiro em São Paulo que, por estar em seu carro da cor preta, foi confundido com o “inimigo” e atacado: seu carro foi amassado, vidros quebrados e não duvido que se ele não tivesse conseguido fugir, teria sido assassinado – limites foram perdidos.

Entendo que o surgimento de nova tecnologia ou produto ou serviço de melhor qualidade afeta diretamente a situação de quem já está trabalhando há anos no mesmo ramo – o que não entendo e nunca quero entender é porque não se pode assimilar o conceito e oferecer um trabalho igual ou talvez até melhor, uma vez que lhes sobra experiência.

Os argumentos dos taxistas referentes a reserva de mercado, tributação excessiva e informalidade dos novos profissionais, são todos válidos (dentro do contexto que apresentam), mas não são motivos que justifiquem quaisquer excessos, ao contrário, é justamente por existir a consciência dessas situações é que se deveria ocorrer, ainda mais rápido, a adaptação ao que o cliente parece desejar.

Não adianta brigar para se manter com o velho funcionamento da atividade quando o mercado consumidor, claramente, o rejeita – é uma batalha perdida, além disso, é uma guerra que causa baixas somente entre os taxistas, uma vez que a simpatia dos usuários volta-se, quase totalmente, ao novo empreendimento.

Por óbvio, há interesses financeiros imensos envolvidos e como em tudo, há manipulações, desvio dos fatos e mentiras, entretanto, espero confiantemente que os taxistas que aprendi tanto a respeitar acordem para o inevitável e consigam o melhor entendimento para todos – adaptação é tudo no livre mercado e nada é melhor que o livre mercado, ele dá oportunidade igual para todos, antigos ou modernos !

(Olisomar Pires – olisoblog.com)

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