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Tucano faz ninho na campanha de Maguito

Por Hélmiton Prateado

O ex-presidente do PSDB, Jardel Sebba, saiu a campo para defender o candidato do MDB a prefeito de Goiânia, Maguito Vilela. Em mensagem postada em seu perfil no Twitter, Jardel Sebba atacou Vanderlan Cardoso e finalizou com a afirmação “Maguito Vilela neles”. O assunto poderia fazer parte do jogo político e em mais uma adesão em ano de eleições municipais se não fosse pelas diversas variáveis que não explicam a atitude do tucano.

Jardel Sebba foi presidente do PSDB e é considerado como sendo do staff marconista mais íntimo. Além de ter sido presidente da Assembleia Legislativa e prefeito de Catalão (perdeu a reeleição para o atual prefeito Adib Elias), ele é mais um tucano de alta plumagem que pula para o lado do MDB e rifa a história política do partido.

Outro ponto crucial a considerar é que Jardel Sebba é pai do deputado estadual Gustavo Sebba, também do PSDB. Acontece que o PSDB tem candidato próprio em Goiânia – o também deputado Talles Barreto – o que complica substancialmente a adesão de Jardel a Maguito.

Quem conhece o jogo do PDSDB já previa desde o início do processo eleitoral que Talles Barreto seria rifado mais cedo do que se podia imaginar. Essa é uma das mais rastejantes, desleais e emporcalhadas manobras da política, conhecida como “cristianização”, em que o partido lança um candidato, mas apoia outro de outro partido. Essa definição deriva da eleição presidencial de 1951 em que o PSD lançou seu candidato a presidente, Cristiano Machado, mas rifou sua honra e apoiou o candidato do PTB, Getúlio Vargas. Até o ex-governador Marconi Perillo tentou se descolar dessa nódoa de suspeição de estar com Maguito, mas até Talles Barreto sabe que ele está “jogando para a plateia” ao anunciar seu apoio ao candidato tucano.

Jardel Sebba não pode ser candidato a nada porque foi julgado “ficha-suja” pelo Tribunal Regional Eleitoral em 2019. Por 8 anos ele ficará fora de qualquer processo eleitoral e não pode nem mesmo ocupar cargo público. Além disso ele responde a um sem número de ações de improbidade administrativa. Ele teve os bens bloqueados por decisão do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual em ação movida pelo MP.

Na ação, a promotora de Justiça Villis Marra, mostrou que Jardel Sebba contratou servidores e os lotou em seu gabinete de deputado e quando era presidente da Assembleia Legislativa. Os servidores seriam “fantasmas”, como descreveu a promotora, porque eram contratados para trabalhar em Goiânia e todos residiam em Catalão e cidades próximas.

Em sua decisão o juiz recobrou depoimentos de alguns dos envolvidos na ação, como Fábio da Silveira, que contou em depoimento ao Ministério Público que apesar de ter sido contratado para trabalhar na Assembleia Legislativa, nunca precisou comparecer ao local de trabalho. Leila Cristina Gonçalves Silva, também disse o mesmo teor de declaração ao MP.

“Demais disso, o próprio Jardel Sebba declarou ao Ministério Público (fl. 1643) que não era feita assinatura de ponto, e que o controle de frequência não era documentado. No caso de Antônio Pinheiro dos Santos, o qual a parte autora alega ter estado acamado no hospital até o seu óbito, no período no qual ocupou cargo comissionado na ALEGO, o Sr. Jardel disse que o manteve por uma questão de lei, de justiça”, frisou o magistrado.

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