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ENTRETENIMENTO

MILONGA GOIANA

Os movimentos sofisticados apresentados pelos dança­rinos de tango conquistam admiradores em todos os lugares do mundo. Uma iniciativa da figurinis­ta e dançarina Verônica Carvalho pretende transportar a essência das milongas – como são chamados os bailes de tango – para o coração de Goiânia. O projeto Tango Para To­dos, que começou ontem no Cas­tro’s Hotel, se empenha não só em transformar Goiânia na capital do tango por uma noite: também visa possibilitar que pessoas com limi­tações físicas possam se entregar ao charme da dança. As oficinas, abertas para todas as pessoas, co­meçaram na sexta-feira e vão até o domingo. Na noite de hoje, o evento oferece ao público quatro apresen­tações que prometem mostrar que o tango é para todos.

A realizadora do evento esteve na redação do Diário da Manhã para falar dos preparativos para a noite. De acordo com Verônica Carvalho, o mais importante é mostrar às pes­soas que a beleza e a sensualidade do tango não são restritas aos pro­fissionais, e que qualquer um pode praticar. “O nome é Projeto Tango Para Todos porque queremos tirar aquele tabu de que é uma dança di­fícil, limitada, que a pessoa tem que estudar dez anos pra poder dançar legal. Queremos trazer essa cultura para Goiânia como uma forma de lazer pras pessoas”, explica. Verô­nica, que também está encarrega­da da direção de cena, adianta que entre os dançarinos que se apresen­tarão na noite de hoje estão um sur­do-mudo e uma cadeirante, e que limitações físicas não são capazes de impedir que as pessoas prati­quem o tango.

Na argentina, o tango é um sím­bolo nacional e sua cultura engloba não apenas a dança, mas tudo que existe por trás dela. A sedução do tango tem início antes mesmo da dança, na postura daqueles que fre­quentam os bailes. “Numa milonga, o cavalheiro tem todo um ritual pra buscar a dama, ele não chega e sim­plesmente dizendo ‘vamos dançar’. Ele olha de longe, encara, olha pro­fundamente nos olhos pra ver se a dama não está acompanhada.” De acordo com Verônica, a cerimô­nia tem vários momentos. As músi­cas acompanham o andamento do evento – existe música para introdu­zir os dançarinos ao ambiente, mú­sica para sensualizar, e música para encerrar. “Tem uma musica mui­to famosa chamada La compacita. Toda vez que toca essa música você já sabe que acabou o baile.”

Para a dançarina, que aprendeu a admirar o tango dançado por pes­soas reais, a maior gratificação é ob­servar como as pessoas rompem barreiras físicas para poder prati­cá-lo. “A minha história com o tan­go começou por ver muitas pessoas de mais idade ou com alguma li­mitação física praticando tango. A energia que o pessoal passa dan­çando é muito gratificante pra mim, mexe muito mais comigo do que estar dançando com algum baila­rino clássico. Esse convívio, a cul­tura que existe por trás é muito inte­ressante”, conta. A realizadora pode acompanhar de perto a energia das milongas quando esteve na Argenti­na. Há alguns anos, ela desenvolveu uma sandália própria para facilitar os movimentos dos dançarinos de tango, e compartilhou com os dan­çarinos do país vizinho.

Além de promover esse inter­câmbio cultural, Verônica preten­de apresentar permanentemente a riqueza do tango através de eventos permanentes. Segundo ela, os pla­nos são de continuidade, e da reali­zação de duas milongas por ano na capital. “Aqui em Goiânia o pessoal vai muito pros bares, restaurante, fa­zer sertanejo. Na Argentina, ou em outros países pela europa, já existe o costume de ir para as milongas.” Na Argentina, a população é tão apai­xonada pelo ritmo que a instituição ‘tango’ funciona 24 horas por dia. “Lá, se você quiser dançar tango, toda noite ou toda tarde, de segun­da a segunda, você encontra milon­gas. Todo mundo trabalhando nor­malmente na rua, aí você abre uma porta e tá cheio de gente dançando como se fosse um sábado a noite.”

DIREÇÃO

Todo o cuidado e direção de cena de Verônica estarão por trás dos detalhes que farão o transpor­te das tradições das milongas para Goiânia, e que prometem mostrar ao público as facetas do tango que não são tão divulgadas. “Eu que­ro trazer pra esse evento uma mi­longa com a pegada original. Não é só uma dança sensual, vestimento com corte nas costas. Claro que te­mos que usar um pouco essa parte cinematográfica para que as pes­soas possam conhecer. Eu tenho que chamar para atrair e mostrar que existe algo a mais. Hoje pela Europa, o tango é uma das danças acadêmicas. Em qualquer lugar do mundo você dança tango”

TANGO E SAÚDE

Além de todo o espetáculo que existe por traz da prática do tango, Verônica Carvalho ressalta diversos outros benefícios trazidos pela dança para o corpo, tanto na esfera física como a esfera mental e social. Confira o texto escrito por ela especialmente para o DMRevista:

“Para quem procura uma oportunidade para melhorar a forma física, conquistar o bem estar e de quebra esquentar a relação com o parceiro, o tango é a dança certa.

É uma dança conhecida por sua postura firme e seus passos sedutores. Essa dança traz muitos benefícios para a saúde física, mental e social. Além de ser uma forma de exercitar o corpo e fortalecer os músculos. Aumenta o tônus muscular, melhora o condicionamento físico e trabalha a autoestima.

O tango é visto como um show de entretenimento, com passos rápidos e executados por profissionais, mas existe também a modalidade social, que permite que qualquer pessoa aprenda a dançar.

Sua prática melhora a postura, e também ajuda no funcionamento do sistema circulatório e cardiovascular. Alivia o stress e a ansiedade, libera endorfina, relaxando o corpo e a mente. Melhora a capacidade de concentração e proporciona interação com outras pessoas. Promove a desinibição e a autoconfiança, a autoestima, o equilíbrio, a estabilidade, flexibilidade, e coordenação motora.

É considerado revigorante e aumenta a paixão. Esquenta o relacionamento aproximando ainda mais o casal, que descobre novas habilidades.”

MILONGA DE LAS CHICAS

Onde: Castro’s Hotel (Av. República do Líbano, 1520–St. Oeste)

Quando: Hoje (Sábado, dia 23)

Horário: 21h

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