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Alta dos juros nos EUA deve ficar para 2016

SÃO PAULO - O movimento de queda no mercado de câmbio ganhou um pequeno fôlego a após a divulgação da ata sobre a última decisão de política monetária nos Estados Unidos, que abriu espaço para uma alta de juros americanos apenas no ano que vem. Às 15h58, a moeda americana era negociada a R$ 3,812 na compra e a R$ 3,814 na venda, recuo de 1,62% ante o real, tendo atingido a mínima de R$ 3,801 logo após a publicação do documento. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrava alta de 0,33%, aos 49.073 pontos, entrando no oitavo pregão consecutivo de alta.

Na quarta-feira, a divisa fechou a R$ 3,877, alta de 0,94% e neste pregão, na abertura dos negócios, a divisa chegou a R$ 3,91 com temores em relação à situação política. No entanto, o cenário externo passou a predominar sobre os fatores internos. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg e que mede o comportamento do dólar frente a uma cesta de dez moedas, tem queda de 0,17%. Moedas de outros emergentes também estão se valorizando, mas de forma menos acentuada do que no Brasil, onde o dólar voltou para o menor patamar desde 9 de setembro, data em que a Standard & Poor’s retirou o grau de investimento do país.

— O real já estava se valorizando desde o período da manhã. Estamos vendo uma desaceleração em importantes economia do mundo e o Fed está mostrando cautela com isso —avaliou Luciano Rostagno, estrategista chefe do Mizuho Bank.

O Federal Reserve (Fed, o bc americano) divulgou a ata da última reunião de política monetária, informando que o emprego já está próximo do que os membros consideram a meta, mas que eventos econômicos globais aumentaram os riscos. Além disso, pouco antes da divulgação do documento, o presidente regional do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, afirmou que espera que os juros subam apenas no ano que vem. "Vale lembrar que a inflação está baixa e deve continuar abaixo da meta de 2%", disse, embora não tenha direito a voto no comitê de política monetária. Desde a semana passada, aumentaram as apostas de que o aperto monetário terá início só em 2016, o que favorece as moedas dos países emergentes.

FATORES POLÍTICOS

Em relação aos fatores políticos interno, como a reprovação das contas da presidente Dilma Rousseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a avaliação de analistas é que essa derrota já estava no preço dos ativos do mercado de câmbio.

— Os emergentes estão ganhando força, mas não de uma maneira tão forte quanto no Brasil — afirmou Jankiel Santos, economista-chefe do Haitong Bank.

Na avaliação de Bernard Gonin, analista macro e gestor de renda fixa da Rio Gestão de Recursos, a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU), na quarta-feira à noite, pode não ser suficiente para um processo de impeachment. Por essa razão, considera que o adiamento da votação dos vetos presidenciais, na quarta-feira à tarde, é algo mais preocupante para os mercados financeiros. Além disso, a menor aversão ao risco no exterior tende a beneficiar as moedas de países emergentes.

— Houve uma melhora no cenário externo e o apetite por emergentes melhorou. Há uma questão política por aqui, mas mais importante que o TCU foi o adiamento da votação dos vetos. Se os vetos forem derrubados, acaba a chance de uma melhora fiscal e isso é o que interessa para as agências de classificação de risco — explicou, acrescentando que o temor da perda do grau de investimento por outras agências de rating, além da Standard & Poor’s, tem um peso maior sobre os negócios.

AJUSTES NA BOLSA

A Bolsa abriu em queda, com os investidores embolsando os ganhos dos últimos pregões. No entanto, algumas ações mostraram reação no decorrer do pregão e levaram o índice para o terreno positivo.

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Das ações mais negociadas, os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) da Petrobras operam em alta 3,89%, cotados a R$ 8,80. O mesmo ocorre com os ordinários (ONs, com direito a voto), que sobem 4,80% e são negociados a R$ 10,90, seguindo o mercado internacional de petróleo. O barril do tipo Brent é negociado a US$ 53,33 , alta de 3,90%. Esse é o maior patamar desde o final de julho e mostra uma recuperação em relação aos níveis atingidos em agosto, quando o produto ficou pouco acima de US$ 42.

Os bancos, que possuem maior peso na composição do índice, estão com perdas. As ações do Itaú Unibanco têm leve queda de 0,06% e as do Bradesco recuam 0,33%. O Banco do Brasil cai 1,05%. Já no caso da Vale, as preferenciais têm alta de 0,50% e as ordinárias recuam 0,49%.

No exterior, os principais índices do mercado acionário operam sem tendência uniforme. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, subiu 0,23%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, registrou alta de 0,18%. Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,61%. Já nos Estados Unidos o Dow Jones registra alta de 0,50% e o S&P 500 sobe 0,51%.

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