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O nascimento de Goiânia, a nova capital de Goiás

Goiânia completa 86 anos no próximo dia 24 de outubro, e para comemorar o aniversário da cidade, a equipe do DM Online começa a partir de hoje uma série de reportagens sobre o município. A série vai contar com matérias que mostram o desenvolvimento econômico de Goiânia nos aspectos econômicos, políticos, social e cultural, ao longo dos seus mais de 80 anos.

E para começar a nossa série, nada mais justo do que contar a história do nascimento da atual capital de Goiás, em substituição a cidade de Goiás. A capital goiana nasce na década de 1930, na época, Getúlio Vargas assumiu a presidência da república e colocou fim a política do café com leite, na qual representantes de São Paulo e Minas Gerais, se revezavam no poder.

Com a ascensão de Vargas, o movimento chamado Marcha para o Oeste nasceu, com o intuito de ocupar a região Centro-Oeste do país. Com Getúlio Vargas no poder, e como não havia eleições para governador, que na época era denominado interventor, Vargas nomeou Pedro Ludovico Teixeira como interventor de Goiás.

Com o interventor nomeado, e com a proposta de mudar a capital do estado, parada a mais de 180 anos. Em 1932, o então interventor através do decreto nº 2737 criou uma comissão, que tinha como principal objetivo escolher onde a seria a nova capital de Goiás.

Comissão para definir nova capital de Goiás foi criada em janeiro de 1933

A comissão presidida pelo Bispo D. Emanuel Gomes de Oliveira deu início aos trabalhos da comissão no dia 3 de janeiro de 1933, quando o coronel Antônio Pireneus de Souza, escolheu três técnicos para analisar os locais para implantação da nova capital. Foram escolhidos para os trabalhos os engenheiros João Argenta e Jerônimo Fleury Curado e o médico Laudelino Gomes de Almeida, que tiveram como missão analisar as condições topográficas, hidrológicas e climáticas dos locais escolhidos.

Os locais escolhidos inicialmente para abrigarem a nova capital foram Bonfim, que atualmente é Silvânia, Pires do Rio Ubatan (atualmente é Orizona) e Campinas, que é o bairro mais antigo de Goiás. Após a análise dos técnicos, Campinas foi apontada como o local ideal para a construção da nova capital. O relatório final foi enviado aos engenheiros Armando de Godoy, Benedito Neto de Velasco e Américo de Carvalho Ramos, que deram o seu parecer e encaminharam ao interventor Pedro Ludovico Teixeira.

Antes da definição de que a nova capital de Goiás começaria por Campinas, Pedro Ludovico Teixeira, enfrentou um movimento que era contrário a mudança da capital. Entretanto, o interventor definiu que a nova capital do estado seria construída na região de Campinas.

Região de Campinas foi escolhida para construção da capital

Um decreto publicado pelo interventor do estado no dia 18 de maio de 1933 escolheu a região às margens do córrego Botafogo, que englobava três fazendas e no município de Campinas, para a construção da nova capital do estado. No dia 6 de julho do mesmo ano Pedro Ludovico encarregou o arquiteto urbanista Attilio Corrêa Lima da elaboração do projeto em Art Déco da nova capital.

O projeto original viria a ser reformulado depois por Armando Godoy, que viria dois anos depois a assinar o plano diretor da capital. Com o plano em mãos, feito pelos engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno, foram abertas três avenidas, Goiás, Araguaia e Tocantins, no centro da cidade, e na região que fica a sede do governo estadual. Após a abertura dessas avenidas, foi a vez da avenida Paranaíba ser aberta e ligar as outras três ao Parque Botafogo e ao antigo aeroporto, que compreende ficava no setor aeroporto.

Para a escolha do nome da nova capital, o jornal O Social fez um concurso cultural com os leitores, e o nome escolhido foi divulgado no dia 16 de novembro de 1933, com a vitória do nome "Petrônia", em homenagem ao interventor do estado, com 105 votos. O nome Goiânia, sugerido pelo professor Alfredo de Faria Castro, não conseguiu nem 10 votos.

No dia 24 de outubro no local escolhido por Corrêa Lima, a Praça Cívica, onde está situada a sede do governo, Pedro Ludovico Teixeira lançou a pedra fundamental da nova cidade. Conforme a história conta, a data foi escolhida para homenagear o início da revolução de 1930. Mesmo com o lançamento da pedra fundamental, a nova capital ainda não tinha um nome definido.

Goiânia tem nome definido em decreto assinado por Pedro Ludovico Teixeira em 1935

No dia 2 de Agosto de 1935, Pedro Ludovico Teixeira, assinou o decreto que deu o nome de Goiânia a nova capital de Goiás, e não indicou o que motivou a escolher o nome. Também no decreto do dia 2 de agosto, Pedro Ludovico Teixeira criou a capital Goiânia.

No dia 20 de novembro do mesmo ano o município foi instalado, e no dia 13 de dezembro, em um novo decreto foi determinada a transferência da Secretaria Geral, da Secretaria de Governo e da Casa Militar para Goiânia dando início a nova capital do estado. Outro órgão da administração estadual foram transferido posteriormente para o município.

A cidade de Goiânia assumiu como nova capital de Goiás e cresceu bastante de lá para cá. Desde a praça cívica, e as quatro primeiras avenidas da capital muita coisa mudou. E a nossa próxima reportagem, é na verdade uma foto reportagem, sobre como eram alguns locais de Goiânia no início e de como esses locais estão hoje. #Goiâniadoamanhã

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