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Novo Bolsa Família não está garantido, diz economista

A folga no teto de gastos e o aumento da arrecadação federal não dão segurança para o governo garantir um aumento do Bolsa Família para R$ 300, afirmou o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, durante o Broadcast Live.

Salto avaliou que, apesar de haver uma folga na regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação em 2022, o espaço para ampliar investimentos é ilusório e impulsionado por fatores negativos, como o avanço da inflação.

Durante a entrevista, ele destacou que, mesmo com o espaço, poderá faltar recursos para viabilizar a promessa do presidente Jair Bolsonaro de ampliar o programa Bolsa Família do valor médio de R$ 190 para R$ 300.

Em relatório recente, a IFI calcula que o espaço para ampliação de despesas em 2022 será de R$ 47,3 bilhões, mas pode diminuir caso a inflação de dezembro, que baliza outros benefícios sociais, avance. Em um dos cenários mais extremos, caso a inflação ultrapasse a projeção para dezembro do INPC - atualmente estimado em 5,8% - em 1,5 ponto porcentual, esse espaço cairia para R$ 28 bilhões. Segundo Salto, há uma incerteza muito grande sobre os índices de inflação, notadamente, o INPC (que corrige o salário mínimo) e o IPCA (índice oficial).

"Essa folga do teto é um pouco ilusória porque ela está sendo gerada por fatores negativos, por um descolamento da inflação em relação à dinâmica que se tinha antes. A aceleração da inflação foi causada pelo dólar, pela aceleração no preço das commodities Então, não tem nada de positivo", disse. O diretor da IFI lembrou que os políticos estão de olho nessa folga e buscarão espaço para outras despesas.

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