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ENTRETENIMENTO

A união faz o riso

Colaboração deveria ser a palavra do século. Pois, iniciativas organizadas através da união de forças en­tre público e fazedores de arte podem consolidar projetos, antes inviáveis. Através des­sa associação poderosa que a Galhofada–Pequena Mostra Internacional de Artes Cênicas de Rua, chega agora à sua 15ª edição. E assim, o evento sem fins lucrativos e que une arte ao fazer social, acontece de hoje até domingo (27), levan­do ao público apresentações, oficinas, feiras de troca e, cla­ro, altos sorrisos. Ou melhor uma galhofada.

Serão quase 30 atrações gra­tuitas, apresentadas pelos ar­tistas da mostra, que, como de costume na mostra, não co­bram cachê. Colaborar e espa­lhar cultura é o mais importan­te para os participantes dessa mostra que é organizada pela pela Oficina Cultural Geppet­to com ajuda da comunidade artistas, estabelecimentos co­merciais da região, grupos de teatros locais e de cidades vizi­nhas. As atividades acontecem na Alameda Henrique Silva, do Setor Pedro Ludovico. Lá, será montada mais uma Ilha da Ga­lhofa, de onde estará disponí­vel uma programação cultural construída coletivamente.

Entre os artistas colaborado­res, estão nomes como: grupo de coco folia Passarinhos do Cerrado, a cantora de samba e MPB Cláu­dia Garcia e grupos circenses a exemplo da: Família Colombo Ar­gento, do Palhaço Beterraba. Esta edição, a Galhofada conta ainda com a participação do Circo Iti­nerante Chocozuela, da Colôm­bia, que abre a programação, hoje às 17 horas.

RESISTÊNCIA

Cada dia mais forte na cren­ça de que cultura pode mudar o social, a história da mostra é de resistência. Surgiu em 2004, sem maiores ambições. Mas hoje co­leciona números surpreenden­tes: já reuniu na Ilha da Galhofa mais 50 mil espectadores e con­tou, ao longo dos anos, com o trabalho de cerca de 300 artis­tas, produtores e colaboradores.

“A primeira (edição) aconteceu em 2004 e foi uma Pequena Mostra de Teatro na Rua. Não tinha núme­ro. Não foi a primeira, porque foi feita para ser a única. Não deu. A experiência foi tão rica, tão gosto­sa, que não pudemos resistir. Veio a segunda, a terceira e agora a 15ª edição. Para explicar o que é, não tem jeito... Só mesmo participan­do…”, disse o coordenador geral do festival Marcos Lotufo.

Lotufo, que é também respon­sável pela Oficina Cultural Geppet­to, atribui o sucesso à união entre os colaboradores, que comparti­lham anos de estrada, profissiona­lismo e dedicação à mostra e estão sempre dispostos a “trocar de pa­pel” a favor da mostra.

“Somos pessoas decididas a re­sistir aos desmandos de nossos dirigentes e à malversação dos recursos públicos destinados à cultura, com o único objetivo de transformar a arte nesta prática sa­dia, educativa e cidadã”, argumen­ta o coordenador da Galhofada.

Ainda conforme Lotufo, logo na primeira edição, se constatou que o projeto tratava-se de um tra­balho de cidadania cultural ini­cialmente para a região do Setor Pedro Ludovico, à época carente por novas possibilidades de lazer e bem-estar social. “Nesta condição, decidiu-se que Galhofar era pre­ciso. Na primeira vez, foram dois dias de evento, destinados exclu­sivamente à apresentação de es­petáculos teatrais de rua” disse o coordenador acrescentando que, a cada edição a participação do se­tor era ressaltada.

O retorno para os artistas aconteceu de forma imediata. “Recebemos em troca deste tra­balho a certeza de que estamos cumprindo um papel importan­te em nossa sociedade, levando arte e cultura para toda a cidade. Alavancamos o nosso trabalho, formando público e contribuin­do para que estas pessoas reco­nheçam o artista como um pro­fissional. Sem falar que estamos formando uma parceria muito importante com outros grupos, artistas e produtores que tam­bém são voluntários”, reconhe­ceu o ator e diretor Hélio Fróes, da Cia de Teatro Nu Escuro, na terceira edição do evento. Nes­ta época a Galhofada se fixou no calendário cultural da cida­de atraindo, assim, mais artistas e gente, agora vindos de todas as regiões da cidade.

VAKINHA

Claro que o evento, que não é apoiado por nenhuma lei de incentivo à cultura ou por algu­ma empresa, tem passado por dificuldades. Ainda mais com o crescimento do público. As des­pesas de alimentação, cenário, divulgação, sempre foram ra­teados entre os organizadores.

E segundo os produtores, a fal­ta de patrocínio não chega a de­sacelerar o evento, pelo contrá­rio. “A falta de recursos tem sido um mote para comprovação da força do movimento artístico e, nas reflexões, tem ficado claro que esta é uma das característi­cas que não queremos perder. A distribuição de cachês e remune­rações diversas aos participantes poderia gerar interesses escusos e forçaria a organização à escolha de trabalhos a serem apresenta­dos acarretando a necessidade de inscrição prévia, comissões de se­leção, organização burocratizada etc. Tudo isso geraria custo eleva­do e a falta de apoio permanente acarretaria o fim da mostra”, ex­plica Marcos Lotufo.

VAKINHA

Mas os produtores da Galho­fa armaram uma forma da mos­tra continuar existindo livre e in­dependente: com a doação do público no site, Vakinha Virtual. “O objetivo é pagar as pequenas despesas que surgem durante a construção do festival, como ali­mentação, transporte, material de luz, som e palco, arquiban­cadas, entre outros itens. A Va­kinha foi então criada para am­pliar as possibilidades do festival e garantir o básico para todos os artistas e produtores que traba­lham de forma voluntária,” ex­plica o coordenador.

Com o objetivo de arrecadar R$ 5 mil reais, até o fechamen­to desta edição, havia levanta­do R$ 630.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA XV GALHOFADA

HOJE

17h Circo Itinerante Chocozuela (Colombia)

17h20 Xiru e Liru

17h30 Família Colombo Argento

18h Palhaço Beterraba

18h40 Cantora Cláudia Garcia

19h30 Isabela Leles

19h40 Duo Sakara

20h30 Grupo Passarinhos do Cerrado “Origens”

AMANHÃ

15h Karaokê

15h45 Cortejo

16h45 Contação de Histórias

17h Teatro com Grupo Instituto Maria Auxiliadora

17h10 Espetáculo “Aparecidas”–Grupo Por Quá

18h Espectáculo “Táticas Engeniosas Para COnseguir...”–Grupo Teatro Del Carmino

19h Espectáculo “Gamelin Malabares”–Camilo

19h30 Espetáculo “1 e ½”–Margarete e Rocio e

19h45 Fio de Pão–A Lenda da Cobra Norato–Grupo de Teatro de Bonecos In Bust (Blém do Pa)

20h30 Viola Cabocla–Usina Cênica

DOMINGO

10h30–Bloco Ultrasom–C. Educ. Mabel com Tiago Verano

11h Palhaço Physquila com Benjamin

17h Espetáculo “Deflorislava”–Imagem de Inhumas

17h10 Espetáculo “Lenda do Boi Bumba”–Lendas Cantadas

17h40 Serei Cerrado–Juliana Pimentel

18h10 Grupo Contemporâneo de Dança com Luciana Caetano

18h40 Show com Débora de Sá

19h Verde Minha Terra–Julia Pasacali

19h20 Chico Aafa e Felipe Valoz

20h Camerata Caipira com Isabela e Victor Batista

15ª GALHOFADA – PEQUENA MOSTRA INTERNACIONAL DE ARTE DE RUA

Quando: Hoje (das 17 às 21h), amanhã (das 8h às 21h) e domingo (das 10h30 às 21h)

Onde: Ilha da Galhofa (Alameda Henrique Silva, Setor Pedro Ludovico)

Entrada Franca

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