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Desafios do futebol americano no país do futebol

Os desafios que o futebol americano enfrenta no país do futebol não são de hoje. Criado em 1867, o esporte da bola oval misturava jogadas de rugby com regras da bola redonda. Sendo assim, o sistema de avanço dentro do gramado ocorria por meio de downs ou descidas. Além disso, o esporte se moldou de maneira estratégica ao longo dos anos. Com isso, os jogadores passaram a ser divididos em equipes de 11 atletas, sendo uma equipe de ataque, uma de defesa e uma especializada.

O time de ataque consiste em seis jogadores, sendo um Quarterback (QB), um Center (C), dois Offensive Guards (OG) e dois Offensive Tackles (OT). Na foto de treino há apenas cinco atletas, pois o Center estava em desfalque. (Foto: Isabella Brito/Arquivo)

Por outro lado, o futebol americano começou a ganhar popularidade no Brasil somente em 1990. E apenas em 2007 surgiu o Brasil Onças, a primeira Seleção Brasileira de Futebol Americano. Ainda naquele ano, foi disputado o primeiro jogo da seleção, porém somente os atletas que dispunham de condição financeira puderam arcar com a viagem para Montevidéu. Porém a estreia não foi favorável ao Onças, que perdeu por 20 a 14.

Enquanto isso, em 2009, aconteciam os primeiros campeonatos de futebol americano a nível nacional, o Torneio Touchdown. Além disso, estavam sob responsabilidade da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), e sete equipes disputaram a primeira edição em 2010. No ano seguinte, passaram a ser 16 participantes e, em 2012, foi transmitido pelo canal BandSports.

Autonomia e equipamentos

No entanto, o futebol americano ainda não despende de total autonomia. Deste modo, gastos com equipamentos, viagens e treinos são custeados por atletas, o que interfere boa parte no desenvolvimento da modalidade.

O ex-Goiânia Guarás, Marcelo Rodrigues, conta:

"A gente não tinha campo fixo para treinos, quase tudo ficava por conta da organização dos atletas e da equipe. Os equipamentos também foram conseguidos por meio de vaquinha, e era bem dificil achar algum que tivesse o seu tamanho", afirma.
Equipamentos como shoulder e helmets ainda são compartilhados durante os treinos. (Foto: Isabella Brito/Arquivo)

"O time tentou um esquema de equipamento próprio. Era bom pra quem começava, porque não precisava comprar logo de cara sem saber que iria gostar ou não. Nem sempre era o tamanho certo, ou ficava largo e saia na hora da pancada ou ficava apertado, incomodando", completa o atleta Jansen Mendes.

País do Futebol

O Brasil, por sua vez, é conhecido por ser o país do futebol, pois, além de ganhar cinco Copas do Mundo, possui jogadores brasileiros em times internacionais. Além disso, o esporte da bola redonda conta com boa parte dos holofotes da mídia, seguido por vôlei, natação e tênis; segundo pesquisa Deloite realizada em 2011.

Ainda de acordo com Deloite, o futebol americano é apontado como uma prática ainda desconhecida em solo brasileiro e considerado esporte de elite. Conforme explica o diretor executivo da CBFA, Marcelo Taveira.

"É muito caro para uma equipe de qualquer lugar do Brasil realizar um jogo, os valores variam de 4 a 12 mil reais, em média. Eu acredito que a CBFA seja um órgão de extrema importância pela possibilidade de ajudar o esporte continuar a crescer em todo o território nacional", ressalta Marcelo.

Eventualmente, o futebol americano depende da demanda esportiva para que esteja em relevância na imprensa. Deste modo, rompe possíveis resistências em relação ao esporte praticado. Assim, favorece a compreensão e o entendimento sobre a prática, além de abrir espaço para que este se desenvolva.

Neste sentido, o campo esportivo do futebol americano ainda está em formação e construção. Com isso, pode haver avanço ou retrocesso da prática em um país plural como o Brasil.

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