Home / Economia

ECONOMIA

Circuito da moda em Goiânia

Pontos de venda de roupas no atacado em Goiânia pretendem evidenciar os polos no Brasil. O intuito é atrair novos clientes

Nayara Reis Da editoria de Economia

A região da Rua 44 no Setor Ferroviário, a Avenida Bernardo Sayão no Setor Centro-Oeste e o Goiás Center Modas no Criméia Oeste são os principais pontos de vendas de roupas e itens de moda na Capital, de acordo com Cairo Myron, presidente da Associação Comercial e Industrial da Av. Bernardo Sayão Acibs. Para ele e os representantes dos demais polos, é preciso união para fortalecerem as vendas nesses locais. Diferente do que falam um polo não reprime o outro, muito pelo contrário, estão dispostos a se ajudarem.
“Queremos criar o Circuito da Moda em Goiás, como já existe em outros Estados como São Paulo, por exemplo. Inclusive com ônibus que façam o percurso desse polo de forma gratuita para aqueles que vêm de fato comprar no atacado”, afirma Cairo. Ele esclarece que há projetos em andamento para a criação dessa unificação, no entanto nada de concreto.
Existem muitas pessoas que dizem que “o comércio na Av. Bernardo Sayão morreu após a criação das lojas na Rua 44 no Setor Ferroviário, isso não é verdade. O que acontece, hoje, de fato, é uma adequação dos lojistas a nova realidade, a seu conceito próprio”, explica Cairo. Ele diz que esses empresários estão trabalhando para trazer a seus consumidores, que na maioria dos casos, compra por atacado, mais qualidade e valores agregados. “Existe empresário que investiu R$2 milhões na loja, então é um produto diferenciado além do conceito dessas lojas.
Temos em Goiânia, basicamente falando, três polos de moda, a Av. Bernardo Sayão, a região da Rua 44 e o Goiás Center Modas. “Cada um deles possuí seu potencial e público alvo, nenhum tira o mérito do outro. As pessoas precisam entender que unir e somar é melhor para todos”, diz o presidente. Ele lembra que atualmente há um projeto para a criação de um setor de excursões para a Bernardo Sayão. “O problema é que aqui não podem parar ônibus, o poder público terá de agir conosco para conseguirmos trazer mais gente para nosso Estado, isso é bom para todos”, explica.
Ainda hoje, Cairo afirma que a avenida é considerada como maior shopping horizontal do País, sendo mais de 3 km de avenida somente com lojas que envolvem a moda. “Outro problema nítido em Goiás é o fator de estamos decaindo no ranking em relação a polos de confecção, até 2004 éramos o 4º lugar, hoje, estamos pra lá do 12º. Sendo que agora temos um número maior de pessoas trabalhando com isso, ou seja, éramos para estar melhor que em 2004 e não pior”, ressalta.
O vereador Anselmo Pereira esteve no Diário da Manhã e, na oportunidade, falou sobre o projeto. “Acho que é de fato uma boa iniciativa, sempre lutei pela Av. Bernardo Sayão inclusive quanto ao licenciamento da rádio que ainda hoje existe. Iremos marcar na AMT para tratar sobre os estacionamentos para ônibus na região”, afirma o vereador.

Apoios
Para apoiar a causa, Cairo Myron disse ter buscado por meio de reuniões, representantes das regiões citadas, como Chrystiano Câmara superintendente do Mega Moda, que confirma o contato. “Houve uma conversa com o representante dos lojistas da Bernardo Sayão, onde eles visaram atrair os olhos do País para as confecções do Estado, não só em Goiânia”, diz. Ele garante que o intuito é fortalecer o polo de moda como um todo, cada vez mais.” Nós temos regiões como: Taquaral, Jaraguá, e em Goiânia a região da Rua 44 a Av. Bernardo Sayão e outros que são muito fortes no setor da moda. A ideia é vender o Estado no sentido de atrair mais compradores para esses polos”, afirma.
O superintendente afirma que não há e nunca houve rixa entre os lojistas da Rua 44 e da Bernardo Sayão, para ele, há mercado para todos trabalharem. “Recebemos mais de 200 ônibus por mês de pessoas vindo de todo país para comprar no atacado conosco. Hoje, a Av. 85 é quem melhor representa essas vendas no varejo, na minha opinião, os demais polos que já citei, vendem mais em grandes quantidades”, ressalta. Ele lembra que hoje o diferencial da 44, são os investimentos provenientes de esforços feitos pelos empresários da região. “Investimos em shopping, estacionamento e hotéis, é realmente um aparato para captar esses clientes que auxilia não só a nós, mas também a todo comercio ao nosso redor”, explica.

Lojistas da
Bernardo Sayão
O Diário da Manhã conversou com alguns lojistas, o intuito era saber se de fato o comércio na Av. Bernardo Sayão está acabando ou não. Para eles, isso é uma inverdade, pelo menos para aqueles que possuem confecções e são grandes empresários da região com seus clientes já fidelizados nada mudou. Inclusive, apontam que o crescimento do mercado no entorno atrai mais clientes e auxilia nas vendas.
Jose Milton do Espírito Santo, é proprietário de uma das lojas da Avenida Bernardo Sayão, trabalha com moda feminina. “Temos essa loja na Bernardo Sayão há 18 anos e o comércio oscila, ele melhora da uma retraída, mas percebo que em relação a 44 e nossa avenida, o comércio desceu da Av. 85 para cá”, lembra. Para o empresário, as lojas nessa região possuem mais valores agregados. “Nossas marcas são conhecidas no Brasil inteiro, no meu caso em 15 Estados. Temos quatro representações à pronta entrega em Goiânia, e meu melhor ponto na Capital é aqui na avenida”, cita.
“Não sofremos pelo polo da Rua 44, grande parte das lojas que vejo aqui e converso com os proprietários, não sentiram diferença, só para aqueles que de fato eram empresas menores e acabou pesando um pouco”, reflete. Para ele, este está sendo um ano foi atípico. “No meu caso, por exemplo, foi o melhor janeiro em vendas e pior fevereiro da historia, além do carnaval ás más notícia quanto a economia foram a causa disso”, explica. O empresário conta que tanto não está em crise que recentemente construiu uma nova fabrica, com cerca de 2.520m² para conseguir entregar seus pedidos a contento.
Helieu Pedroso Mendes trabalha com moda feminina e masculina. “O País passa por uma recessão na economia, falar que a 44 hoje afeta o mercado da Bernardo Sayão não é uma verdade. São produtos distintos. De qualquer modo, hoje, o mercado vive uma retração, já estou na área há 13 anos e por esse motivo essa crise felizmente não tem nos afetado”, afirma. Ele lembra que sua empresa hoje dita moda e seus clientes são fieis a seu produto. Ele está na região desde 2002. “Vendemos para Minas Gerais e vários outros Estados nosso fluxo maior é de vendas por atacado, o público é de classes A, B e C”, ressalta. Só na reforma de sua loja, Helieu pretende investir cerca de R$150 mil.
Aline Neiva, gerente de Marketing de uma loja de Jeans, que tem renome nacional e está na região da Bernardo Sayão desde 2005, afirma que tem seus clientes cativos e que nessa loja em específico só vendem por atacado. “Vendemos para mais de 15 Estados, aqui temos 19 lojas mais de atacado que vende a marca. As vendas caíram um pouco, no entanto, o motivo não é o comércio em volta ou concorrência, mas o atual cenário da economia do País”, ressalta. Ela lembra que são usados tecidos e metais de primeira linha para fabricação da peça o que a torna um pouco mais cara, o que ela conta ser compensado pela qualidade. “Temos tecidos tecnológicos, um deles inclusive trata a celulite enquanto a mulher a usa, isso eleva um pouco o preço, no entanto, quem usa nossa marca não troca, pois sabe da qualidade”, afirma.

Leia também:

edição
do dia

Capa do dia

últimas
notícias

+ notícias