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OPINIÃO

Vidas Selvagens/Humanas (world wildlife day)

Pedro Wilson Guimarães ,Especial para Opinião Pública

Março sempre mês das águas e das mulheres. Mês também da promoção, defesa e conservação das florestas e especialmente da vida selvagem decretado pela ONU e apoiado pelo MMA/Anamma/Amma e os movimentos ambientalistas. A cada ano morre muita gente e desaparecem para sempre animais, aves, bichos, todos tão importantes para a nossa biodiversidade e sustentabilidade das cidades e biomas como o Cerrado/sertão do planeta azul do Brasil. São muitas espécies de vidas selvagens florestais, rurais e mesmo urbanas. Vidas naturais e humanas, humanas e naturais estão em xeque. O Papa Francisco disse com todas as letras que não somos somente consumidores de animais selvagens e mesmo domésticos, mas guardiões e responsáveis por suas vidas e a continuidade deles e nossa mesma. Lembremos de uma antiga advertência indígena que o que acontecer com a terra acontecerá com o filho da terra, humanidade de Deus dará vida? Muitas espécies estão cada vez mais vindo para as cidades, então temos vidas selvagens rurais e urbanas? Vida nas vilas, bairros, reservas, parques, córregos, rios, serras, campus, jardins, prédios, estádios, cemitérios? Faunas e floras, terras e águas de mulheres e homens, responsáveis? Em Goiânia desde sempre há notícias e registros, pesquisas e fotografias de vidas selvagens livres para viver e/ou para morrer. Vidas selvagens nos campus da UFG e PUC-Goiás. Vidas selvagens nos parques, praças, reservas, matas ciliares, bosques cerradinos. Vidas selvagens no Parque Zoológico e das Rosas com vidas livres de macacos, cotias, garças, patos, cobras e lagartos, tatus, bem-te-vis, joãos de barro, periquitos, pombas, urubus, gaviões, canários, socós, ema, seriemas, martins pescadores, biguás, anuns, quatis e quem sabe desavisados, retirantes lobos guarás, jaguatiricas, tamanduás, capivaras, rolinhas, jabutis, peixes e cágados de águas nada limpas, saudáveis, potáveis? Animais selvagens presentes e empalhados no Museu José Hidasi. Presentes também em nossas duzentas e trinta e nove áreas verdes, verdes! Presentes nos nossos parques como Jardim Botânico classe B, Taquaral, Vaca Brava, Flamboyant, Beija-Flor, Flores, Buriti, Jerivá, Campininha das Flores, Carmo Bernardes (que agora estaria fazendo 100 anos como JJVeiga de boa e fantástica literatura brasileira cerradina), Bernardo Elis, Índia Diacuí, Cerrado e Laranjeiras de todas mangueiras de nossa capital Goiânia de quase oitenta e um anos de vidas humanas, selvagens? E os futuros parques da Água Branca. Palmito/Vila Romana e Jardim Nova Esperança? E as nossas figueiras, mongubas, sibipirunas, acácias, oitis, patas de vacas, flamboyantsquaresmeiras (em plena quaresma para penitenciarmos de nossas más ações que fazem desaparecer as vidas selvagens nos Cerrados e no mundo mesmo vidas humanas, principalmente violências contra mulheres e crianças/jovens?). E ipês, barrigudas/paineiras de muitas modas de violas ricas e inezitas, sete copas, aroeiras, goiabeiras. E as árvores dos Cerrado como pequizeiros, cagaiteiras, baruzeiros, ananás, jenipapeiros, araçás, mangabeiras, araticuns, pitangueiras quase todas que com seus frutos e folhas ajudam na sobrevivência da vida selvagem citadina. E mais com os cocos de nossas palmeiras buritis, jerivás, macaúbas, guarirobas, bacuris, juçaras, babaçus, tucuns. Vida selvagem presente e futura? Precisamos proteger, manejar, cuidar mais e melhor de nossa vida selvagem de Goiânia e de todas cidades pequenas e grandes. E mesmo daquelas que estão cada vez mais sitiadas sem suas moradias florestais, aquáticas, ribeirinhas com a ajuda de todos nós serviços públicos e humanidade, sociedade moradora e visitante? Consciência, responsabilidade, participação e desenvolvimento econômico e social sustentável para todos. É preciso navegar viver não é preciso? É preciso sim, navegando sempre por um mundo de justiça e paz sem medo, sem ódio, sem violência como dizia D. Fernando Gomes dos Santos agora em primeiro de junho trinta anos de sua parúsia, ressurreição do homem que foi procurador dos pobres e da vida digna na expressão do teólogo Leonardo Boff. É preciso lembrar de mil mulheres que lutaram por um melhor no passado e no presente. Lutaram para que hoje tivéssemos vida boa bela, bonita cheia de saberes e sabores para sempre alimentar com segurança nossos corpos e nossas almas destes e de todos planetas e galáxias. Lembrar que março é mês da mulher. Todo mês é mês, semana e dia das mulheres construindo juntas com os homens uma sociedade de proteção à vida animal doméstica e selvagem e de solidariedade e liberdade. Lembrar e nominar todas mulheres, indígenas, quilombolas, brancas, mestiças suas lutas pelas famílias, comunidades urbanas e rurais, cidades e campos, escolas e universidades. Mulheres palestinas e judias, mulheres do trabalho e das artes, mulheres mães e filhas, mulheres na economia e na política, na igreja e nos movimentos sociais pela casa e pela terra, pela água e pela paz com justiça social. Mulheres nanhás do couto, damianas, coracoralinas, belkis, bizés, betinhas, aparecidas, vandas, revys, nadirs, conceições, joanasdarcs, suelis, santas, santinhas, consuelos, mariajosés, nilces, cristinas, irenes, genildas, margaridas, ironives, dirces, doracinas, rosas, graças, lídias, flor de lótus, tanias, doras, isas, marys, eleuzes, marcias, olgas, isolinas, dalisias, ismaildas, heloisas, helenas, dilairs, mariahelenas, mindés, terezas, iedas, nilvas, elmas, sonias, hernandez, melinis, evelyns, aldas, anettes, quitas, ildas, mariarosarios; todas combateram o bom combate e muitas continuam combatendo no dia a dia pela construção de um mundo, cidade e campo de pão, arroz, feijão, roupa, remédio, mel, doce, fruta, cultura, esporte, lazer. E direitos humanos sociais e ambientais por lugares bons e bonitos de se viver, bem viver, melhor conviver hoje e amanhã. Gente boa gente que defendeu e defende a vida digna para todas mulheres e homens do planeta azul. Azul, mudanças climáticas, desastres químicos, ecológicos, humanos que atingem todos nós e a vida selvagem? Mulheres que sofreram e combateram discriminações, preconceitos, opressões e explorações advindas do trabalho escravo, infantil, feminino. Explorações vindas do latifúndio, especulação, sonegação fiscal (calcula-se em meio trilhão de sonegações) impostos altos, trabalhos e salários diferenciados mesmos iguais entre mulheres e homens. E com muitos abandonos, segregações, corrupções, e, prisões e migrações forçadas. Mulheres que combateram ditaduras e situações sociais desumanas sem terra para morar, plantar. E sem água limpa para matar a sede e a fome. Mulheres de atenas e de Goiânia, Goiás, Brasil e mundo planetário. Mulheres das comissões de verdade, toda verdade de gente desaparecida na ditadura e na democracia mesmo que tardia. E pela democracia libertária antes, durante a ditadura. E depois com anistia, direta já, constituintes e todas comissões da verdade mesmo que tardias por democracia, justiça e paz, direitos humanos e liberdade e igualdade servindo a vida. Vidas sempre para servir. Servir com obras e serviços e ações de promoções humanas e do meio ambiente. Muitos, milhares de animais da vida selvagem salvaram muitos nos anos e dias de fome. E da humanidade de Deus do bem, bom e melhor viver. E mais conviver hoje e amanhã mais e antes. Mais que um dia, uma história. Mais do que história uma esperança de felicidade para nós. E para todos animais nossos irmãos como dizia Francisco de Assis. As terras, águas, faunas, floras, ares são nossas mães. São mulheres da vida nada fácil que precisa ser valorizada dia a dia de nossa existência. Vida oxalá mais cheia de cidadania, amizade, solidariedade e realização sujeita na educação. E na cultura, sabedoria, sabores, mel, poesias, flores que dão frutos da vida digna de vivida. Vivida por gente boa gente negra, branca, amarela, vermelha. E verde da natureza, centro da vida selvagem, conservada, preservada para gerações presentes e futuras ações sócio comunicativas, educativas e  libertadoras.

(Pedro Wilson Guimarães, presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente de Goiânia/2013 – Amma, presidente da Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente - Anamma 2013/2015, secretário do Ministério do Meio Ambiente2012/2013, prefeito e vereador de Goiânia, deputado federal de 1993-2011 PT/GO, professor da UFG e da PUC-Goiás, militante dos Movimentos de Direitos Humanos, Fé e Política, Educação, Cerrados. E-mail: [email protected])

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