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Oferta de alimentos sem agrotóxicos

Embora os preços estejam convidativos, a movimentação comercial andava, ontem, devagar nos estandes da Agro Centro-Oeste Familiar. A feira foi instalada anteontem e se estende amanhã no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Bufáiçal, no Campus Samambaia da UFG. Há estacionamento à vontade para os veículos que queiram se dirigir ao evento e não custa um centavo. Há uma gama de ofertas de produtos da agricultura familiar.

O chavão geral dos feirantes é o de que os alimentos não contêm agrotóxicos nem transgênicos. A propaganda, inclusive estampada nos folhetos distribuídos aos eventuais consumidores, é a de que “os camponeses e as camponesas são os únicos capazes de produzir alimentos de forma agroecológica para alimentar o mundo, porque cultivam em pequenas áreas e plantam diversas culturas no mesmo espaço, preservando a biodiversidade”.

Ao chamar a atenção para os seus produtos, a agricultura familiar, presente na quarta edição da Agro Centro-Oeste, assinala que as “práticas de uso sustentável da biodiversidade pelos povos indígenas, comunidades tradicionais e pela agricultura familiar e camponesa asseguram a conservação desses bens comuns, como a terra e a água, de valor inestimável para a sociedade”.

E arrematam em sua “guerra” contra a agricultura de escala que a produção agroecológica, além de não usar venenos, “não comete injustiças sociais, não rouba a terra dos camponeses, não explora o trabalho infantil, não comete violência contra trabalhadores e contra as mulheres, e nem contamina os alimentos, a água, o solo e o ar”. De quebra, pregam a reforma agrária e ações para o fortalecimento e o desenvolvimento dos camponeses, e a manutenção dos territórios dos povos e comunidades indígenas, extrativistas, quilombolas e outras.

Movimentação comercial

Delegações do interior e de outros Estados continuavam chegando ao local da feira, ainda, ontem, pela manhã. De imediato, eles escolhem o local adequado para montagem dos estandes e oferta dos produtos. Em geral, constam de roupas, tapeçarias, artesanato, variedade de doces e queijos caseiros trabalhados em forma de cabacinha, curado, trancinha e mussarela, bolos, pães, rapaduras, frutas comuns como banana, coco da praia, baru, açafrão, mel, bonecas de pano, arranjos florais e uma penca de coisas. Esses produtos podem ser encontrados a preços que oscilam entre R$ 5 a R$ 11, a unidade.

Um casado de lã, por exemplo, é ofertado a R$ 70. A delegação da Cooperativa Mista de Mineiros não tinha o que reclamar. Ao contrário, antes de se instalar direito, já haviam vendido 70% de sua mercadoria. Na maior parte, doces. Até café orgânico, algo um tanto surpreendente no mercado, pode ser encontrado lá. “Há grande interesse nos produtos orgânicos”, considerou Rose Franco.

Oriundos da Escola Família Agrícola de Uirapuru estão em oferta num dos estandes da feira frutas como maracujá, de tamanho surpreendente, banana e coco. Há oferta e procura grande também de plantas medicinais e de toda a linha de orgânicos direto dos produtores, observa Leila Godinho.

A comitiva de Mineiros, região fronteiriça ao Mato Grosso, é composta de 40 pessoas. Elas chegaram com o apoio da prefeitura, que deu o ônibus, o Sebrae, que paga as despesas de alojamento do hotel em Goiânia, e da Emater, que organiza a viagem, e da Faculdade Unifimes. Segundo Jéssica Lorraine, “estão bem na área de alimentação”.

Objetivo da feira

O objetivo global da Agro Centro-Oeste Familiar é apoiar a agricultura familiar como segmento produtivo chave na geração de emprego e renda no campo e na produção de alimentos para a população. Com o sistema, a pretensão dos coordenadores do evento, que tem a Universidade Federal de Goiás como base, é expor a produção da agricultura familiar em estandes e feira livre garantindo a visibilidade ao segmento. Promover espaços de diálogo e construção de alternativas para o desenvolvimento do setor em diferentes seminários temáticos. E construir tecnologias para a produção agropecuária adequadas ao segmento.

Programação geral

Hoje, terá continuidade a programação constante de dia de campo, às 9h. Na parte da tarde, evento cultural no palco do Centro de Eventos e seminários, oficinas, minicursos e filmes. Amanhã, essa programação se repete. Amanhã, cursos a partir das 9h, visita aos estandes às 10h e encerramento no palco de eventos.

Na programação específica, está previsto para hoje, dia de campo agroecológico e agricultura de conservação. Piscicultura. Manejo reprodutivo de bovinos, seminário de agricultura orgânica, encontro de técnicos do meio rural, legalização de produtos alimentícios artesanais. Aproveitamento dos alimentos. Haverá ainda hoje discussão sobre organização rural sustentável e associativismo, economia solidária, políticas para os territórios, inclusão produtiva e social, pastejo rotacionado e educação do campo.

Amanhã, a programação constará de vacinação vermifugação de animais, qualidade do leite na propriedade rural, produção e alimentação saudável, previdência social e PAA.

Fazem-se presentes na feira dezesseis cooperativas expositoras, assentamentos da reforma agrária de treze localidades. O patrocinador maior é a UFG, que conta com o apoio da Cooperafi, Fetaeg, Fetraf – Brasil, CUT, MCP, Efago, Coruja Instituto, Prefeitura de Goiânia, FGM, Emater, Ceasa, Secretaria da Saúde, UEG, Sebrae, Sesc, Conab, Embrapa, MDA, Mapa, Instituto Federal Goiás e Instituto Federal GO.

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