- Autoral, com um tema original, ele pesquisou e escreveu A realidade revolucionária e o ideal muralista de Diego Rivera, artista mexicano
- Workaholic, é um colaborador compulsivo. Nas páginas do jornal Diário da Manhã e no site da Revista Bula, editada por Carlos Willian Leite
- Ainda no universo da literatura, publicou, no mercado editorial, no turbulento ano de 2015, o livro Uma idade para ser eterno: Ensaios
O historiador, graduado na Universidade Federal de Goiás [UFG], José Carlos Guimarães, além de pesquisador, é um caricaturista de mão cheia. O seu primeiro ensaio, porém, é no mundo das letras. Autoral. Com um tema original. A realidade revolucionária e o ideal muralista de Diego Rivera. Trata-se do artista cult e inventivo, marido de Frida Khalo. Um homem alto, gordo e com um apetite sexual insaciável. Com a sua intervenção, ‘o velho’ obteve a permissão para o asilo no México. Em 3 de janeiro de 1938. Não custa lembrar: Liev Daidovich Bronstein, ‘nom de guerre’ Leon Trotsky, nascido em 7 de novembro de 1879, em Yanovka, Ucrânia, e morto em 21 de agosto de 1940, na Cidade do México. Bolchevique e líder da insurreição proletária de 25 de outubro de 1917, na velha e atrasada Rússia. A terra de Varlam Charlamov, escritor depois confinado no Gulag, à uma temperatura de 50 graus negativos.
Ainda no universo da literatura, J.C. Guimarães, como gosta de assinar as suas produções estéticas, publicou, no mercado editorial no turbulento ano de 2015, no Brasil, com o golpe de Michel Temer, Eduardo Cunha e Fernando Henrique Cardoso em andamento, que terminou com a queda da ex – guerrilheira da VAR – Palmares [Vanguarda Armada Revolucionária – Palmares], organização que adotou a estratégia de luta armada contra a ditadura civil e militar [1964 – 1985], Dilma Vana Rousseff, o livro ‘Uma idade para ser eterno’. Tratam-se de ensaios, avisa o escritor. A Editora é de Goiânia. A R & F Editora Ltda. Com 233 páginas. A obra esgotou-se. Com rapidez. Workaholic, incluiu ‘Uma idade para ser eterno’ no celebrado ‘Os melhores textos da Bula’, organizado pelo poeta, jornalista e especialista em mídias digitais Carlos Willian Leite.Com a história na mão e a certeza na frente, ele mergulhou nas artes plásticas.
O ‘enfant terrible’ é um agente provocador. Não da ditadura civil e militar. Um homem avesso às patrulhas ideológicas. Mais perto de Nelson Rodrigues. Para quem toda unanimidade é burra. É de sua autoria o seguinte texto: ‘11 trechos da literatura para nunca mais esquecer’. Saiu na Revista Bula. Carbonário, incendiou as redes sociais em Goiás, de Zezé de Camargo e Luciano, Bruno e Marrone, Jorge e Matheus, Leonardo. Com o petardo: ‘15 músicas sertanejas que você não precisa ter vergonha de ouvir’. A sua metralhadora é seu computador. Ele disparou: ‘O que ler Paulo Coelho revela sobre você.’ Sem medo de ser feliz, o ativista social e de defesa dos direitos humanos e do meio ambiente, escreveu também o corrosivo ensaio: ‘Gosto não é qualidade. Algo não é bom apenas porque você gosta.’ J.C. Guimarães é um colaborador compulsivo. Nas páginas do jornal Diário da Manhã e no site da Revista Bula.
Com traços originais, ele apresenta aos leitores do DM Revista, o caderno de cultura do jornal Diário da Manhã, a sua industrial produção de caricaturas. A de Graciliano Ramos é singular. Ficcionista do modernismo, o escritor brasileiro é autor de ‘Vidas Secas’ e de ‘Memórias do Cárcere’. O imortal Bernardo Élis aparece na sua carteira de trabalhos memoráveis. O primeiro e único goiano a ingressar na Academia Brasileira de Letras [ABL]. Autor de ‘O Tronco’ e ‘Veranico de Janeiro’. Ele morreu em 1997. Atual presidente da União Brasileiro dos Escritores, seção de Goiás [UBE-GO], Edival Lourenço, o maior e mais premiado escritor vivo de Goiás, também acabou retratado pelo multifacetado artista plástico. Irreverente. O caricaturista traz uma imagem menos sisuda do ex – operário metalúrgico, que subiu duas vezes, a rampa do Palácio do Planalto, o sapo barbudo Luiz Inácio Lula da Silva, fundador do PT.
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A crítica da crítica
“Jorge Luis Borges escreveu, no relato “A biblioteca de Babel”, que “nalguma estante de algum hexágono (raciocinaram os homens) deve existir um livro que seja a cifra e o compêndio perfeito de todos os demais”. Idealista, Borges acreditava na unicidade da literatura, a despeito da vaidade autoral e das fronteiras geográficas, contingências que julgava não ter a menor importância.
Inspirado no símbolo borgiano, proponho ao leitor um análogo de proporções mais modestas; outro livro – literalmente falando – que ambicionou compendiar todos os demais criados à luz da imaginação (e de valor), foi escrito em português e se encontra no Brasil, onde também foi redigido entre 1944 e 1945. O autor desta obra é de algum modo fantástico, e Borges o depararia num historiador da literatura (além de crítico literário e jornalista) nascido no Império Austro-Húngaro no ano de 1900, chamado Otto Maria Carpeaux: o homem que leu quase tudo. Não é tanto exagero assim, se nos valermos de uma evidência concreta, bem ao alcance das mãos: a História da literatura ocidental, sua obra mais importante.
“Biblioteca” é uma permuta aceitável para designar esse trabalho gigantesco, onde estão encerrados os mais importantes e até muitíssimos livros desimportantes de uma área inteira do conhecimento humano. Longe de ser o único assunto que o polígrafo discutia com propriedade, já é o bastante para causar na gente verdadeiro espanto. A começar pelo tamanho invulgar. A obra divide-se em quatro volumes, 10 partes – excluindo-se o Prefácio –, e 35 capítulos, distribuídos por pelo menos 2.844 páginas de conteúdo1, abrangendo uma quantidade vultosa de escritores, entre nomes totalmente desconhecidos e os canônicos: todos estes, até a data da primeira publicação, em 1959. O percurso coberto se abisma de Homero, no século oitavo antes de Cristo, até Eugen Gomringer, poeta teuto-boliviano concretista da década de 1950. Sem nenhum favor ou chauvinismo, História da literatura ocidental (que chamarei pela sigla HLO daqui para frente) é, com certeza, o mais completo registro da arte verbal de todos os tempos, em qualquer língua. Uma das glórias, e das maiores indiscutivelmente, da língua portuguesa.”
Trecho de “A Odisseia do Espírito”, in: UMA IDADE PARA SER ETERNO, ensaios