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Os vários significados da Páscoa

  •  Pelo correr da história, ela já significou fertilidade, libertação e ressurreição. Os diferentes ritos da Semana Santa

A Páscoa nem sempre foi um rito cristão, ela é baseada em uma vasta confluência cultural. Antes religiões politeís­tas mantinham rituais, que foram agregados às celebrações pascais cristãs, que eram ligados à fertili­dade e à chegada da primavera. Vários fatores de outras culturas foram distorcidos e amontoados na Páscoa ocidental, por exem­plo, o coelho, que veio da cultura nórdica, que na verdade era uma lebre, representando a deusa Ge­fjun da fertilidade.

As línguas de origem germâni­ca utilizavam a palavra easter para se referir aos festejos do equinócio de inverno, e depois da dominação cristã a palavra passou a significar a ressurreição de Cristo. De acordo com pesquisadores, a palavra vem de Astarte, a deusa-mãe da fertili­dade. Esta deusa era amplamente cultuada em regiões do ocidente e oriente. No latim e grego a origem da palavra páscoa é outra, vem de pasha, que significa passagem.

A Páscoa no cristianismo exis­tia já no velho testamento, mas ti­nha outro significado. “Depois de nove pragas que quase acabaram com o reino egípcio e das negati­vas do Faraó, Deus enviou aque­la que seria a pior praga para to­dos no Egito: um anjo destruidor foi enviado pelo Senhor para eli­minar todo primogênito de todas as famílias egípcias”. A mitologia hebraica conta que para fugir da praga Deus orientou que fizessem o sacrifício de um cordeiro e mar­cassem a porta de sua casa com seu sangue, para que o anjo não passasse por suas casas, salvan­do assim seus primogênitos. Disto surgiu o termo Páscoa, do hebreu pessach, que significa “passar por cima”. Desde a mitológica liberta­ção os israelitas passaram a come­morar a Páscoa toda primavera, como a libertação do povo da es­cravidão no Egito.

A Páscoa se tornou posterior­mente a ressurreição de Cristo como conta o site Terra Santa: “As­sim como os hebreus foram salvos pelo sangue do cordeiro na praga enviada ao Egito, somos salvos pelo Sangue do Cordeiro, que morreu na cruz para livrar-nos dos pecados do mundo. Por isso a celebração da Páscoa pelos cristãos é tão impor­tante quanto o próprio nascimento de Cristo, pois ela comemora a res­surreição do Cordeiro de Deus, nos­so Salvador.” Trata-se então de um significado de extremo sacrifício.

PÁSCOA CATÓLICA

“Relembra o dia em que Nos­so Senhor Jesus Cristo é cruci­ficado (após sua prisão, Jesus é julgado e açoitado; recebe a co­roa de espinhos na cabeça; é le­vado à presença de Pilatos, e de­pois de condenado carrega com a sua própria cruz, até o monte Calvário; ao meio-dia é crucifica­do entre dois ladrões e por volta das três da tarde, Jesus morreu… o Seu corpo foi depois retirado da cruz, e colocado num sepul­cro cavado na rocha. Neste dia é praticado o jejum, e a abstinência da carne em sinal de penitência e respeito pela morte de Jesus Cris­to”, contam os membros da Paró­quia Nossa Senhora da Assunção em relação à Sexta-feira Santa.

Já a respeito do domingo pas­coal, eles dizem: “Dia da ressurrei­ção, no qual Jesus se levanta de sua sepultura, e vence a morte. É o dia do grande milagre. O dia em que Cristo volta à vida através da Sua Ressurreição de entre os mortos. É o dia em que se celebra a vida, o amor e a misericórdia de Deus”. Eles completam a respeito da tota­lidade das celebrações: “A Semana Santa é o ápice da vida cristã, é tem­po em que a Igreja Católica celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo. Período de conver­são e de graça por excelência”.

Os ritos católicos envolvem missas diárias, procissões e cele­bração penitencial. As celebrações são iniciadas no Domingo de Ra­mos. “O Domingo de Ramos ce­lebra a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém. Este domin­go é assim denominado em decor­rência do povo ter cortado ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado em um jumento (símbolo da hu­mildade)”, explica a paróquia. A quinta-feira da semana de Páscoa é marcada pela Santa Ceia do Se­nhor. Ainda integra o rito a ence­nação da paixão de Cristo, vigília e a missa do domingo de Páscoa.

PÁSCOA EM OUTRAS RELIGIÕES

O espiritismo não celebra a Pás­coa propriamente, apesar de divi­dir alguns princípios cristãos: “A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os precei­tos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: Jesus representa o tipo da perfei­ção moral que a Humanidade pode aspirar na Terra. Contudo, é impor­tante destacar: o Espiritismo res­peita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo representa­do, ainda que apresente outras in­terpretações”, destaca a Federação Espírita Brasileira (FEB).

A FEB ainda ressalta que enxer­ga a importância da celebração li­gada à liberdade e ao conceito de corpo e espírito: “A liberdade con­quistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código de todos os tempos e de todos os paí­ses, e tem, por isso mesmo, caráter divino. A ressurreição do Cristo re­presenta a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem som­bra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em ou­tra dimensão da vida”.

A Pentecostal Protestante ex­plica que as religiões protestantes não compartilham de ritos pagãos durante a Páscoa, como os ovos e coelhos. Para eles a celebração é realizada por um culto e uma ceia: “Partimos o Pão, símbolo de seu corpo (de Cristo) e comparti­lhamos o sumo da uva, símbolo de seu Sangue vertido por nós na Cruz. O verdadeiro significado é a passagem de uma vida de peca­do para uma nova vida com Deus em Cristo, isso sim é Páscoa, pois essa palavra significa passagem”

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