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OPINIÃO

Livros: conhecimento, realidade, informação

Infelizmente, os gestores da educação vêm destruindo o ensino brasileiro, em todos os níveis, nas últimas décadas, ao invés de melhorá-lo, de maneira que quase não há mais espaço para a literatura nas aulas de português. Felizmente, ainda temos bons professores que insistem no mister de fazer com que os estudantes gostem de ler. E a leitura é a mais importante ferramenta que os estudantes têm para adquirir conhecimento e cultura e assim ter um futuro melhor, uma vez que estudar é ler. E, sem estudo, seremos peões, faremos apenas serviços braçais recebendo quase nada por isso.

Ensinar literatura nas escolas de primeiro grau implica levar o aluno a ter o prazer de ler – não significa obrigá-lo a ler. Se ali não conseguirmos incutir-lhes o gosto pela leitura, o problema será muito maior quando estiverem no ensino médio: lerão, quando muito - e por obrigação – apenas resumos e orelhas dos livros.

A literatura é o registro da realidade, de costumes, espaço e tempo de um povo, ainda que visto por ângulos diferentes e aí reside a sua riqueza. Ela sempre estará associada à alguma realidade: são realidades verdadeiras, realidades possíveis ou apenas imagináveis, dependendo do que o leitor conseguir recriar.

Porque sabemos que a obra literária existe enquanto lida, enquanto está sendo recriada pelo leitor. E cada leitor pode recriá-la com nuances diferentes, pessoais. Essa é a característica mais marcante da literatura ficcional. A emoção do autor, ao produzir seu texto, não será, necessariamente, a mesma do leitor ao recriá-la.

Então a leitura nos provoca emoções, nos dá referência, faz-nos refletir, pode mudar nossa maneira de pensar e até de agir. Ela é viagem pelo desconhecido é aquisição de conhecimento, é aprendizado e exercício de criatividade, é experiência adquirida. Isso é literatura e é isso que os nossos leitores em formação precisam ir buscar nas páginas de um livro. Ou de vários. O ensino da literatura dividindo-a em “escolas”, acaba fazendo-a parecer, para o estudante, uma coisa velha, ultrapassada, sem utilidade imediata. Faz a produção literária parecer algo que é feito a partir de receitas, como se fosse um bolo, sem originalidade, sem criatividade.

Literatura é arte, por isso não pode ser tratada como uma disciplina estanque, precisa ser explorada como algo dinâmico e estimulante, algo que vai acrescentar subsídios para o crescimento do leitor.

(Luiz Carlos Amorim, escritor, editor e revisor, fundador e presidente do Grupo Literário A Ilha, cadeira 19 da Academia Sulbrasileira de Letras - http://luizcarlosamorim.blogspot.com.br  / http://www.prosapoesiaecia.xpg.uol.com.br)

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