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OPINIÃO

Paz política ou guerra de classes?

Assistindo a uma entrevista do governador Marconi Perillo, chamou-me a atenção a preocupação dele com os destinos do Brasil nos próximos meses, que serão decisivos para sabermos se terá impeachment da presidente Dilma Rousseff; se vice-presidente Michel Temer irá assumir e conseguir governar ou se a presidente da República vai continuar no governo e ter condições de tirar o país da atual crise política, que está afetando fortemente a economia, com reflexos nos níveis de investimentos, produção, consumo e, consequentemente, de geração de riquezas e empregabilidade. Todos os cenários são dignos de profunda reflexão por parte dos agentes políticos e do Judiciário, que poderão apontar os rumos do nosso País a curto prazo.

Num primeiro momento, a possibilidade de impeachment da presidente Dilma pode causar uma convulsão, já que os chamados movimentos sociais estão viciados no financiamento público de suas ações, direta ou indiretamente, com alguns ameaçando partir para a ignorância para defenderem seus pontos de vista.

Vejamos: o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra - MST -, que deveria ser o primeiro a protestar contra a inércia dos governos petistas na condução da reforma agrária, medida que poderia ter sido tomada legalmente, utilizando os milhões de hectares de terras devolutas, improdutivas ou degradadas pela ação predatória de grandes latifundiários; teria resolvido o problema que originou a criação do MST, mas a direção do aparelho se acomodou na festiva promoção de meses vermelhos, protestos a favor do governo federal e invasões espetaculosas, que não acrescentam nada aos trabalhadores, verdadeiramente, sem terras.

A União Nacional dos Estudantes - UNE -, território historicamente dominado por uma tendência ideológico/partidária, ao invés de ouvir a classe estudantil, captando as reais carências, reivindicações e necessidades dos jovens; preferiu o aliamento automático e acrítico, tornando-se apenas mais um braço levantado para a defesa das “conquistas sociais dos governos petistas”, conquistas estas que estão derretendo com a crise política e econômica.

A Centra Única dos Trabalhadores - CUT -, a despeito das violações, revogações e até retrocessos de direitos históricos dos trabalhadores, também optou por ficar ao lado do governo para o que der e vier. Enquanto isso, milhões de pais de família, inclusive aqueles que contribuíram para encher os cofres dos sindicatos nos tempos das vacas gordas, amargam o desemprego, a carestia, a perda do pouco patrimônio que construíram e até a fome.

Com todas essas variantes, resta a hipótese aterrorizante de que, no caso de impeachment da presidente Dilma, esses movimentos e entidades mais robustos e com muita grana para torrar no pagamento de “militantes”, partam para o enfrentamento brutal e violento contra quem apoia a saída imediata da presidente, para que o Brasil tenha uma possibilidade de destravar a economia e voltar a crescer.

Com incentivo do ex-presidente Lula e de líderes dos “movimentos sociais”, está sendo criado um clima de confronto, onde se fala em luta, armas e porrada “nos coxinhas”, prelúdio de uma guerra civil que não interessa a nenhuma pessoa que tenha o mínimo de bom senso, pela imprevisibilidade do desfecho.

O que o governador de Goiás propõe é a paz política, uma saída dentro do estado democrático de direito, que possa devolver a governabilidade ao país, a confiança dos investidores, o pleno funcionamento das instituições e a retomada do crescimento do Brasil.

Como diz a sabedoria popular: “Caldo de galinha e cautela, não fazem mal a ninguém”, portanto, baixemos as armas, pensemos no Brasil acima das diferenças políticas, abramos os braços e nos reencontremos, em paz, como Nação.

(João Aquino Batista, escritor)

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