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Tons pastéis, reinterpretação e homenagens abrem a semana de moda goiana

Goiânia tem sido ultimamen­te um dos locais onde mais tem chamado a atenção no mundo da moda, seja por ser uma cidade de polo têxtil ou pela diversidade de es­tilos, eventos do tipo que a cidade é a sede. Nesse ponto de partida acon­teceu na noite de terça-feira, 18 de setembro, o Goiânia Fashion Week, em sua 13ª Edição, que foi apresen­tada no Império Boulevard, em uma ótima organização e decoração.

O prédio neoclássico abrigou na noite diversas coleções de mar­cas goianas, iniciando por volta das 19h com um coquetel que ofere­cia à imprensa e convidados vip tá­bua de frios, ceviche e outras espe­ciarias, além de drinks – destaque para o Orange Gin, feito de suco de laranja, licor de banana verde e Gin – chope e suco de Grapefruit. Nes­se momento, David Brazil, ator e apresentador popularizado pelo seu personagem na novela Caça Talen­tos, da Rede Globo, passeava na área restrita com pouca dificuldade, pelo assédio de fãs e imprensa, mas sem­pre muito simpático a todos que fa­lavam. “Sou péssimo para o mundo da moda. Confesso que adoro ver, mas infelizmente não sou fashionis­ta, mas espero que a noite seja ma­ravilhosa”, comenta David ao Diário da Manhã quando indagado sobre seu gosto por moda, ainda comple­mentando que, embora não enten­da sobre, sua inspiração é Bruna Marquezine e que Versace é a grife que ele mais é assíduo, por ser uma marca kitsch (ou como ele mesmo fala, “cheguei”). Além de Brazil, ou­tras duas celebridades estiveram desfilando na noite, sendo o ator global Guilherme Leicam e a ex­-panicat Aline Mineiro, a qual disse que as Kardashians são sua inspira­ção no estilo: “Me inspiro por con­ta da ousadia. Elas usam tudo que a gente quer usar, mas não tem co­ragem ou falta de oportunidade. As Kardashians arrebentam e acho que a mulher é isso! Tem que fazer o que ela sente vontade, não tendo pudor e nem padrão, penso dessa forma.”

Às 22 horas os convidados são orientados a se sentar em seus res­pectivos lugares, pois o desfile iria começar. E fora do prédio a fila era imensa de pessoas que tenta­vam entrar para prestigiar o evento. “Alien”, de Die Antwoord e The Goat, toca e a primeira modelo aparece, de camisa oversized e meia (ambas pretas) e rosa na boca, assim sendo, todas as modelos com a mesma ves­timenta em uma performance con­ceitual e artística na abertura.

Jerônima Baco é a primeira marca oficialmente a abrir a noi­te, em uma coleção que remete ao clássico da moda, fazendo icô­nicas releituras de Maison Mar­giela, Yves Saint Laurent e Jean Paul Gaultier com seu icônico su­tiã que Madonna eternizou, dessa vez apresentada por drag queens e mulheres de terceira idade, além de modelos convencionais.

Em moda masculina, quem impressionou na construção e qualidade foi a Allaci, que, em suas referências, a mais gritan­te foi sobre Pitti Uomo, o even­to mais importante de moda no mundo que acontece na Itália, onde traz alfaiataria de ponta e melhor seleção de acessórios.

Militarismo, que é tendência para o verão, esteve presente de for­ma monocromática e “mono cria­tiva” por Zinffor Jeans Wear, que trouxe grande variedade de calças, mas reproduzia a mesma camiseta verde-musgo nas produções, mu­dando às vezes o modelo, mas nun­ca a estampa ou tecido. Talvez fosse intencional, para dar foco às calças, mas, sem dúvida, seria mais conve­niente uma produção total que va­lorizasse o produto. Porém, ponto positivo para a produção de uma modelo vestindo apenas uma ja­queta militar e shorts, que seja um chavão trivial, conseguiu trazer um frescor à linha.

Ainda sobre tendências, a mar­ca LH Moda Praia arrasou na com­posição de acessórios e cenografia, tendo viseiras neon (que é tendên­cia mundial, por causa de Maria Grazia Chiuri, na Dior, e Anitta, no Brasil) e modelos segurando rádios como bolsas, em forte lembrança aos anos 80, que todo verão está de volta assombrando os armários com o comeback de roupas que por juramento não seriam mais usadas, mas que do nada se cria uma paixão visceral sobre elas.

Codi, com jeanswear trouxe rou­pas que foram tendências fortes em 2014, como blusas de barra mullet e lavagem de jeans em camisetas na linha masculina. Além da repesca­gem, também tiveram inúmeras pe­ças de tons pastéis, foco da estação e detalhes de tiras pretas e brancas nos ombros. De acordo com os pro­prietários da marca, a inspiração de criação das roupas são peças que inspiram e tocam seu coração e que eles imaginam que sejam confortá­veis e que o mesmo sentimento in­timista que lhes trazem, traga tam­bém ao consumidor final. Quem também teve inspiração de lem­branças de 2014 foi a marca OZ, de streetstyle, focando nos jeans como hype da estação, sendo quase uma versão goiana da Proenza Schouler, que desfilou no New York Fashion Week e abusou do denim.

Em expressão de estampas em tecidos, as grifes que mais se des­tacaram foram Amarelo Mix, mos­trando estampas de asa de bor­boleta replicado em várias peças diferentes, calça de alfaiataria – a mesma que é o must have da vez – e cores pastéis, e a marca Duuo, que fez basicamente a melhor apresen­tação da noite, tendo a coleção em uma análise semiótica, sendo uma inspiração na estética de vestuário africano, nos tecidos ou no tie dye, que continham mensagens contra a violência à mulher negra, finali­zando o show de militância com uma placa dizendo “Disque 180”, número da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres.

Beatriz Dutra, estilista de vesti­dos de gala, trouxe um quê de alta­-costura para o evento, junto de ves­tidos de renda, seda, transparências, finalizando, como toda haute cou­ture, um vestido de noiva belíssimo, sendo a única coisa ruim foi ter aca­bado logo.

E as duas últimas ressalvas da noite foram a etiqueta She’s, que trouxe uma releitura da bolsa Glo­be, da Chanel, em forma de coco para combinar em conformida­de ao estilo praiano e clima de piscina, e também a marca Fave­la Chik, que surpreendeu com o senso altíssimo e forte de tendên­cias contemporâneas, em suas es­tampas ou shorts, mas que per­deu um pouco a graça devido a alguns modelos muito despoja­dos, se embaralhando na passa­rela e chamando a atenção para si, e não para as roupas, que me­reciam a atenção por serem tão bem produzidas em seleção de curadoria de trend.

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