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OPINIÃO

Imprensa e Revolução

Em uma conjuntura política-militar, a sociedade brasileira, sofreu com o regime ditatorial por diversos anos, quase que concomitantemente a América latina passava por uma experiência de revolução ideológica, mais precisamente na ilha de Cuba, liderada por jovens que desejavam a igualdade entre as nações e queriam acabar de vez com o imperialismo, a revolução de 1959, foi noticiada por diversos países e diferentes meios de comunicação, o Brasil seguiu a regra, e a imprensa nacional relatou os fatos em um momento propício, a uma luta armada aqui no território tupiniquim. A nossa intenção é apresentar as relações entre a imprensa brasileira e a revolução cubana entretanto a guerrilha do Araguaia figura entre os fatos relevantes em nossa produção, e na nossa concepção, sua proximidade ideológica com a insurreição cubana, proporcionou as influencias que o movimento necessitava para sua realização. Buscaremos, traçar um paralelo entre a revolução cubana, imprensa brasileira e a guerrilha do Araguaia, fato este considerado por muitos como o ápice do movimento esquerdista no Brasil, traçar este paralelo de fato é um objetivo em nossa produção textual, porém evidenciaremos as proximidades ideológicas entre a revolução cubana e a guerrilha do Ara-  guaia, pois este movimento insurrecional é um tema que persiste, devido à censura que lhe foi imposta durante tanto tempo. Entendemos que, os acontecimentos nestes momento da história brasileira e da América latina estão correlacionados, mas em medidas diferentes, tanto a revolução cubana como a guerrilha do Araguaia tiveram suas atividades revolucionarias apresentadas pela imprensa brasileira, que até então, era quase que em sua totalidade, exercida por veículos de comunicação, que eram mantidos ou originários do governo vigente. A revolução cubana influenciou teóricos e políticos brasileiros, tendo em vista a possibilidade na mudança do cotidiano social e estrutural do país, sabe-se que neste período a imprensa brasileira enfrentou uma grande censura a liberdade de expressão, a partir das análises sobre recepção jornalística e teórica do processo revolucionário na ilha caribenha, juntamente com uma análise dos estudos e produções de livros e artigos de intelectuais nacionais que trabalharam esta temática, é possível identificar uma serie trabalhos realizados por diversos teóricos e por uma gama de pessoas que trataram o assunto, como teóricos, sociólogos, historiadores, líderes religiosos entre outros, eles relataram não só a revolução cubana, mas as relações entre Cuba, Brasil e toda a América Latina. Temos a clara convicção, que se o ponto de partida para um estudo sobre a revolução cubana foi determinado a partir da recepção brasileira através de analises e abordagens feitas por jornais e outras fontes que demonstre essa dialogação entre essas duas culturas, pode-se atingir um conceito mais amplo das visões que se tinha da ilha cubana, e a perspectivas que temos hoje. O momento que o Brasil atravessava entre os anos de 1959 a 1975, é de extrema conturbação política e divergências ideológicas, na ala esquerdista nacional, fatos relevantes em nossa história demonstram todo este momento, observemos alguns: como foi dito o nosso recorte histórico é entre o ano de 1959 a1975, mas para iniciarmos as amostragens das principais matérias de jornais que recobrem este período, voltaremos ao ano de 1954, mais precisamente no dia 24 de agosto, o dia do suicídio do então presidente Getúlio Vargas, posteriormente a este fato, a sua carta testamento foi divulgada em diversos veículos de comunicação, chegando até as mãos do líderes do movimento 26 de julho, por intermédio de dezesseis cubanos que se encontravam no comitê dos exilados cubanos, no estado do Rio de Janeiro. Este acontecimento, de uma maneira mais ampla, fez com que a futura ilha socialista se aproximasse do Brasil, os jornais deste período noticiaram este fato com bastante ênfase é certo grau de preocupação. Pois alguns jornais e revistas nacionais foram fundados a partir de partidos políticos e pessoas ligadas ao governo, o acervo da Folha de São Paulo nos mostra uma série de manchetes políticas, que nos transporta para o período aqui citado, um período de grande instabilidade política e militar, é necessário deixar claro que, seria impossível abordar todas estas manchetes, pois a própria temática não nos permitiria somente neste texto, apesar de milhares de pessoas que não aceitavam a ditadura no País, os grupos esquerdistas não conseguiam entrar em sintonia com seus membros ativos, o radicalismo na defesa dos ideais democráticos colocou como a única opção, a luta armada, mas havia a ala esquerdista com diferenciação nas suas ideologias, para que a vitória ocorresse ,era necessária a unanimidade dos membros organizadores do movimento. Então podemos concluir em relação, a guerrilha do Araguaia, a parte ortodoxa do movimento se espelhou na vitória da revolução cubana, onde a guerrilha partiu do meio rural para a cidade, e a parte esquerdista que ao concordava com este tipo de ação permaneceu na cidade, executando assaltos e manifestações, diferentemente da vitória cubana, a onde os dois grupos, os guerrilheiros rurais e os urbanos, apesar de terem também algumas diferenças, seus comandes conseguiram fazer a junção perfeita para que conseguisse a vitória. No que desrespeita a imprensa nacional, o fato a ser destacado, e a grande publicação sobre acontecimentos que direta ou indiretamente influenciava jovens brasileiros a tomar iniciativas contra o regime vivido naquele contexto histórico nacional, pois na nossa compreensão a momentos que são propícios para uma revolução, seja ela armada ou não, a imprensa brasileira naquele contexto, apresentou os fatos relevantes na conjuntura histórica, porém como este artigo me proporcionou a volta em tempo histórico que não vivencie, posso rever todo o contexto e chegar à conclusão que, aquele momento era propicio e a imprensa e o governo foi falo na divulgação da revolução cubana. Se torna claro que este texto é somente uma introdução de um trabalho maior e mais aprofundado.

(Flávio Henrique da Silva, professor)

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