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ECONOMIA

O futuro das empresas

A vida empresarial é cada vez mais dinâmica e exigirá empreendedores dispostos a dialogar com práticas não conservadoras de interação com clientes. É com esta e outras linhas de pensamento que o empresário Guilherme Porfírio quer constituir sua gestão na Acieg Jovem, um dos braços da Associação Comercial do Estado de Goiás (Acieg), cuja missão é criar nichos de diálogo entre empreendedores e poder público, além de prestar apoio à livre iniciativa goiana.Em visita ao Diário da Manhã, o presidente da ala jovem diz que a tecnologia acelerou a modificação dos empreendimentos. Por isso Guilherme chama atenção para que todos compreendam a dinâmica das novas empresas. O empresário sublinha, por exemplo, a necessidade de se criar mais modalidades de incentivo das empresas tocadas pelos jovens através de investidores anjos. Em vez do simples crédito, um mantra para os velhos empresários, ele aposta numa relação de troca de experiências e fluxo contínuo de interação entre quem empresta e quem executa as missões empresariais. Por isso reitera a necessidade da livre iniciativa conquistar mais espaço na sociedade, através da redução da presença do Estado em pontos não estratégicos. Para Guilherme, as próprias empresas podem se conectar, se aprimorar e apresentar uma contribuição social significativa, como a geração de empregos, a geração de impostos e a redução de custos da produtividade – o que afetaria o consumidor. Para Guilherme, a dinâmica da sociedade atual obrigatoriamente reduzirá espaços para a forma antiga de se fazer negócios. E antecipar estas dinâmicas é essencial para que Goiás permaneça crescendo. “No Brasil, principalmente, ainda temos muita dificuldade para empreender. Enquanto existe uma aproximação muito grande entre startups e investidores anjos lá fora, aqui é algo ainda difícil de acontecer”.O empresário se refere basicamente a uma pessoa física que opta em fazer investimentos com seu próprio capital em empresas nascentes. Nos Estados Unidos é comum o incentivo partir de cima, com algum capitalista disposto a primeiro ajudar um negócio prosperar e depois efetivamente lucrar com sua bondade.No Brasil, diversos fatores prejudicam a estruturação de um sistema baseado no investidos-anjo, a começar a própria legislação, que muitas vezes trava negócios. Com o pretexto de defender a segurança jurídica, a lei empresarial tolhe iniciativas menos conservadoras e reduz o anseio por inovação.Guilherme diz que uma das missões à frente da Acieg Jovem é exatamente trazer estes temas à tona e revelar que é possível e necessário mudar as práticas comerciais e de incentivo.Sem investidores-anjo, para se ter ideia, não existiram empresas como Google, Facebook e Apple. A narrativa de sucesso de Steve Jobs e Steve Wozniak, os mentores da Apple, começa a dar certo quando surge o investidor anjo Mike Markkula.  Não era um simples empréstimo, mas a crença em uma nova forma de se fazer negócios, cuja patente era a oferta de produtos que não existiam, mas com grande potencial de consumo. INTELIGÊNCIA ARTIFICIALGuilherme Porfírio é um realista: as mudanças tecnológicas, que já interferem no segmento industrial e comercial, serão ainda mais determinantes nas próximas décadas e noções tradicionais de produto, mercado, trabalho e clientes tendem a ser repactuadas e redefinidas. O líder empresarial cita, por exemplo, o uso de inteligência artificial e mesmo robôs em determinados nichos de mercado.  No Japão e na China, por exemplo, já é possível frequentar ambientes tradicionais como restaurantes e hotéis cuja presença de humanos foi substituída em grande parte pelas máquinas. Mas Porfírio não acredita na desumanização dos empreendimentos e empreendedores a partir do uso de tecnologias como a inteligência artificial. O empresário diz ao DM que o “calor humano” será um diferencial naquilo a que o atributo é aplicável e necessário.   DESTERRITORIALIZAÇÃOGuilherme acredita na mudança em diversas frentes de produção e de arranjo das empresas. A desterritorialização da convivência e a aceleração da interatividade por meio da rede de computadores reduzirá cada vez mais a importância do tradicional ponto nos empreendimentos.O líder da Acieg Jovem explica que a localização e sede do empreendimento comercial terão menos impacto do que a logística da entrega ou a oferta – que poderá ser realizada, muitas vezes, através de ambientes virtuais.      A sociedade será impactada por estas mudanças, anuncia o presidente da Acieg Jovem, que cobra do Brasil mecanismos legislativos e financiamentos  que estejam firmados com as práticas do futuro. Ao lado de Roberto Assis, vice-presidente da Acieg Jovem, Guilherme Porfírio tem realizado encontros menos burocráticos e mais interativos com empresários da ala, tendo em vista ampliar a participação deste segmento na economia de Goiás e do país.   

[box title="Jovem quebrou e garante: falir faz parte do jogo"]
Guilherme Porfírio recorda que nasceu com pais muito jovens: a mãe estava com 15 anos e o pai 19. Acabou criado pelos avós maternos e na adolescência enfrentou uma série de transtornos de ansiedade e depressões, diz ao DM.
O empresário quebrou duas vezes até conseguir a sustentabilidade de  seu negócio. Ele garante que falir (não necessariamente conforme está na lei de bancarrota) faz parte do jogo e só se aprende diante das dificuldades.

Aos 22 anos, é proprietário de duas empresas: uma de audiovisual e outra que atua no ramo de seguros.  Tentou ser como o avô, representante comercial, mas não conseguiu sucesso no ramo. E também não seguiu o conselho do pai para ser funcionário público.
Após constituir a Panzer7, uma de suas empresas do ramo de seguros, encontrou um investidor anjo que mudou sua história como empreendedor: “Buscando realizar cada vez mais e mais, lutei até conseguir transformar um dos meus clientes em meu primeiro investidor”, conta ao DM.

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