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OPINIÃO

Ita “bichim finório” esse tal de eleitor!

Já com diversas campanhas eleitorais em meu curriculum, algumas apenas como presidente de diretório do partido, como membro, e até mesmo como candidato onde numa que disputei para vereador logrei exito, entretanto o mesmo não se dando como disputei a Assembleia Legislativa, tenho diversas passagens em minhas memórias, algumas hilárias outras nem tanto, mas sempre permanecendo elas num cantinho do meu cérebro as quais, volta e meia temam em retornar.

A adoção do voto distrital fará com que maiores sejam essas situações, pois em ocorrendo isso, inevitavelmente, o candidato terá que ter uma maior proximidade com o seu eleitorado, vez que não mais estará buscando votos em um universo tão amplo como hoje funciona, pois a demarcação de zonas para a disputa, fará com que melhor se defina a quem pedir votos e quem estará mais credenciado para efetuar cobranças se uma vez eleito e as promessas de atuação não estiverem a contento.

Assim, mais do que preparado para ouvir todos os tipos de cobranças, aquele  que se dispuser a pleitear um mandato, sobretudo se para o parlamento municipal, pois nas cidades de menor porte, embora muitos acreditem que os eleitores tenham dificuldades em suas escolhas(se essas são ou não acertadas é uma outra história), o que é um ledo engano, pois apenas uns poucos é que se acham nessa situação, pois o que tem de portadores de títulos eleitorais “finórios” não está, em lugar nenhum, escrito.

Quando da campanha para o legislativo estadual (que não tinha mesmo a mínima condição de ser bem sucedida por falta de qualquer estrutura, a começar da sigla partidária que era considerada um terror para a maioria dos eleitores, pois ao posar de vestal, de moralizadora, de exclusiva dona da verdade a muitos assustavam - o que com o tempo se provou ser uma verdade -, além do que, ter ela, sido feita com apenas os meus minguados caraminguás de servidor público somente), em uma oportunidade fiz uma reunião aqui em Goiânia, na casa de um tio onde, tão logo cheguei já fui assim abordado pela sua esposa: - É, em época de eleição as pessoas aparecem! Ante a grande carga de ironia tanto na frase quando no seu tom, eis que de pronto lhe respondi: - Ainda bem que tem essas campanhas para que a gente tenha a oportunidade de fazer visitas, e ser tão bem recebidos como estou sendo acolhido aqui e  agora!

E nessa linha mesmo, de parentes serem tão exigentes, na última eleição municipal em que de novo fiz uma péssima escolha, embora a candidata tenha sido eleita ante grandes promessas, o seu desempenho está sendo deplorável, estando na fila de votação em Goiás, estava à minha frente um conhecido que havia sido candidato a vereador na eleição anterior e me contou, que ao pedir votos para um primo, esse lhe retrucou que não iria sufragar o seu nome nas urnas, pois se aquele fosse eleito, seria ele que iria passar a ter um salário pago com o dinheiro público e , o tendo ajudado a se eleger, não ganharia nada com isso.

Com esses dois exemplos patenteia se assim, situações que ante a adoção do voto distrital, os candidatos terão que enfrentar em suas campanhas, ante a obrigatória maior proximidade deles com o seu público alvo, os eleitores.

Portanto, sendo que de há muito já é minh, uma opinião formada, de que ante tanta descrença com a classe política de modo geral, o eleitor tem buscado peneirar candidaturas de todas as formas excludentes, até mesmo no aspecto pessoal, familiar, etc, para só então quando sobrar uns poucos ele fazer a sua opção, se caracterizando portanto que, mesmo não sendo a escolha a mais acertada, na hora de apertar as teclas na urna eletrônica, é, por deveras, um “bichim finório” esse tal de eleitor!

(José Domingos é jornalista, auditor fiscal, professor universitário, escritor e poeta. E-mail [email protected])

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