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Entenda o PCC e o mundo do crime no Brasil

Nos últimos anos, o Brasil pre­senciou atônito cenas de pesadelo vindas de presídios de diversos es­tados. Com raros momentos de tré­gua, um desfile de atrocidades se desenrolou aos olhos de todos. Ca­beças cortadas, corações arranca­dos, execuções a sangue-frio. A vio­lência saiu das cadeias e se espraiou pelas periferias do País, envolvendo jovens e policiais numa espiral san­grenta que desafia o poder público.

Por trás da matança generaliza­da está uma guerra pelo controle do tráfico de drogas. Administra­das dos presídios, as facções crimi­nosas brasileiras se profissionali­zaram: com hierarquias rígidas e códigos de conduta sofisticados, ex­pandiram-se em direção às frontei­ras e controlam um negócio de cen­tenas de milhões de dólares.

Quem assumiu a liderança des­se processo foi o Primeiro Coman­do da Capital – o PCC. Criada em 1993, ano seguinte ao Massacre do Carandiru, quando 111 presos fo­ram mortos pela polícia, a facção passou a ditar as regras do crime nos presídios de São Paulo, impôs sua influência sobre outros estados e agora se internacionaliza a uma velocidade vertiginosa.

LIVRO

A Guerra: a ascensão do PCC e do mundo do crime no Brasil – O livro, es­crito por Bruno Paes Manso e Camila Nunes Dias, delineia a fisionomia da criminalidade no Brasil a partir de re­latos inéditos de integrantes das fac­ções e traz extensa pesquisa sobre o funcionamento do crime organizado

O CRIME FORTALECE O CRIME

Esta é uma das máximas do PCC. O discurso adotado pela facção é de que seus crimes são praticados em nome dos “oprimidos pelo sistema” e não em defesa dos próprios interes­ses, o que os diferencia do personalis­mo dos traficantes cariocas. Eles assu­mem a existência de um mundo do crime e da ilegalidade, tanto nas pri­sões como nas periferias, conhecidas como “quebradas”. Com o PCC, o cri­me passaria a se organizar em torno de uma ideologia: os ganhos da orga­nização beneficiariam os criminosos em geral. De acordo com essa nova fi­losofia, em vez de se autodestruírem, os criminosos deveriam encontrar for­mas de se organizar para sobreviver ao sistema e aumentar o lucro.

SINTONIAS

O PCC tem mais de 29 mil filiados no Brasil. A facção se organiza em cé­lulas – as “sintonias” – atuantes nas pri­sões e nos bairros pobres de centenas de cidades. Essas células estão conec­tadas e formam coletivos decisórios em âmbito regional, estadual, nacio­nal e internacional. Cada unidade pri­sional e cada bairro onde há o contro­le do PCC têm um representante para conduzir os negócios e servir de refe­rência na resolução de conflitos.

OS SALVES

Meio de comunicação interna do PCC, são mensagens da cúpula da facção que circulam via WhatsApp. Muitas vezes com erros gramaticais e de ortografia, evidenciam o contraste da baixa educação formal dos presos com a elevada capacidade de articu­lação política e gestão administrativa.

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