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Pagar contas pelo celular

A tecnologia tem sido utilizada a cada dia para facilitar a vida das pessoas, seja com máquinas que substituem a força humana ou que lembram tarefas a serem feitas e, na área financeira não é diferente. O uso de aplicativos para realizar transações bancárias tem aumentado exponencialmente e as operações via smartphones devem atingir 450 milhões de usuários em 2017, como indica pesquisa realizada pela Juniper Research. Os bancos têm desenvolvido aplicações com melhor usabilidade, além do aumento do número de transações possíveis de serem efetuadas por meio do celular. No início do ano passado, pagamentos realizados com celulares já registravam 245 milhões de usuários.

Os pagamentos cashless, que não envolvem dinheiro físico, buscam simplificar a realização de uma compra ou transação comercial e o uso de ferramentas como Internet Banking e Mobile Banking tem se difundido entre as instituições financeiras, que investem massivamente nessas tecnologias. Cerca de 24% do total das 108 milhões de contas correntes no Brasil têm mobile banking. Conforme relatório do Banco Central, a telefonia móvel é responsável por 10% das transações bancárias no País, sendo que as movimentações bancárias efetuadas por meio de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, foram de 5,3 bilhões de transações no ano passado, o que representa um aumento em 127% entre 2013 e 2014.

No entanto, de acordo com a Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2014, somente 4% das interações destacadas tiveram como finalidade operações financeiras, como pagamentos e transferências, por exemplo. Uma das razões é que nem todos os brasileiros têm acesso a uma conexão rápida de internet, o que dificulta a usabilidade da ferramenta, ou até mesmo o não acesso à internet. Outra questão seria ainda o receio de muitas pessoas em realizar transações bancárias pelo computador ou celular. A pesquisa ainda aponta que o internet banking segue sendo o canal responsável pelo maior número de operações, cerca de 19 bilhões em 2014 (41%), mas o número tende a diminuir, visto que há a convergência e complementaridade das plataformas de internet e aparelhos móveis. Para o diretor-setorial de tecnologia bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Gustavo Fosse, apesar dos avanços, ainda há muito espaço para expansão das transações por mobile banking.

Para a usuária Renata Aurélia Fonseca Pereira, a praticidade proporcionada pelos aplicativos que os bancos oferecem faz com que ela use com frequência o celular para realizar transações bancárias. "Evito as filas das agências e uso não apenas a internet, mas também o SAC dos bancos", ressalta. Em relação à segurança, Renata acredita que os programas "são confiáveis, mas não deixo minhas senhas gravadas", conta.

Bancos do futuro

Os bancos investiram, no ano passado, o total de R$ 21,5 bilhões em tecnologia, o que faz com que o setor financeiro trabalhe para acentuar a adoção de recursos tecnológicos em suas operações. Nos últimos anos, canais digitais se consolidam como o principal meio para realização de transações bancárias no país. Futuramente, os bancos serão moldados pela necessidade do cliente e o investimento em áreas de Tecnologia da Informação (TI) representa o pilar da mudança dessa relação unilateral para um relacionamento mais integrado entre os serviços oferecidos pelas instituições financeiras e seus clientes.

Para o diretor de serviços da Dell América Latina, Ricardo Velasco, a ação dos bancos terá de ser pró-ativa e a tendência pelo segmento financeira é o uso de computação em nuvem.  "A tecnologia terá de ser o pilar para essa mudança de relação. A agência será um centro de relacionamento", acredita. Já o diretor sênior e consultor de indústria financeira da empresa, Sean Breen, os bancos precisam melhorar a sua experiência com o cliente, reduzindo as complexidades, ao o integrar canais e atualizar plataformas de serviços, oferecendo soluções bancárias de acordo com o contexto em que o cliente está inserido.

Para a usuária Renata Aurélia, que tem duas contas em bancos diferentes e utiliza aplicativos no smartphone para acessá-las, ambas as instituições apresentam plataformas bem intuitivas e fáceis de usar, com canais integrados e atualização periódica dos serviços. "Eles (os bancos) atendem minhas expectativas, já que preciso com frequência consultar meu extrato e realizar transferências. Nunca tive dificuldades", finaliza.

Mais segurança nos pagamentos

Uma das preocupações de muitos usuários de bancos é com a segurança ao realizar transações pela internet. Mas, após décadas de esforço de implementação de chips nos cartões, o setor de meios de pagamento trabalha com uma nova abordagem para transações virtuais, que é a 'tokenização', sendo uma técnica que gera um código a partir de operações matemáticas com o número do cartão e, pela complexidade do algoritmo, só a bandeira consegue recuperar a informação original.

Durante o Ciab Febraban 2015,  que é considerado o maior evento de tecnologia para o mercado financeiro da América Latina e foi realizado de 16 a 18 de junho em São Paulo, diversas empresas apresentaram soluções voltadas para a segurança das transações financeiras e aplicações de autosserviço, que contribuem para a maior eficiência operacional das instituições do setor. Uma delas é o Vocal Banking, aplicação em que o cliente realiza transações bancárias por meio de comandos de voz ao seu smartphone. Um atendente virtual fará a interação com o usuário, que será autenticado, em tempo real, por sua biometria de voz, sendo uma solução indicada para aplicações críticas e que pode ser usada em múltiplos canais de comunicação (internet, telefone e smartphone).

Um dos estandes apresentou soluções de monitoramento contínuo das transações e do comportamento dos clientes nos diferentes canais, com a aplicação de regras e modelos analíticos, que permite detectar casos suspeitos de fraude. Conforme demonstração, a verificação automática desses casos ocorrerá em chamadas automáticas para o cliente, solicitando a confirmação de uma alteração em seu cadastro - uma das principais portas de entrada para a fraude na emissão fraudulenta de cartões, por exemplo.

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