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OPINIÃO

A ameaça do predador

Você já prestou atenção nos lírios do campo? Eles não trabalham e nem fiam, mas são lindos, crescem e se vestem mais finamente que um rei, segundo a Bíblia. Eles não se preocupam com o que vestir, o que comer, não tem contas a pagar e nem impostos.  Que vida! O cenário socioeconômico do Brasil não anda bonito como um lírio, está mais para um camaleão que muda de cor a cada vez que se sente ameaçado. Pois bem, a cor atual da família camaleão é o vermelho. Não precisa ser nenhum expert em finanças para entender que a economia de nosso país está enferma, é só fazer um comparativo do salário com as contas a pagar no fim do mês para se ter uma surpresa.
Este ano iniciou-se com uma lembrança do ano passado, em que o Produto Interno Bruto (PIB) teve uma queda de 3,8%, segundo registro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera este número como o pior desempenho do mundo. De acordo com o órgão, o que se espera para 2016 é que o PIB encolha 3,5%. Isto significa que o valor dos bens e serviços que o país produziu como um todo tanto na agropecuária, indústria e serviços dentro de um determinado período (é feito um cálculo pelo IBGE a cada trimestre) irá perder alguns quilos. Se a economia não vai bem, é preciso que também façamos dieta neste momento.
Em tempos desfavoráveis para a economia brasileira, em que a inflação chega a 7,46% de acordo com o Banco Central, apesar de ter tido uma queda (antes com 7,59%) e estar a léguas do previsto para este ano, de 4,5%, para onde podemos recorrer? É preciso dar uma freada no bolso antes de gastar, ficar atento aos juros, equilibrar as finanças pessoais e fazer um planejamento familiar, pois estamos vivenciando um cenário de grandes incertezas.
Cada um tem suas necessidades, suas particularidades financeiras. Entretanto, no meio do querer e do realizar, existem perguntas a se fazer: eu preciso? Eu posso? Isso fará uma grande diferença no meu orçamento? Ah essas perguntas! Há uma porcentagem pequena de pessoas que as fazem quando estão frente a frente a uma liquidação ou aqueles “descontaços”, cuja promessa para iniciar o pagamento começa só daqui dois meses.Entretanto, é preciso ser cauteloso, como diz aquele velho ditado “o barato sai caro” no fim do mês, já que no meio dessa euforia toda podem  surgem as dívidas junto com as suaves prestações de dez, quinze ou sabe-se lá quantas vezes no cartão de crédito ou crediário da loja.
Despesas familiares como alimentação, saúde, moradia, higiene, vestuário, transporte, lazer e previdência requer um bom planejamento para que no fim do mês a família não fique no vermelho. Mas voltando aquele comparativo do salário versus gastos, você tem alcançado o equilíbrio? Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo deveria ser de R$ 3.725,01. Tal resultado parte do cálculo do valor da cesta básica mais cara do país, em São Paulo, que custa R$ 443,40.
Será que esta seria a solução nas finanças dos brasileiros? Com o salário mínimo atual de R$ 880, qual seria o trabalhador que não gostaria de ganhar mais, afinal todo mundo almeja comprar de vez o passaporte da tranquilidade financeira! Contudo, há um tempero que falta para dar o gosto certo no paladar das finanças, a educação financeira.
Percebe-se que é necessário aumentar a produtividade e a mão de obra qualificada para que o Brasil dê passos mais largos e para frente e aumentar a competitividade nacional. Mas lembre-se do pontapé inicial, se você cuidar das suas finanças hoje, elas cuidarão de você no futuro.
Afinal, para onde tem ido o seu dinheiro? Simples atitudes como anotar os gastos, mesmo que pequenos, e gastar dentro do orçamento já é um grande avanço. Todavia, é preciso tomar as rédeas da sua situação financeira para que o camaleão possa finalmente sentir-se seguro e mudar de cor.

(Aigo Pyles, empresário e especialista em planejamento patrimonial)

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