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OPINIÃO

Uma análise sistemática sobre a psicoterapia: o despertar da alma e da consciência

As teorias apressadas, que pretendiam reduzir a alma a um epifenômeno de vida efêmera, vinham sendo superadas pelas pesquisas de laboratório na área da Parapsicologia, da Psicobiofísica, da Psicotrônica e da Ciência Espírita, cujos dados valiosos avolumaram-se de tal forma, com a contribuição da Transcomunicação Instrumental, que não havia outra alternativa senão ampliar o esquema de interpretação do psiquismo, criando-se o que se convencionou denominar como a Quarta Força – além do Comportamentalismo (behaviorismo), na Psicanálise e da Psicologia Humanista – que é a Psicologia Transpessoal ou profunda, fundamentada ao longo de vários descoberta sobre a alma humana através da Psicoterapia a Luz do Evangelho de Jesus.

Indispensável coragem para enfrentar o cepticismo e arrogância dos acadêmicos, dos reducionistas que, mesmo diante do numinoso, de Jung, permaneciam aferrados ao organicismo e à hereditariedade, aos fatores derivados das pressões de toda ordem, às sequelas das enfermidades infecciosas, aos traumatismos físicos, emocionais,  psicológicos e espirituais.

Os avanços da Física Quântica, a Relatividade do Tempo e do Espaço, a Teoria da Incerteza, abriram perspectivas psicológicas dantes sequer sonhadas, tendo-se em vista o conceito do vir-a-ser, também defendido por Jean Paul Sartre em seu brilhante texto: O ser e o vir-a-ser.

Durante vinte e sete anos de prática clínica venho buscando compreender melhor o indivíduo como um Ser Integral ou um Ser Holístico, que anseia libertar sua alma do cativeiro da sombra de si mesmo ou o lado escuro que habita em cada um de nós. Essa experiência foi transformada num roteiro (livro) de 222 páginas que busca propiciar ao leitor uma viagem para dentro de si mesmo e encontrar sua alma que anseia por liberdade: felicidade.

O ser humano é constituído de elementos complexos, que escapam a uma observação superficial. Resultando diagnósticos imprecisos e duvidosos.

A conceituação materialista de forma alguma atende-lhes as necessidades éticas e sociológicas, não logrando elucidar o ser psicológico, exceto quando, ignorando-lhe a realidade transcendente, relega-a à indiferença, à desconsideração catalogada de patologia irreversível.

O ser dual – Espírito e matéria – do espiritualismo ortodoxo permanece incompleto, deixando escapar incontáveis expressões de conteúdo, por falta do elemento intermediário, processador de inúmeros fenômenos que lhe completam a existência.

Somente estudado numa visão holística ou integral – Espírito (essência divina), perispírito (inconsciente) e matéria (corpo físico) – podem-se resolver todos os questionamentos e desafios que o compõem, alargando-lhe as possibilidades de desenvolvimento do deus interno, facultando completude, realização plenificadora, estado de Nirvana, de samadhi, ou de reino dos Céus que lhe cumpre alcançar.

Essa gigantesca tarefa cabe à moderna Psicologia Transpessoal ou Psicoterapia Profunda a luz do Evangelho de Jesus para despertar a alma que ainda jaz dormindo no sono da ignorância dando espaço apenas à dor e ao sofrimento e que nos parece ter prazer em tais sentimentos, iniciando um período de real compreensão da criatura como ser indestrutível que é fadado à felicidade.

Enquanto a Psicologia clínica permanecer sob a ortodoxia acadêmica e ignorar o indivíduo como um ser infinito, pouco pode fazer para ajudar aquele que sofre. Neste contexto o paciente e profissional permanece andando em círculo por um tempo interminável, sem, contudo, libertar o ser que sofre para compreensão e cura de si mesmo. A psicoterapia libertadora deve ampliar-se dia-a-dia.

Como verdadeiro ponto de equilíbrio apareceu o pensamento ético de Jesus, colocando uma ponte psicológica e filosófica entre as duas civilizações, desenvolvendo o idealismo socrático e o reencarnacionismo do vedanta e do budismo, então fecundado pelo amor, único tesouro que logra produzir a plenificação do ser humano. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida...”

Psicoterapeuta superior, Jesus não foi apenas o filósofo e psicólogo que compreendeu os problemas humanos e ensejou conteúdos libertadores, mas permanece como terapeuta que rompeu as barreiras da personalidade dos pacientes e penetrou-lhes a consciência de onde arrancou a culpa, a fim de proporcionar a catarse salvadora e a recomposição da individualidade aturdida, quando não em total infelicidade.

Durante vinte sete anos mergulhei profundamente em minha alma para, e somente depois, aprofundar na alma daquele que me procura, concluindo que somente através do encontro dessas almas seremos capazes de nos perdoar e nos amar verdadeiramente. Psicoterapia é compromisso. É cumplicidade. É amor pleno.

O psicoterapeuta é um professor de Deus, mas não é Deus, não é ele que escolhe ser psicoterapeuta; mas Deus o escolhe para curar a si mesmo e assim ajudar o outro em sua cura interior. O psicoterapeuta não escolhe seu paciente e nem o paciente o escolhe; mas Deus facilita o reencontro de duas pessoas para se curarem. Ambos sofrem, choram e sentem quase sempre as mesmas dores, por serem apenas um. Lembremos quando Jesus disse: “Eu e o Pai somos Um, Eu estou no Pai e o Pai está em Mim”. É preciso possuir uma transcendente capacidade de penetrar nos arquivos do inconsciente individual e coletivo, como nos sugere a psicologia transpessoal, adotando a postura mediante a qual considera o indivíduo um ser essencialmente espiritual, em transitória existência física, que faz parte de seu programa de autoburilamento. Busca conscientizar o seu paciente a respeito da sua responsabilidade pessoal diante da vida, estabelecendo critérios eficazes para o reencontro verdade do ser desconhecido que nele habita: sua alma. Trabalhando a estrutura de sua personalidade, com o passo de segurança para a aquisição da consciência de si mesmo.

Durante esse processo numa postura teológica, responde por males que se repetem milenarmente, possibilitando alienações e desditas inimagináveis.

Requer paciência e perseverança de ambos os lados: psicoterapeuta e paciente, pois  constitui um trabalho árduo e sofrido, desfazer vícios, maus hábitos enraizados durante milênios. É uma “cirurgia” muito delicada e de longa duração, por se tratar de uma cirurgia da alma, feitas com instrumentos invisíveis.

Nesse homem transpessoal cantam, então, as glórias da vida e se dilatam os dons nele existentes, em pleno desenvolvimento da sua realidade, que supera as culpas e as dores, as angústias e as inquietações, tornando-o belo e feliz.

O ser humano é o mais alto e nobre investimento da vida, momento grandioso do processo evolutivo que, para atingir a sua culminância, atravessa diferentes fases que lhe permitem a estruturação psicológica, se amadurecimento, sua individuação, conforme Jung.

O seu processo de amadurecimento psicológico através da psicoterapia, portanto, pode ser comparado a uma larga gestação, cujo parto doloroso propicia especial plenificação e grande gloria entre os envolvidos: psicoterapeuta e paciente.

(José Geraldo Rabelo, psicólogo holístico, psicoterapeuta espiritualista, parapsicólogo, filósofo clínico, especialista em família, depressão, dependência química e alcoolismo, escritor e palestrante. Emails [email protected]  e/[email protected])

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