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Plano de fuga de Ghosn foi inspirado em livro escrito por brasileiro

(Foto:G1)

O mais rocambolesco e surpreendente plano de fuga (e até agora bem sucedido) dos últimos tempos, foi inspirado em um livro escrito pelo brasileiro S. T. Wilson, publicado pela Amazon em maio de 2018 (fac-símile da capa). O nome da obra é "Sasha, What Is to Be Done?".

A história conta a epopeia de quatro órfãos da Guerra Fria que, indignados com a ameaça do governo russo de enterrar ou cremar o corpo do líder soviético Lenine, decidem sair da península ibérica (Portugal e Espanha) para ir até Moscou "salvar" (sequestrar) o corpo embalsamado na Praça Vermelha. Os detalhes do "como fazer" coincidem em tudo com o plano desenvolvido para que o empresário Carlos Ghosn conseguisse o que para muitos é considerado impossível: fugir do Japão.

No livro de S. T. Wilson, nascido em Goiânia, e há 15 anos radicado em Paris, o jardineiro português Carmo Miranda tem a ideia de criar uma banda de jazz para se apresentar em um hotel de Moscou e depois, usando o case de um contrabaixo, esconder o corpo de Lenine para poder passar nas fronteiras da Rússia (fac-símile pagina 88).

O grupo atravessa a fronteira da Rússia com o corpo escondido no case de um instrumento musical, conforme apa-rece na página 209. O mesmo procedimento foi utilizado no plano de fuga do empresário. Usar um grupo musical para tornar o plano mais inofensivo, e depois o "case" de um instrumento para esconder o corpo (no caso, o corpo vivo do empresário).

Apesar de escrito em inglês, o livro foi divulgado principalmente a partir de Paris, onde Carlos Ghosn tem uma grande rede de amigos, e onde o autor tem, também, amigos comuns com o empresário francês, libanês e brasilei-ro.

Um grupo de fãs do livro no Facebook possui mais de mil pessoas, o que pode ser considerado expressivo em se tratando de literatura. Procurado pela reportagem na França, o autor do livro, S. T. Wilson disse que tem informações de que um amigo comum levou um exemplar de seu livro de presente para o empresário.

Mas ele ressalva que, se realmente o plano de fuga foi inspirado em sua história, ele "lamenta muito, pois “Sasha, What is To Be Done?"é sobretudo uma histó-ria que passa uma mensagem de ética, justiça social e liberdade, o que não tem nada a ver com uma guerra de corrupção pessoal e interesses empresariais.

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