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ENTRETENIMENTO

Oscar Wilde itinerante

Um clássico da literatura mun­dial promete ir ao encontro do pú­blico. E na forma de teatro chega­rá a espaços pouco pensados por fazedores de arte da Grande Goiâ­nia. Esta é a proposta do proje­to “Um Conto, Dois Encontros”, que tem apoio da Lei Goyazes e vai passar Bosque dos Buritis, em Goiânia, e no Teatro Cidade Livre e em Aparecida de Goiânia, com espetáculo “O Príncipe Feliz”. A peça é baseada em conto do es­critor irlandês Oscar Wilde (1854- 1900). A entrada é gratuita.

O espetáculo “O Príncipe Feliz” será apresentado neste sábado (6), no Bosque dos Buritis, às 17 horas, e na próxima segunda-fei­ra (8), às 19h30, no Teatro Cida­de Livre, em Aparecida de Goiâ­nia. A peça foi apresentada duas vezes na última semana no Teatro SESC. Com casa cheia nas duas sessões, essas apresentações de­ram início à circulação da peça que depois passou pela Associa­ção de Serviço à Criança Especial de Goiânia e pelo Ponto de Cultu­ra Raio de Sol, em Aragoiânia. En­cenado por Rita Alves e Caco Ro­drigues, a peça será apresentada, por fim, em Trindade.

Utilizando-se da linguagem da “palhaçaria” e do teatro de anima­ção, os atores vão falar do encon­tro entre uma artista de rua que quer o estrelato e está a caminho da cidade do Show Business. O lo­cal em questão é onde está encra­vada a estátua do “Príncipe Feliz”, que é feliz apenas no nome. Longe dos muros do palácio, foi colocado em um pedestal e pôde contem­plar todo o sofrimento de seu povo. Dele se apieda, por ele é mortifica­do, mas que nada pode fazer para minorá-lo. Para falar deste encon­tro, o elenco trabalha com comici­dade, drama e poesia.

A PEÇA

O espetáculo é uma livre adap­tação do conto de Oscar Wilde, es­crito em 1888. Porém, mais de 130 anos depois de escrito, o público pode sentir atualidade, já que trata a natureza humana e suas másca­ras. “Estamos num período de mui­ta polaridade, onde a capacidade de se deixar afetar pelo outro se colo­car no lugar do outro, está cada vez mais difícil. Existe uma idealização do que é ter sucesso, ser uma pes­soa realizada, uma pessoa que ‘che­gou lá’. O espetáculo, assim, faz um convite ao espectador a se pergun­tar o que realmente importa para si”, adianta Rita Alves, responsável pela adaptação do conto à dramaturgia.

Apesar de revelador, a histó­ria é contada com tom poético. Tem drama, mas também humor. “Queremos, assim, tocar o espec­tador para que ele possa acessar ‘lugares’ que na correria pela so­brevivência esteja meio esque­cido”, comenta Rita. Rita Alves, para adaptar o conto ao espetá­culo também usou outros dois contos de Oscar Wilde: “O Rou­xinol e a Rosa” e “O Aniversário de Infanta” que, juntamente com o texto de Rutebeuf- Pregão das Ervas do séc. XIII, alguns trechos de poesia de Fernando Pessoa e a poesia “O Bicho” de Manuel Ban­deira compõe toda a dramaturgia do espetáculo. A encenação ficou a cargo de José Regino de Olivei­ra, ator e diretor graduado pela Fundação Brasileira de Teatro.

SINOPSE

O Príncipe Feliz, é uma está­tua que foi colocada na praça da cidade em homenagem ao Prín­cipe Feliz após a sua morte. Ao ser colocada na praça, a está­tua, que antes vivia rodeada pe­los muros altos do palácio e não podia ver para além deles, vê e contempla a miséria do homem e se sentido impotente diante de tanto sofrimento se entristece. A estátua está ali há mais de sé­culos, e neste tempo viu a cida­de sendo abandonada aos pou­cos pelos seus habitantes que se dirigiam às grandes cidades em busca de melhores oportunida­des, deixando a cidade quase de­serta. Mesmo a cidade estando quase deserta, toda noite o Prín­cipe a contempla, do alto de seu pedestal, observando os poucos moradores que ali ficaram, e na sua impotência diante de toda a miséria de seu povo, chora.

Em um dia, ao cair da noite, surge Diadorinha, uma palhaça em busca do estrelato, que quer chegar na cidade do Show Busi­ness e se tornar uma grande es­trela. Procurando um lugar para descansar ela se depara com a es­tátua do Príncipe Feliz, e resolve passar a noite ali. No meio da noi­te Diadorinha acorda pensando que está chovendo quando per­cebe que é a estátua que chora.

Após equívocos e estranha­mentos o Príncipe vê, em Diado­rinha, a possibilidade para ame­nizar um pouco o sofrimento de alguns moradores da cidade, fa­zendo de Diadorinha sua mensa­geira. Assim, o Príncipe doa o rubi de sua espada para uma mulher que está com o filho doente, um de seus olhos que são safiras ra­ras para um homem que mora na rua e vive a comer restos e o outro para uma menina que vende do­ces e deixou todos caírem na sar­jeta. Diadorinha também ameni­za a tristeza do Príncipe, fazendo para ele uma apresentação com um boneco corcunda.

Quando o Príncipe fica cego, Diadorinha, que estava sempre de partida, decide ficar com ele para sempre. Os dois estabele­cem uma relação pautada pela poesia e a palhaçaria que vai du­rar até o final do espetáculo com o Príncipe pobre e nú, pois, doou também todo ouro que existia em seu corpo estátua. Neste momen­to, Diadorinha vai vesti-lo com sonhos, uma linda capa bordada com todos seus sonhos.

SERVIÇO:

Estreia do projeto “Um conto, dois encontros...” – circulação do espetáculo “O Príncipe Feliz”, com Rita Alves e Caco Rodrigues

Bosque dos Buritis

Data: 6/10

Horário: 17 horas

Teatro Cidade Livre, Aparecida de Goiânia

Data: 8/10

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