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Ursulino Tavares Leão, de Crixás para a história de Goiás

Ontem, Ursulino retor­nou ao pó, misturando­-se a terra, na entradinha da tarde. Para lembrar o amigo e confrade na Academia Goiana de Letras, reedito o texto a seguir que escrevi sobre ele veiculado nesta Coluna há oito anos:

Foi nos corredores e elevado­res do Ed. Villa Boa, localizado na Avenida Goiás, com a Rua 2, centro, Goiânia, onde funciona­vam as sedes da Academia Goia­na de Letras e da União Brasilei­ra de Escritores, Seção de Goiás, em 1980, quando assumi a secre­taria da UBE-GO, que encontrei pela primeira vez com o escritor Ursulino Tavares Leão, fora dos seus livros, das suas incursões pela imprensa, como gestor cultural e diferenciado político.

O município de Crixás (GO), cuja história aponta como um dos pioneiros Arraiais do ciclo do ouro, das minas descobertas por Domin­gos Rodrigues do Prado e explora­das por Manoel Rodrigues Tomaz, no ano de 1734, foi onde nasceu Ursulino Tavares Leão, em 10 de se­tembro de 1923, então, na condição de distrito da cidade Pilar.

Por volta dos seus seis anos de idade, acompanhando a mudança familiar, passou a residir em Aná­polis, quando iniciou seus estu­dos, para sequenciá-los em Bonfim (atual Silvânia) e Belo Horizonte, onde se graduou em Direito, em 1950. Na faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Ge­rais, presidiu o Centro Acadêmico Pedro Lessa. Destaque em sua for­matura recebeu da instituição, o prêmio de melhor aluno da turma

De volta à Anápolis, casado com a mineira de Vila Rica (Ouro Preto), Gislene Petronillo Leão, mais conhecida como professo­ra Lena, dedicou-se à advocacia e ao magistério do ensino médio e superior. Atraído pelas urnas, foi eleito deputado Estadual na 5.ª Legislatura, 1963-1967 e na 6.ª Legislatura, 1967-1971, tornando­-se líder do Governo (Arena), na Assembléia Legislativa. É de sua autoria a lei que criou o DAIA – Distrito Agroindustrial de Anápo­lis. Foi vice-governador de Goiás, exercendo interinamente a Go­vernadoria do Estado, na admi­nistração de Leonino Di Ramos Caiado (1971-1975). Foi também Procurador-Geral de Justiça do Estado de Goiás.

Presidiu a Academia Goiana de Letras (1969-1985). Durante a sua gestão é que se deu o ingres­so na Casa, pela primeira vez, da presença feminina, sendo eleita a folclorista Regina Lacerda, para ocupar a Cadeira 16, vaga com o falecimento do professor e his­toriador, Zoroastro Artiaga. Por sua vez, radicalmente contra a presença feminina na instituição.

Estreou na literatura, no ano de 1949, com a publicação do li­vro Maya, romance. Posterior­mente, sua obra foi enriquecida com duas dezenas de outros títu­los e em prosa e versos.

Recebeu importantes distin­ções pelo seu desempenho lite­rário, como os troféus Jaburu, ou­torgado pelo Conselho Estadual de Cultura, Pelicano, conferido pelo Conselho de Cultura da Ma­çonaria Grande Oriente do Esta­do de Goiás, Goyazes–Eli Brasi­liense, da Academia Goiana de Letras e o título de Comendador, da Sociedade Geográfica Brasi­leira de São Paulo (SP).

Membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, da Academia Braziliense de Le­tras e Associação Nacional de Es­critores. Atuou como jornalista nos históricos Jornal do Povo, O Momento e A Imprensa. Sema­nalmente publica crônicas do jornal O Popular.

A Academia Goiana de Le­tras transformou o ano de 2010, em Ano Cultural Ursulino Tavares Leão, sendo homenageado em di­versas ocasiões em Goiânia, Aná­polis e em Crixás.

Ao lado de outras 77 perso­nalidades goianas, cedeu os contornos da palma da sua mão para ser assentada num bloco de concreto na Praça da Inspi­ração, localizada na confluên­cia das avenidas 85, com a T – 9.

Amanhã, dia 29, sua terra natal, Crixás, será novamente palco de mais uma justa ho­menagem ao seu filho muito especial. Ursulino emprestará seu nome para uma escola mu­nicipal que será entregue a co­munidade, ela que se orgulha da sua existência que tão bem elenca o rico cenário humano­-cultural de nosso Estado.

Aos 87 anos e proprietário de uma vitalidade notável, de uma oratória impecável, Ursu­lino fez e ainda fará muita his­tória, isso é muito bom.

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