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O mito do Carrossel

Revolucionário. Johan Cruyff foi muito mais que um jogador de futebol. Essa frase também é designada para se falar do Barcelona, clube que Cruyff jogou por 6 anos. A revolução imposta pelo holandês no clube catalão começou dentro de campo, passou pelo banco de reservas e continuou sendo trabalhada por praticamente todos os técnicos do Barça.
A notícia da morte de Cruyff entristeceu catalães, holandeses e todos que, de alguma maneira, acompanham e amam o futebol. A história de Johan foi precocemente interrompida aos 68 anos, vítima de um câncer no pulmão.
O começo da carreira se deu no Ajax da Holanda. Criado no clube do Amsterdã, o atleta Cruyff assombrou o mundo do futebol em 1967, quando o ainda modesto Ajax venceu o poderoso Liverpool da Inglaterra. A partir daí, o clube vermelho e branco continuou a sua caminhada imponente, de desconhecido a tricampeão consecutivo da Liga dos Campeões da Europa (1970-71, 1971-72, 1972-73). Além disso, foram 8 campeonatos holandeses. Ali começou a gloriosa e histórica parceria com Rinus Michels.
Após conquistar tudo na Holanda, havia chegado a hora de uma nova jornada. E ela seria difícil. O Barcelona não conquistava nenhum título espanhol há 14 anos. Cruyff aceitou o desafio e desembarcou na Catalunha. Por lá, o título espanhol veio, porém, o maior feito de Johan foi revolucionar, mais um vez, o estilo de jogo de um clube. Após anunciar o fim da carreira em 1978, Cruyff voltou pouco tempo depois para atuar no futebol norte-americano. O fim da carreira veio em 1984, pelo Feyenoord da Holanda. A partir daí, a sua jornada como técnico de futebol se tornaria tão importante quanto a de jogador.
Como treinador, Cruyff começou pelo Ajax, em 1986 tentou remontar o estilo “futebol total”, consagrado por ele mesmo anos atrás. Não deu certo. Nenhum título importante veio, porém, o trabalho nas divisões de base trouxe ao futebol atletas como Ruud Gullit, Marco Van Basten e Frank Rijkaard, campeões europeus de seleções em 1988.
No mesmo ano, Cruyff foi treinar o Barcelona. Mais uma revolução. Pelo Barça, restabeleceu o estilo ainda usado por Pep Guardiola, Luiz Enrique e cia. Foram quatro títulos espanhóis consecutivos, 3 Super Copas Europeias e o primeiro título da Liga dos Campeões da Europa, em 1992, tendo no elenco Romário, Koman e Hristo Stoichkov.
A personalidade de Johan Cruyff era forte, imponente. Desde que deixou de atuar continuou como grande mentor do futebol catalão, em especial do Barcelona. Também estava sempre presente na seleção holandesa, seja para criticar ou elogiar o futebol de seu país. Aliás, a revolução, sim, de novo a revolução, de Cruyff mais emblemática se deu na seleção da Holanda e isso merece um capítulo a parte.

LARANJA MECÂNICA


Para os brasileiros, Cruyff começou a ser conhecido apenas em 1974. Aliás, para o grande público mundial, o Carrossel Holandês da Copa da Alemanha foi um marco histórico. A vitória sobre o Brasil na semifinal teve gol de Johan. No final, o 2 a 0 pareceu até pouco. O título não veio, a poderosa Alemanha de Franz Beckenbauer levou a melhor por 2 a 1. Porém, Rinus Michels e Johan Cruyff revolucionaram a forma de se ver e praticar o futebol.
Johan nunca mais jogou uma Copa do Mundo. Azar da Copa. Até meses antes do Mundial da Argentina, Cruyff jogou pela Laranja Mecânica. Entretanto, como já havia antecipado anos antes, não participaria do principal torneio de seleções. A Holanda, de desconhecida no cenário mundial do futebol, onde só havia disputado a Copa do Mundo de 1938, se tornou temida no mundo inteiro. O respeito pelos holandeses deve muito ao Futebol Total de 1974, capitaneado por Johan Cruyff e comandado por Michels. De lá para cá, a Holanda bate na trave para vencer seu mundial, mas com a alma daqueles que iniciaram a ascensão da seleção Orange.

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